31 julho 2013

Amém, minha filha!

Seguindo a palavra


Mulher adora acreditar nas coisas. Horóscopo, homem, conto de fadas, princesas, amigas invejosas, previsão do tempo, preço de roupas em liquidação e... revistas femininas. Tem aquelas que fazem dessas publicações verdadeiras Bíblias. Confesso que já cheguei a assinar uma delas e queria jogar uma bomba nos Correios quando a entrega atrasava. Regras infalíveis pra conquistar o homem dos sonhos, o corpo perfeito, ser boa de cama, ter a vida que pediu a Deus são temas recorrentes. O problema é que tem mulher por aí que não toma nenhuma decisão enquanto a próxima edição não chega às bancas. Dicas pra se dar bem no amor parece ser o tema preferido das moças. 

Essas revistas insistem no conselho de que, pra ganhar a atenção de um cara, você precisa fazer dele um capacho e ser indiferente. Fica proibido atender todas as ligações, estar disponível, dar atenção, exagerar nos cuidados pra não afugentar o rapaz. Besteira! O que faz mesmo uma relação deslanchar é o fato de as duas pessoas terem o nível de comprometimento parecido. A reciprocidade é o que vale e é o melhor termômetro. Não tem porque ignorar se ele mostra que está na sua e é atencioso. Vai na da revista, querida, e terminará encalhada!

E os jantares românticos constantemente sugeridos pra salvar a relação? O cara anda apático e é preciso esquentar o relacionamento, que anda meio morno e sem sal? Vá pra cozinha e prepare um banquete romântico, separe o vinho e não esqueça as velas. A-ham... É bem por aí, viu. Mas só se você tá a fim de mostrar a Amélia que existe em você. Quando o relacionamento tá mais ou menos, jantar à luz de velas não resolve. O que vale é quebrar a expectativa, as regras. Jantares são óbvios. Um passeio de montanha-russa não! Experiências assim estão associadas ao início do namoro e aumentam os neurotransmissores, aquela coisa produzida quando você se apaixona. Jantar romântico pode até ser bonitinho e charmoso nos filmes, mas a única coisa que aumenta é a barriga. 

Homens adoram jogar videogame. Mas não generalize. Eles odeiam joguinhos sentimentais. Então pra quê seguir aquele conselho estúpido de que pra amarrar o cara você não pode deixar claro que o jogo tá ganho? As revistas dizem que esses joguinhos de sedução no início da relação precisam se manter no longo prazo, fazendo com que o outro, coitado, fique sempre na dúvida sobre o que você sente, antes de se entregar completamente. Porém, estudos (e não revistas) mostraram que demonstrar interesse em alguém não causa, obrigatoriamente, desinteresse no outro. Abrir a guarda faz parte, além de dar o sinal verde pra mostrar ao outro que ele também pode se abrir com você. 

Outra teoria criada por revistas e propagada por mulheres ao redor do mundo: resista bravamente e não vá pra cama no primeiro encontro, afinal isso fará com que o cara não te procure nunca mais nesta vida e nem na próxima. Uma pesquisa americana mostrou que casais que liberaram geral na primeira noite não disseram estar menos felizes do que aqueles que esperaram muitos encontros. Eu conheço casos bem sucedidos de gente que foi direto aos finalmentes e está prestes a casar. Tem gente que até acredita que o bom mesmo é ver, de cara, se há química e partir pra outra caso não seja lá o que se esperava. Desse ponto de vista, se enrolar é o segredo, as duronas podem estar perdendo tempo. Não existe regra. Tenha isso em mente. E só!

A última teoria criada por essas publicações diz que quando um cara se importa com você, ele se lembra de datas especiais. Pfff! Em tempos onde ninguém mais lembra de cor o telefone da casa da própria mãe, como manter na cabeça a data de cada ocasião importante? Talvez gestos não valham mais do que palavras na maioria das vezes e um buquê de flores pra comemorar o dia em que vocês dividiram pela primeira vez um chiclete seja tão romântico quanto um espontâneo “eu te amo”. Quem organiza serenatas pra comemorar aniversário de namoro, na verdade, se importa mais com o espetáculo do que aquele cara que oferece uma massagem num dia em que você chega em casa cansada do trabalho. Ter boa memória não é sinônimo de demonstração de uma paixão avassaladora. 

Aqui vai uma verdade: Papai Noel não existe, assim como as princesas e os príncipes em cavalos brancos. Revistas femininas são recheadas de ladainhas e você... bem, você, minha filha, já deveria saber disso!

22 julho 2013

Mude a sua atitude

Desafio!
Não tem nada pior do que gente negativa. Credo! Confesso que, muito de vez em quando, tenho meus momentos, que fico pra baixo, chata mesmo, mas tem gente que veste esse manto e manda ver. Chega a ser até pesado, incomodo, impossível ficar perto.

A vida de ninguém é cor-de-rosa e uma calmaria só. Ou recheada de momentos maravilhosos, com muito glitter e coisas boas. Já disse isso aqui e vou repetir: tudo depende da atitude que tomamos em relação às coisas. Resmungar não leva ninguém mais longe! Aliás, não leva a lugar nenhum.

Infelizmente não há remédios na farmácia (não esses automedicáveis) capazes de mandar essa quizumba pro espaço. A mudança tem que partir da gente mesmo, como se você estivesse ingressando num desses programas de reabilitação, e tem que ter muita, mas muita força de vontade. Eu conhecia uma pessoa que torcia o nariz pra todas as sugestões e coisas novas. Não, me engano. Era pra tudo mesmo. Sabe como terminou? Sozinho! Porque nem Madre Tereza de Calcutá aguentaria gente assim.

Há 20 coisas que qualquer pessoa pode fazer todos os dias pra mudar essa urucubaca negativa. Basta seguir os mandamentos por 30 dias, todos os dias mesmo. Pode ser mais do que uma, fique à vontade, mas faça. Seja realista e divirta-se! Espero que ajude... Nós, ao redor, agradecemos!

1. Comece um diário e escreva nele coisas pelas quais você é grato na vida.
2. Repense numa daquelas suas crenças negativistas, substitua-a por uma nova e repita pra você mesmo diariamente.
3. Experimente uma comida nova. Dê preferência pras coisas saudáveis.
4. Tente uma receita nova. A internet é um prato cheio de receitas.
5. Assista a um documentário por dia. Assim, poderá aprender muito sobre o mundo e as diferentes culturas e seus estilos de vida.
6. Caminhe de 30 a 60 minutos. De preferência, sorrindo.
7. Evite assistir jornais na TV ou ler notícias na internet ou impressos por 30 dias. Esses programas sensacionalistas são ótimos pra explorar tragédia, você passa a desacreditar na vida e daí, já viu, né?
8. Isole-se de Facebook, Twitter ou qualquer outra rede social por 30 dias também. É difícil, evidente. Mas se for impossível se afastar por tanto tempo, estipule um tempo pra navegar. Uma hora por dia é mais do que suficiente.
9. Leia um livro por 15 minutos ou mais.
10. Todas as manhãs, quando acordar e antes mesmo de sair da cama, diga pra você mesmo que este será um dia foda de bom!
11. Se tiver filhos, abrace-os todos os dias. No mínimo, 10 vezes cada um!
12. Cante no banho. Bem alto!
13. Ajude alguém diferente ou que não conhece. Abra a porta, ajude a atravessar, dê passagem no trânsito, seja gentil.
14. Medite por 10 minutos diariamente.
15. Se exercite. Nem que seja por apenas 10 minutos. Já faz uma baita diferença.
16. Pesquise algo do seu interesse por 20 minutos.
17. Assista 5 vídeos engraçados no YouTube
18. Mande uma mensagem por dia aos amigos e diga o quanto aprecia a amizade deles e o quanto é querido.
19. Comece um blog e escreva um post por dia. Fale sobre seu assunto preferido ou daquele que manja mais. Pode ser qualquer um!
20. Escreva uma carta ou bilhete pra você mesmo, com mensagens positivas.

Viu, só? Não dói, é de graça e não faz mal a ninguém. Aliás, todos agradecerão se mudar seu jeitão carregado e carrancudo. Vai por mim...

19 julho 2013

Minhas 50 coisas

Essa foto passou pelo Photoshop
Muita gente lê meus posts (e agradeço!), mas em todos eles deixo sempre clara a minha opinião sobre as coisas. Raramente, deixo escapar algo sobre a minha vida. Não comemore antecipadamente porque não vou abri-la neste texto!

Vi por aí algumas blogueiras listando 50 coisas - randômicas (adoro essa palavra!) - sobre elas. E achei válido, legal e interessante. Não que eu me considere interessante, mas quem sabe assim algumas pessoas aí passem a entender alguma coisa sobre alguns posts meus.

Lá vão as minhas 50 coisas:

1. Não sei e odeio cozinhar! Já tive brigas homéricas com um ex-namorado bossal sobre isso, que achava que só porque eu sou mulher deveria saber cozinhar. Prefiro os telefones de delivery e ser culta a ser uma dona-de-casa submissa.
2. Sei fazer chili, guacamole e mojito. Essa é a minha compensação por não saber me virar na cozinha no dia-a-dia. O pior é que fica sempre muito bom e sempre todo mundo pede pra repetir.
3. Bebo cerveja e tomo café apenas socialmente. Não morro de amores por nenhuma das duas bebidas, mas também não faço desfeita e nem me passo por fresca quando me oferecem. Aceito, tomo e agradeço.
4. Odeio assistir TV, mas amo seriados. Dexter, Sex and the City, Californication e Friends são as minhas preferidas. Gosto de coisas curtas, porque não tenho muita paciência pra ficar em frente à TV por muito tempo.
5. Adoro livrarias, passo horas fuçando livros e chego a ir aos shoppings só pra visitá-las. A Livraria Cultura é uma das que eu mais gosto. Não só pela variedade em títulos, mas pelo atendimento prestado e pelo bônus que tenho nas compras!
6. Não gosto de dirigir. Tenho carro desde os 18 anos, mas D-E-T-E-S-T-O dirigir. Não pelo trânsito de São Paulo, mas porque não gosto mesmo!
7. Amo escrever. Não só no blog, no Twitter ou Facebook, mas ando com um caderno dentro da bolsa e anoto tudo o que passa pela cabeça. Recentemente comprei o livro 642 Things to Write About e tem sido inspirador.
8. Moro sozinha há quase 15 anos e adoro! Agora consegui deixar meu apartamento do jeito que sempre quis, então tenho passado cada vez mais tempo em casa do que batendo perna por aí.
9. Ensinei minha sobrinha (hoje com 4 anos) a falar "paralelepípedo". Essa foi, basicamente, a primeira palavra dela, aos 2 anos. Meu irmão quase me matou, é lógico!
10. Estudei em escola de freiras até os 15 anos e a primeira vez que colei foi numa prova de Religião, porque não lembrava uma passagem da Bíblia e deixei-a aberta embaixo da minha mesa pra copiar o trecho.
11. Eu acredito em Deus e em vida após a vida.
12. Gosto de rock n' roll. Já trabalhei com pagode e outros estílos musicais na época em que era jornalista, hoje não suporto nenhum estilo de música nacional. Mötley Crüe é uma das minhas bandas preferidas e tive sorte de vê-los tocar ao vivo há 2 anos. Acho o Nikki Sixx um sessentão e tanto...
13. Gosto de ler biografias. A maioria de roqueiros, mas não fico só nos meus ídolos.
14. Quando vou à Starbucks peço sempre baunilha latte, pra comer vario entre o brownie de doce de leite e o cinnamon roll.
15. Poucos sabem, mas já perdi um bebê na décima segunda semana de gestação, bem no dia do meu aniversário. Enough said.
16. Prefiro praia a montanha e interior. Não gosto de frio e tenho medo do meio do mato, por isso a praia.
17. Não gosto de praticar esportes. Não que eu seja sedentária, simplesmente não me identifiquei com nenhum. Apenas com o beach tennis, mas parei por morar longe da praia, ué.
18. Adoro jujuba. Tenho sempre em casa.
19. AMO comida mexicana e meu restaurante preferido é o El Kabong. Los 3 Amigos é o prato que mais gosto. E recomendo!
20. Também gosto de pizza de peperoni e comida japonesa.
21. Bebo leite com chocolate todas as manhãs. Gosto de Ovomaltine, mas uso Toddy.
22. Já trabalhei com algumas bandas, mas a experiência mais bacana que tive foi com o Limp Bizkit, porque era fã deles e jamais imaginei dividir meu chili com Fred Durst ou ouvir dele elogios sobre meu trabalho.
23. Escrevo à lápis antes de usar a caneta. Mania...
24. Não gosto de falar ao telefone. Às vezes, ignoro chamadas por preguiça mesmo. Mas procuro responder todos os SMS que recebo. Só não checo mensagens de voz :)
25. Sou super-mega-ultra míope. Tenho 6 graus e uso lente de contato o dia todo. Odeio óculos, me dá enjoo, talvez por falta de usá-los com frequência.
26. Só comecei a beber aos 26 anos. Antes disso, só tomava a espuma da cerveja da minha mãe ou coquetel de frutas. Meu primeiro porre não aconteceu antes dos 34.
27. Adoro drinks que levam Coca Cola, como Long Island Iced Tea e Jack & Coke.
28. Votei nulo nas últimas duas eleições, porque não concordava com o que nenhum político propunha. Digitei 69. Meu irmão diz que fez o mesmo.
29. Minha melhor amiga já foi, um dia, minha chefe. Quando pediu demissão do cargo, me indicou pro lugar dela, onde estou até hoje.
30. Assisti Rock of Ages 7 vezes. Três delas no cinema. Tenho o DVD e acho a trilha sonora a melhor de todas. Detesto musicais, mas esse tem o Tom Cruise...
31. Não suporto ouvir mulher conversando. Me irrita a riqueza que elas dão aos detalhes e como a conversa muda de rumo várias vezes. Não tenho muita paciência pra isso...
32. Adoro o Snoopy. Ganhei um de pano quando nasci que tenho até hoje e acho as histórias dele cheias de lições de moral.
33. Quando eu era pequena, viajava com uma mala lotada de livros e gibis da Turma da Mônica. Não gostava de viajar à noite porque não conseguia ler nada no escuro do carro.
34. Escrevi meu primeiro diário aos 10 anos. Minha mãe me deu um caderno de anotações antes da minha viagem de férias pra fazenda de um dos meus tios, lá no Mato Grosso. Eu disse que não queria ir e que ficaria com saudade dela, dai ela me deu o caderno e pediu pra que eu escrevesse tudo o que acontecesse no meu dia pra mostrá-la na volta. Infelizmente não o tenho mais, não sei onde foi parar...
35. Já pequei a palheta num show de rock. Foi no SWU e era de um dos guitarristas do Lynyrd  Skynyrd. Dei de presente pro meu ex-namorado, porque ele era fã da banda. Espero que tenha guardado até hoje.
36. Já fiz coisas que até Deus duvida. E isso é tudo.
37. De um tempo pra cá tenho tido vontade de aprender pole dance. Cheguei a pesquisar academias, mas além de caro, os horários nunca batem com os meus.
38. Quando perguntam a minha profissão, digo que sou stripper. Só pra ver a cara das pessoas. Quando digo que sou professora, a expressão não muda. Não sei se o fetiche é maior por uma profissão ou a outra.
39. Já ganhei a vida escrevendo contos eróticos e fotonovela pra revista de sacanagem.
40. A primeira vez que experimentei cigarro, tinha 10 anos. A segunda foi no meu aniversário de 34. Não gostei de nenhuma das duas. Já experimentei maconha também e não gostei. Então, acho que podem ficar tranquilos que disso não morro.
41. Adoro canetinhas coloridas.
42. Não gosto de usar tênis. Tenho só um par de Nike e acho que já tá de bom tamanho. Aliás, nem sei quando foi a última vez que usei...
43. Não gosto de crianças a ponto de querer ter uma pra mim, mas amo trabalhar com elas!!!
44. Não posso entrar em cemitérios. Passo mal.
45. Não sei disfarçar quando não gosto de alguém. Já tentei ser simpática, agradável, mas soa falso e acabam notando. Então, pra economizar minha energia e tempo, não faço média. Sou quem sou.
46. Odeio festa a fantasia. Sempre recuso convites.
47. Não consigo usar notebook sem mouse. Até me esforço, mas não gosto.
48. Eu tenho uma, sim umA, stalker. Já bloqueei, denunciei, mandei à merda, mas a pessoa me ama. Meu primeiro livro será entregue em mãos à essa pessoa.
49. Já fui tatuada mais de 10 vezes. E ainda preciso terminar a última. A primeira ganhei de presente da minha mãe, no meu aniversário de 17 anos. Naquela época era permitido tatuar antes dos 18, desde que o responsável estivesse presente e assinasse um termo. Já cobri esta tatuagem e outras duas que fiz em seguida.
50. Escrevo minhas listas de supermercado e lembretes, todos, em inglês. Sei lá o motivo, mas é uma mania.

18 julho 2013

Decida-se, mulher!

Ê, mulher!
Mulher é um bicho esquisito. Acho que se eu fosse homem já teria desistido delas há um bom tempo. Bom, acho que agora entendo as bibas (e as apoio!!).

Não vamos culpar aqui os hormônios, porque - pobrezinhos - eles não têm nada, absolutamente nada, a ver com o que se passa na cabeça delas. Não vale também colocar a culpa na manhã em que se levantou com o pé esquerdo ou, hmmm... Nem consigo pensar em outras desculpas, porque por melhor que elas sejam, ainda assim, não justificariam tanta piração. 

Também não estou falando desta vez de mulher louca varrida, que precisa de internação porque o caso clínico dela é grave e ameaça a sociedade. Não! Mas falo aqui da gente mesmo, mulher. Indecisa por natureza. Mas que beleza, hein! A gente nunca, nunca, nuncaaaaa sabe o que quer! 

Há alguns dias, num bate-papo com amigas, chegamos à essa conclusão: a de que nunquinha da silva vamos estar 100% satisfeitas com alguma coisa, ou com a cabeça sossegada, ou feliz com o que temos, ou com o cara que sempre sonhamos e que agora nos dá atenção, ou com tantas outras coisas que se fosse continuar a listar teria que trocar o título do post por "Ou". 

Uma amiga que temos em comum não se contentava com um SMS do rapaz com quem saiu alguma vezes. Cada torpedo que o dito cujo mandava, por mais simples que fosse, abria um leque de interpretações na cabeça dela que acabava confundindo todas nós. A outra finalmente achou um cara bacana, que parece gostar dela, está empolgadinha e era exatamente isso o que ela queria, mas... Ela já não sabe se ainda é. 

 O que será que passa pela nossa cabeça - e espero de coração que passe mesmo - que ficamos tão confusas e mudamos tanto de opinião ao longo do dia? Por que raios agimos como piradas quando parece estar tudo certinho, do jeito que a gente queria, bem nas nossas mãos? Será que seremos eternamente insatisfeitas com o que a vida nos presenteia ou apresenta? Será que somos um caso perdido, sem solução? Será que vou ter que fazer mais alguma pergunta com "será?" pra chegar a um parecer? Será?

Mulher é mesmo um bicho esquisito e, acho que é exatamente por isso, que gosto tanto dos homens.

17 julho 2013

Gentileza gera gente

Uma ideia bacana
Nos últimos dias, ou semanas, não sei ao certo, li por mais de uma vez algo sobre o "café pendente" (até copiei um dos textos no post anterior). Muito comum em países desenvolvidos (e daí se entende porque eles estão um passo a frente), a ideia é deixar um café pago pra alguém quando se vai a um lugar que participa da "brincadeira". 

Essa história surgiu por conta do livro The Hanging Coffee, onde um personagem toma seu café e ao pagar a conta deixa pago dois cafés: o seu e um pendente pro próximo cliente que vier. 

Há um tempo, coletando fotos no Pinterest me deparei com algo bem parecido e lendo o Twitter do Wes Borland vi que há muito mais gente gentil pelo mundo do que se imagina. Além de impensáveis formas de ajudar. O guitarrista do Limp Bizkit sugeriu deixar de reseva no carro um guarda-chuvas extra pro caso de alguém precisar e no site de fotos, achei um pin (o da foto) com um kit baratinho pra ser montado e distribuído a moradores de rua. 

Essa blogueira americana, que inventou o "kit mendigo", se viu, há alguns anos, sentada na Starbucks, tomando café-da-manhã enquanto lia a Bíblia. Do lado dela sentou um morador de rua, praticamente invadindo o seu espaço. Ela olhou pra Bíblia e achou que era um sinal divino. Ficaram horas conversando e, depois que ele partiu, ela passou a ver as pessoas nas ruas com outros olhos.

Quem mora na rua, muitas vezes, não está lá porque quer. Lógico, talvez não seja o caso da maioria. Mas, pense: como deve ser difícil não ter onde morar, um teto quentinho e um cama pra dormir. Ainda mais nessa estação fria do ano, quando um cobertor é sempre bem-vindo. Conheço muita gente que ajuda e todas elas têm o meu respeito e admiração. Podem fazer um pouco mais, pois tem condições pra isso, mas se pensarmos bem, todos temos. 

Depois do bate-papo com o mendigo, a moça chegou à conclusão de que uma das coisas mais difíceis em ser um morador de rua é o fato de ser ignorado. Tratando-se de alguém que precisa de ajuda, não deve existir nada mais duro do que ser desprezado, fazendo de conta que eles não existem ou estão lá. O mendigo contou à ela que prefere que alguém o olhe nos olhos ao rejeitar seu pedido de dinheiro ou comida àqueles que viram o rosto e os menosprezam. Quando ela perguntou a ele qual foi a melhor ajuda que ele já recebeu, ele respondeu "uma noite num hotel". Segundo ele, a experiência de tomar um banho, se barbear e dormir numa cama fez com que ele se sentisse humano. Não só isso, mas água e meias também são uma ótima ajuda.

Ninguém é completamente capaz pra resolver sozinho o problema de todos os moradores de rua. Afinal de contas, votamos em políticos safados e corruptos que desviam dinheiro que até poderiam ajudar quem precisa. Mas, podemos ampará-los dando a eles o calor de que tanto sentem falta. 

A blogueira passou a carregar no carro uma sacola com coisas que poderia oferecer aos moradores de rua, sempre que cruzasse com um. Com US$30 ela conseguiu preparar 6 kits, embrulhados em saquinhos individuais, que ela deixa sempre embaixo do banco do passageiro. Eles traziam: uma garrafinha de água, um par de meias, um saquinho de cereais com chocolate, uma escova de dentes, pasta de dentes, lencinhos de papel e um analgésico, tipo Ibuprofeno.

Pode parecer pouco. Mas pra quem não tem nada, quanta diferença, né? Você vai ficar mais pobre por conta disso? É claro que não. Vai fazer alguma diferença na sua vida? Talvez não. Mas se conseguir se colocar no lugar de quem precisa, vai perceber o impacto que pode causar. Todos nós precisamos de ajuda um dia, em situações e proporções diferentes. E aí, como se sentiu quando alguém o amparou e te deu atenção?

Na Vila Madalena, em São Paulo (e pertinho do meu trabalho), o Ekoa Café deixa a disposição o café pedente aos gentis de bom coração. Sei que no Rio também existe um lugar que adotou a ideia. Vale pesquisar e deixar sua doação.

O café pendente

Entramos em um pequeno café, pedimos e nos sentamos em uma mesa. Logo entram duas pessoas:
- Cinco cafés. Dois são para nós e três “pendentes”.
Pagam os cinco cafés, bebem seus dois e se vão. Pergunto:
- O que são esses “cafés pendentes”?
E me dizem:
- Espera e vai ver.
Logo vêm outras pessoas. Duas garotas pedem dois cafés – pagam normalmente. Depois de um tempo, vêm três advogados e pedem sete cafés:
- Três são para nós, e quatro “pendentes”.
Pagam por sete, tomam seus três e vão embora. Depois um rapaz pede dois cafés, bebe só um, mas paga pelos dois. Estamos sentados, conversamos e olhamos, através da porta aberta, a praça iluminada pelo sol em frente à cafeteria. De repente, aparece na porta, um homem com roupas baratas e pergunta em voz baixa:
- Vocês têm algum “café pendente”?
Esse tipo de caridade, apareceu pela primeira vez em Nápoles. As pessoas pagam antecipadamente o café a alguém que não pode permitir-se ao luxo de uma xícara de café quente. Deixavam também nos estabelecimentos, não só o café, mas também comida. Esse costume ultrapassou as fronteiras da Itália e se difundiu em muitas cidades de todo o mundo.
Que tal?

16 julho 2013

Só 5 minutinhos...

Ritual diário
Semana passada chegou aqui em casa um "livro" que encomendei há algumas semanas, o The Five-Minute Journal. Infelizmente, os fãs de passeios à livrarias como eu só poderão encontrá-lo pelo site. Fui a primeira brasileira a comprar e, garanto, que eles (os autores) são supercorretos e preocupados, por isso recomendo muito! Leva de 2 a 3 semanas pra chegar, sem custo exorbitante de remessa, apenas os (+/-, porque é em dólar e depende da cotação do dia) R$50.

Comercial à parte (e não estou sendo paga e nem serei por isso), o livro vale muito a pena. Me apaixonei por esta série de publicações que são feitos por quem lê. A máxima deles é testar seus pré-conceitos e te propor desafios, enquanto você mesmo completa as páginas. Pra quem ama escrever e ler como eu, um prato cheio!

Primeiro: não é livro, é diário. A ideia principal é treinar a cabeça a pensar no positivo, nas coisas boas do dia-a-dia ao invés de dar tanta corda pro que te incomoda. Ainda estou na primeira semana, mas por várias vezes me peguei pensando, ao longo do dia, no que escreveria. Ou seja, foquei no bom. Certo?

Funciona assim: pela manhã, ao invés de você ligar a soneca do seu despertador e pedir por mais 5 minutinhos de sono, pegue uma caneta (eu prefiro lápis...) e escreva 3 coisas pelas quais você é grato, 3 coisas que fariam o seu dia melhor e termine sua página com uma afirmação pessoal. É indicado que se escreva sobre algo real. Apesar de amar dias de sol, não sou São Pedro e nem tenho capacidade, por mais positiva que eu seja, de abrir o tempo e mandar as nuvens pro inferno. Antes de dormir o ritual é praticamente o mesmo: escreve-se 3 coisas incríveis que aconteceram naquele dia e o que você poderia ter feito pra que seu dia fosse melhor. Pra ajudar, no topo de cada página existe uma frase escrita por algum grande pensador e um desafio semanal, como ligar pra um amigo de longa data, pagar um café pra um estranho ou abordar alguém que não se conhece na rua.

Foi provado várias e várias vezes que ao trocar seu foco pro que é positivo você se torna feliz. O segredo é a constância. Segundo os autores, levou mais de 80 anos pra que psicólogos percebessem que este tipo de comportamento é ótimo pra combater depressão, ansiedade e algumas outras desordens. E o melhor: é um diário pra quem não escreve diários. Tudo o que precisa é de caneta (ou lápis, como eu...), o livro e 10 minutos do seu dia.

Papo de crente, de quem passou por uma lavagem cerebral? Nope! Conversa de quem já cansou de gente que vê defeito em tudo, que nunca consegue enxergar o lado bom das coisas e de quem tá sempre de baixo astral e tentando levar os outros, eu inclusive, pro mesmo buraco. Minha vida não é cor-de-rosa, mas também não tem 50 tons de cinza.

De um tempo pra cá criei esse hábito de tentar enxergar as coisas pelo lado positivo. Entro às 7h da manhã no trabalho e saio às 20h, mas não pego trânsito nem pra ir e nem pra voltar pra casa, por exemplo. Mudar o foco e a energia dão uma bela descarregada, sabia? Passei a agir desta forma depois de perceber o quanto pessoas que tem tudo ou o bastante pra não reclamar, reclamavam e não davam valor ao que conquistaram. Viam defeito no trânsito, num dia de chuva, num dia de sol, quando a maré tava pra peixe ou baixa demais pra render algum fruto. Parecem estar, constantemente, acompanhadas por uma nuvem preta, carregada na cabeça. Não precisa ser um Mr. Brightside, mas também encarar um personagem da Família Addams quando se trata da vida não te levará mais longe.

Ser um pouco entusiasta não faz mal à ninguém. Não leva a overdose e nem mata. Mas agindo assim você passa a atrair coisas e gente boa. Por mais ocupada que seja sua agenda e por menor que seja sua vontade de mudar o que ela já é, 5 minutinhos, só 5 minutinhos de pensamentos positivos, por favor? Dê bom dia, agradeça por estar vivo e com saúde, por ter a oportunidade de viver mais um dia, de ser quem você é, por mais imperfeito que seja.

Ninguém nasceu pra mudar o mundo. Mas se quiser vê-lo do jeito que está, continue fazendo exatamente o que faz: porra nenhuma... E boa sorte!

15 julho 2013

Segunda-feira

A cara da segunda-feira
Hoje começa mais uma semana... Não pra mim que tenho mais uma semana de férias pela frente. Hoje, pelo menos pra mim, ainda é sábado. E amanhã também será. E depois também. Mas tenho uma semana pela frente pra me acostumar com a ideia de que semana que vem será segunda-feira de novo e estarei no espírito que muita gente está hoje: o de matar o criador deste dia brutal.

É engraçado ver uma segunda-feira de fora. Hoje acordei às 8h30. Geralmente saio da cama às 5h30. Mas às 8h30 abri os olhos só pra ver que horas eram. Entrei no Facebook porque estava com o celular na mão e vi uma manifestação online contra esse dia da semana. A foto aí do lado foi postada pela agência do meu irmão. G-E-N-I-A-L! Não há forma melhor de retratar uma segunda-feira... Bom, depois disso, virei pro lado e voltei a dormir. Sem hora pra acordar!

A palavra "segunda-feira" vem do latim. Povos pagãos antigos reverenciavam seus deuses dedicando este dia ao astro Lua, enquanto outros povos reverenciavam deuses mitológicos. Mas na cultura popular, essa de hoje em dia, segunda-feira é considerado o dia mais aborrecido da semana (isso pra ser gentil), porque é o primeiro dia de trabalho após um final de semana. É o dia em que as pessoas mandam os deuses à merda. Nem Garfield é fã deste dia. Há páginas e páginas em redes sociais mostrando o ódio a este dia da semana. Bom, o primeiro dia útil depois de um feriado ou final de semana prolongado é visto também com o mesmo amor e ardor.

A manhã da segunda-feira começa na noite do domingo. Basta ouvir aquela música do "Fantástico" pra qualquer bom humor ir pelo ralo. Bate uma deprê e aquela vontade de se jogar pela janela. Segunda, geralmente, é dia de reuniões, de entrega de trabalhos, de início de aula, de dieta, de academia, de promessas. A cabeça fica lotada com tantos compromissos e obrigações. Certamente este É o dia mais odiado por 99,99% das pessoas. Talvez só os deuses, que já morreram, gostassem do dia de hoje. E eu, na minha atual situação de férias.

O motivo pra tanto ódio e amargura é que a segunda-feira traz de volta o relógio biológico pra funcionar, que ficou de lado no final de semana, quando você acordava e comia a hora em que desse na telha. Toda aquela rigidez volta e o organismo que estava começando a gostar da ideia de não ter hora pra nada se vê obrigado a entrar nos eixos. Sem aviso prévio, sem muito tempo pra se acostumar.

Além do corpo, a mente também sofre, principalmente em quem começa a antecipar de forma negativa a chegada da segunda-feira no almoço de domingo. Mas isso tem uma explicação: esta é uma atitude recorrente em quem tá de mal com o trabalho, de quem não tá bem com os colegas e vê o salário baixo não respondendo ao esforço de sair da cama numa manhã de segunda-feira pra encarar tudo isso aí. Fica difícil dormir na noite de domingo e acordar na manhã de segunda se torna um sacrifício.

Mas, este dia também pode ser visto como um dia de começos, inícios, novas promessas, novas atitudes. Dia em que aqueles que odeiam o trabalho podem agendar uma entrevista de emprego numa empresa melhor, dia em que as gordinhas tem a esperança de um dia parar de brigar com a balança, dia que faz o próximo final de semana ficar mais perto. Dia de começar a encarar a segunda-feira de outra forma. Este não é o primeiro dia da semana, é o segundo... E você nem imaginou.

Boa segunda pra você que tá trabalhando, que vai trabalhar, que vai me mandar a merda depois de tanta motivação, ou que depois de ler tanta ladainha vai começar a ver a segunda-feira com outros olhos.


14 julho 2013

Se eu fosse a Beth, eu faria!

Isso mesmo, Beth!
Verão fora de época e Beth Faria resolveu fazer o que qualquer carioca faria: ir à praia. Até aí, tudo bem. Não fosse o tamanho do biquíni que ela escolheu usar pra ocasião. Aos 72 anos...

Ah, se eu fosse a Beth... Tinha mandado todo mundo à merda. Mundo hipócrita esse em que vivemos, hein? Meninas com o corpo bombado, parecendo Alexandre Frota, podem usar biquíni sem ser considerado ofensivo, mas uma senhora que chegou inteirona aos 72 anos precisa se esconder atrás de um maiô porque é assim que a sociedade quer? Que direito temos de achar que o que alguém veste é certo, apropriado ou pequeno demais?

"Por que não posso usar biquíni? Vou morrer velhina de biquíni na praia. É uma sensação de liberdade tão boa. É o mínimo nesse Brasil tão careta", desabafou a vovó que todo marmanjo pediria a Deus. A mulher vai envelhecendo e passa a viver com restrições, algumas físicas e outras impostas pela sociedade. Mas ela tem o direito de ser velha, da maneira que a faz feliz. E se isso inclui biquínis e minissaias, qual é o problema?

Essa coisa de achar que gente velha, depois de uma certa idade, precisa usar taier Chanel e maiôs inteiros poderia até ser aceitável na época em que as senhoras eram proibidas de ir à praia pelos maridos bossais. Mas, hello, estamos em 2013, pagando impostos altíssimos que nos dão o direito de fazer o que bem entendemos que é correto e nos faz feliz, desde que isso não agrida ou interfira no espaço do outro. Beth agrediu. Feio. Bateu na cara de gente preconceituosa.

Ela, assim como você, tem o direito de fazer o que quer. Sábia, calou a boca de meninas que se julgam no direito de ir à praia seminua só porque tem idade pra isso, declarando: "Envelhecer não é pros covardes". Se eu fosse Beth, faria, faço e farei!

Quero chegar aos 72 com o corpo e a cabeça dessa atriz, que gerou polêmica numa época em que deveríamos nos preocupar mais com o que temos dentro da gente do que aquilo que mostramos por fora.

13 julho 2013

Vendendo o peixe

Vende-se bom senso
As pessoas e essa mania que elas tem de estar constantemente vendendo o próprio preixe. Por que será que fazem isso? Acho até que valeria um Globo Repórter sobre o assunto. Mas enquanto ele não entra na pauta do programa semanal, vai aqui um post simples sobre o tema.

Repare na próxima vez em que estiver conversando com alguém, principalmente quando ainda estiver conhecendo essa pessoa, nos primeiros encontros ou bate-papos. Quanto ela pergunta sobre você? Quanto ela se interessa pelas suas histórias sem que as compare com as delas próprias o tempo inteiro, seus feitos e os louros que recebeu? Aposto que a proporção não é a mesma do quanto ela fala sobre ela, sem parar. Certo?

Quando estamos conhecendo alguém estamos fazendo exatamente isso: conhecendo. Essa mania que se tem de falar sobre tudo o que fez, por onde passou, morou, onde trabalhou, blá, blá, blá... é cansativo e faz o encontro parecer uma entrevista de emprego. Chato!

Conhecer alguém é aprender sobre ele ou ela. É dar a chance de falar, mas também respeitar o momento em que se tem que ouvir. Ninguém aprende nada enquanto vomita informações pessoais - e geralmente não se contam os podres numa hora dessas - simplesmente porque está tão centrado no próprio umbigo que perde a oportunidade de ouvir histórias incríveis sobre o outro.

As pessoas e essa mania que têm de não respeitar nunca a proporção de uma-boca-e-dois-ouvidos. Triste! Fale de você, lógico. Dos fracassos, principalmente. Seja e mostre-se interessante, mas acima de tudo real e interessado. Faça perguntas. Responda as que forem feitas. Mas deixe de lado essa vontade louca de falar pelos cotovelos e promover a sua pessoa o tempo inteiro. Além de cansativo, é desagradável. Ninguém quer ouvir discursos autobiográficos logo de cara, como se estivesse sentado ouvindo uma palestra na qual não se inscreveu. Pessoas gostam de saber que há interesse nelas e, enquanto você se comporta como uma matraca descontrolada, não percebe o quanto se tornou chato e desinteressante. Vai acabar falando sozinho.

Antes de pensar em vender seu peixe, lembre-se do que sempre dizem: ele morre pela boca.

11 julho 2013

Revanche!

 
Saindo de trás da moita
Aproveitei a manhã ensolarada de hoje, mais um das minhas férias, pra conhecer um lugar em São Paulo, 10 minutos da minha casa, que ainda não conhecia: o Parque Burle Marx.

Eu não era a única ali a aproveitar a calmaria de um parque num dia de semana, numa cidade frenética. Um casal aproveitava pra posar pra fotos de um provável álbum de noivado. Os dois não eram exemplos de beleza, mas transbordavam desenvoltura e paixão e contavam com a ajuda de uns 3 profissionais que guiavam o ensaio. Era o momento deles. Estavam felizes pra chuchu, novinhos até. A garota usava um vestido florido, romântico. O rapaz carregava um violão como se fosse fazer uma serenata pra amada.

Os dois posavam deitados na grama. De mãos dadas. Olhos nos olhos. No colo um do outro. Abraçados. De frente. De lado. De costas. Mas tinha algo atrapalhando aquele cenário de amor, pombinhos, sinos e cupido. Duas meninas, de longe, observavam o casal e riam. Riam alto. Fazendo com que os passarinhos do parque se calassem. Com que o barulho dos carros da Marginal Pinheiros virasse um zumbido. Riam muito! As duas também estavam de mãos dadas, olhavam nos olhos uma da outra. Entre um beijo e outro, acompanhavam o ensaio de longe e morriam de rir, achando aquilo tudo o uó, cafona, bobo. As duas trocavam carinhos, na frente de todos, crianças, velhos, babás, quem corria pelo parque, como se aquilo fosse normal. Ué, hoje é!

Todo mundo observava o casal, meio curioso, mas torcendo o nariz pra cafonice. Os olhares pras duas meninas nem aconteciam. Elas já não chocavam mais, viraram "coisa normal" de se ver.

Outro dia, assistindo um filme bobo, uma frase me chamou a atenção: no futuro todos seremos homossexuais, de uma forma ou de outra. Faltará opção aos heteros ou elas sobrarão aos homos, forçando até mesmo os mais conservadores a entrar na dança pra não acabar sozinhos.

Se fosse num passado não tão retomo assim, as duas mocinhas seriam hostilizadas, motivo de piadas, apontadas como perversas, as loucas do parque. Hoje, saíram de trás da moita e são elas que engrossam o coro daqueles que riem do amor piegas, "normal", com a maior liberdade e com o direito que a vida moderna, depois de tanta chacota, preconceito e mentes fechadas, as concedeu. Vai ver, no fundo, já somos todos homossexuais. Basta apenas sair do armário, de trás da moita... assumir!

10 julho 2013

Catfish



Recentemente passei a acompanhar Catfish, um programa da MTV que lá fora já tá no meio da sua segunda temporada, tamanho o sucesso da primeira. Trata-se de um programa baseado no documentário com o mesmo nome (este aí do link), filmado em 2010 e apresentado por Nev Schulman. O parceiro dele, Max, é um gato, namora uma blogueira brasileira e fala português super bem... Enfim, isso não tem nada a ver com o post, mas eu precisava dizer.

A ideia do programa é simples, porém super atual: promover encontros na vida real de gente que se conhece apenas no virtual. O próprio Nev passou por uma experiência não muito agradável, e é daí que surge o documentário, e muita gente acabou se identificando com a história dele, e daí o programa da MTV.

Depois de assistir a alguns episódios, resolvi ver qual era o do documentário no YouTube. Catfish virou expressão no vocabulário inglês e, resumidamente, significa alguém que cria um perfil falso só pra seduzir os outros. Na vida real é esta a função de um catfish, manter os outros peixes ativos dentro de um tanque no transporte desses bichos de um lugar a outro.

Já conheci pessoalmente muita gente que me abordou online em redes sociais. Já me relacionei com algumas inclusive e isso inclui um namoro de quase 7 anos com um americano. Sempre tomei os devidos cuidados que este tipo de abordagem requer, fazendo com que os primeiros encontros acontecessem em locais públicos e sob os olhos de muitos, só por garantia de que sairia dele viva, já que o que mais tem na internet é gente louca.

Meu irmão, apesar de detestar a história, conheceu a mulher dele num desses sites de bate-papo, casaram-se e lá se vai uma década e uma sobrinha linda! Prova de que nem todo mundo que loga quer sacanagem ou sacanear alguém.

Mas assistindo a esse programa percebi um tipo de comportamento que noto também do lado de cá, quando converso com pessoas que investem nesse tipo de abordagem: o desespero que cega aqueles que procuram por amor e aprovação desesperadamente em sites de relacionamento. Eles fazem valer aquela máxima de que o amor é cego. A internet dá a eles o poder que nunca tiveram. O problema é que eles não sabem ainda lidar com isso...

Esse desespero tem levado à obsessão. E a partir daí fica realmente impossível distigüir o que é real do fake. O abordado não perecebe que fala, na verdade, com o João ao invés da Maria, porque é seduzido por um corpo de Panicat e uma cabeça digna de Prêmio Nobel da Paz, tudo o que ele sempre quis na vida e nunca conseguiu. Cego, não consegue identificar sinais que qualquer mortal notaria: nada de video-chats, conversas por telefone e encontros adiados inúmeras vezes. Percebendo essa fraqueza, muita gente se aproveita. Se é por loucura, pra passar o tempo, vingança ou seja lá o que for. Ser fisgado numa rede dessas é a coisa mais comum que acontece. Basta estar desesperado, só é preciso precisar de aprovação.

Já surfo há alguns anos nesta praia virtual, o que me rendeu a prática em identificar os fakes antes mesmo de checar seus perfis. Ultimamente tenho recebido uma penca de solicitações de amizades de gente "estranha", com poucos ou nenhum amigos, que não manda e nem responde email, que publica fotos genéricas e que acredita com fé que vou cair na deles.

Não sei, mas acho que adultos que caem nessas são carentes de alguma coisa. Precisam acreditar em algo pra que a vida faça sentido. Quando crianças acreditavam em coelho da Páscoa, Papai Noel e Fada dos Dentes. Já mais crescidos, precisam acreditar que a gostosona online, de corpo escultural, mente aberta e inteligentíssima tá mesmo interessada em saciar a carência da vida real de quem só sabe brincar com o mouse nas mãos.

05 julho 2013

Gente como a gente

Como você


Adoro ler biografias. Não sou muito fã de ficção ou faz-de-contas e nem cresci lendo histórias de princesas. Com certeza existem romances incríveis pra serem lidos, mas gosto mesmo de saber como é que as pessoas de sucesso chegaram lá. Tudo bem que as narrativas são, às vezes, super resumidas e que parece que as coisas aconteceram do dia pra noite, mas ainda assim, prefiro pensar que aquela história realmente aconteceu e que tudo é possível.
Já chorei com a biografia de Kurt Cobain (Heavier than Heaven) quando ele e Kris brigam no aeroporto, só imaginando a cena contada nas páginas. Também chorei lendo sobre a morte da filha do Vince Neil em The Dirt, a biografia do Mötley Crüe (aliás, uma das mais bacanas que li até hoje e recomendo!). Conheci uma Amy Winehouse que não tinha ideia que existia e virei fã do Nelson Mandela depois de saber pelo que passou antes de se tornar presidente da África do Sul. Tenho uma pilha de outras histórias lidas e muitas esperando a sua vez na fila. 
Já trabalhei com artistas e por conta disso sempre os enxerguei com outros olhos, sem nenhum deslumbramento. Não coleciono autógrafos e sempre esqueço de tirar aquela foto de recordação. Quando alguém perguntava quem eu conhecia ou já tinha entrevistado, se espantava com a lista de ídolos e, depois de um suspiro daqueles, a curiosidade era sempre a mesma: “Mas como ele/ela é?”. Ué, eles são iguais a mim, a você, a todos nós!
Recentemente li um livro da Kat Von D, aquela tatuadora do LA Ink. O The Tattoo Chronicles é uma mistura de diário com as conversas que ela teve com as pessoas que tatuou, sem falar que é super bem ilustrado e lindo! Sempre gostei muito dela e do estilo que tem. Precisa de muita personalidade pra bancar aquelas tatuagens e ser meio "prafrentex", uma das poucas mulheres a trabalhar numa profissão de macho, sem contar que namorava o Nikki Sixx, um cara que se me desse bola, eu pegaria... (suspiro!). Mas lendo seu livro, percebi que ela é igualzinha à nós, mocinhas apaixonadas, enquanto relatava suas aventuras e desilusões amorosas, os altos e baixos da vida e do amor. Cansei de ver fotos dela por aí com a cara limpa, maquiada, gordinha e magrinha. Ela enfrenta as mesmas batalhas que enfrentamos. Tem TPM, às vezes briga com o espelho e faz de tudo pra agradar o homem que ama, com direito a inseguranças, surpresas e bilhetinhos carinhosos.
Penso nisso, em quanto os famosos são iguais à nós, meros mortais, quando vejo aqueles flagras de sites de fofocas mostrando as atrizes hollywoodianas saindo de uma Starbucks na manhã seguinte ao Oscar, usando calças de moletom, cabelo preso, com a pele toda marcada por espinhas e olheiras de Familia Adams. Glamour zero! 

Temos essa mania boba de colocar artistas de TV em pedestais glitterizados, fazer deles nossos deuses pessoais e seguir o exemplo que nos passam. O problema é que só vemos o lado bom e nos sentimos infelizes quando não temos a pele lisinha, o cabelo de comercial de xampu e o corpo de Gisele Bündchen. Só quem nem todos levantam da cama maquiados, com o pé direito e sorrindo pras câmeras. Artista tem bafo quando acorda, remela nos olhos e dor de cabeça também, dias bons e dias ruins. Somos todos farinha do mesmo saco, a diferença é que a embalagem dele é mais cara que a sua, mas quem disse que o bolo que fazem é melhor do que o seu?

03 julho 2013

Pau mandado

Homem capacho


Recentemente namorei um cara que não saia de casa sem que me pedisse aprovação da roupa que tinha escolhido pra ocasião. Eu achava aquilo muito estranho. Afinal, quem era eu pra escolher a roupa que ele tinha ou não que usar se já era crescido e sabia o que vestir? Seria o mesmo de um homem impedir uma mulher de usar saia curta ou roupa justa, só que ao contrário. Aquilo era retrógrado demais pra minha cabeça. Era... Até ele confessar o motivo: a (cafona) ex dele era quem escolhia e dava o aval das roupas que ele comprava, usava ou não.

Depois disso, passei a reparar nos homens pela rua e percebi que é muito fácil identificar um pau mandado, aquele ser sem personalidade que só não se jogou da ponte a pedido da namorada porque ainda lhe resta um pouco de bom senso. Esse exercício é bem simples: repare na roupa que usa, no comportamento real e virtual dele e, principalmente, se ele carrega a bolsa dela, se a resposta pra uma dessas questões foi “sim”, então, minha filha, está diante de um autêntico modelo de pau mandado!

O cara usa gravata florida ou com motivos infantis, anda todo engomadinho? Xi... Sinal vermelho! Não dá pra imaginar um cara, macho ou não, entrando numa loja e escolhendo o acessório coberto de florzinhas, extremamente colorido ou com o rosto do Pernalonga. Esse é o tipo de presente de namorada que, além do mau gosto, se comporta igual cachorro, marcando o território e mostrando que quem manda no guarda roupa dele é ela. Outras peças do vestuário também entregam. Se cara que não se sente bem com a roupa que usa, pode apostar, tá vestindo a fantasia escolhida pela namorada.

Eu nunca achei charmoso, carinhoso, atencioso ou simpático homem que carrega bolsa de mulher. Se ela escolheu sair de casa com o peso, ela que carregue. Há outras formas de mostrar cavalheirismo. Abrir a porta do carro, de casa, puxar a cadeira num restaurante ou pagar a conta são provas de como um homem pode ser gentil. Carregar a bolsa da mulher não está entre elas. É estranho, feio e nem combina com ele.

Homem que tem hora pra voltar pra casa, que tem que ligar pra dar satisfação do que tá fazendo repetidas vezes ao longo do dia não tem síndrome de Cinderela. Tem, sim, é rabo preso com mulher mandona e caga de medo de ser pego no bar, batendo papo com os amigos, enquanto ela bate perna por sabe lá Deus onde. Você vê o cara soando frio cada vez que o telefone toca e ele tá longe de onde “deveria” estar.

Falta de mulheres em redes sociais e uma foto do casal no perfil dele são também um ótimo sinal de que o moço só falta andar de coleira por aí. Mulher controladora manda deletar as amigas do Facebook, Twitter, Instagram e, se puder, da vida dele e ainda faz questão que o rapaz use uma foto deles juntos pra mostrar pras outras que ousarem puxar conversa que ele tem dona.

No fundo, tenho muita pena de homens assim. Falta coragem e sobra insegurança pra dizer que quem manda nele é ele mesmo. Não existe nada mais broxante do que homem que faz o que os outros mandam. Nem preciso dizer que o relacionamento mencionado no início do post não durou muito. Gosto de homem com personalidade e que sabe o que quer, que depende de mim só pra ganhar carinho e atenção. Carrego as minhas bolsas, porque as escolho a dedo e combinam com as minhas roupas, tenho muito mais confiança no meu taco do que periguete de rede social e odeio que os outros me deem satisfação da vida que levam. Adoro homem que usa gravata, mas prefiro as que ele escolhe pra fazer bonito a sair com as que eu combinaria com os ternos que usa só pra dizer que ele é meu. Homem não é gado pra ser marcado e há formas bem mais interessantes de dizer pro mundo que aquele ali já tá laçado. E elas não incluem roupas, bolsas ou status em rede social. Garanto!