05 julho 2013

Gente como a gente

Como você


Adoro ler biografias. Não sou muito fã de ficção ou faz-de-contas e nem cresci lendo histórias de princesas. Com certeza existem romances incríveis pra serem lidos, mas gosto mesmo de saber como é que as pessoas de sucesso chegaram lá. Tudo bem que as narrativas são, às vezes, super resumidas e que parece que as coisas aconteceram do dia pra noite, mas ainda assim, prefiro pensar que aquela história realmente aconteceu e que tudo é possível.
Já chorei com a biografia de Kurt Cobain (Heavier than Heaven) quando ele e Kris brigam no aeroporto, só imaginando a cena contada nas páginas. Também chorei lendo sobre a morte da filha do Vince Neil em The Dirt, a biografia do Mötley Crüe (aliás, uma das mais bacanas que li até hoje e recomendo!). Conheci uma Amy Winehouse que não tinha ideia que existia e virei fã do Nelson Mandela depois de saber pelo que passou antes de se tornar presidente da África do Sul. Tenho uma pilha de outras histórias lidas e muitas esperando a sua vez na fila. 
Já trabalhei com artistas e por conta disso sempre os enxerguei com outros olhos, sem nenhum deslumbramento. Não coleciono autógrafos e sempre esqueço de tirar aquela foto de recordação. Quando alguém perguntava quem eu conhecia ou já tinha entrevistado, se espantava com a lista de ídolos e, depois de um suspiro daqueles, a curiosidade era sempre a mesma: “Mas como ele/ela é?”. Ué, eles são iguais a mim, a você, a todos nós!
Recentemente li um livro da Kat Von D, aquela tatuadora do LA Ink. O The Tattoo Chronicles é uma mistura de diário com as conversas que ela teve com as pessoas que tatuou, sem falar que é super bem ilustrado e lindo! Sempre gostei muito dela e do estilo que tem. Precisa de muita personalidade pra bancar aquelas tatuagens e ser meio "prafrentex", uma das poucas mulheres a trabalhar numa profissão de macho, sem contar que namorava o Nikki Sixx, um cara que se me desse bola, eu pegaria... (suspiro!). Mas lendo seu livro, percebi que ela é igualzinha à nós, mocinhas apaixonadas, enquanto relatava suas aventuras e desilusões amorosas, os altos e baixos da vida e do amor. Cansei de ver fotos dela por aí com a cara limpa, maquiada, gordinha e magrinha. Ela enfrenta as mesmas batalhas que enfrentamos. Tem TPM, às vezes briga com o espelho e faz de tudo pra agradar o homem que ama, com direito a inseguranças, surpresas e bilhetinhos carinhosos.
Penso nisso, em quanto os famosos são iguais à nós, meros mortais, quando vejo aqueles flagras de sites de fofocas mostrando as atrizes hollywoodianas saindo de uma Starbucks na manhã seguinte ao Oscar, usando calças de moletom, cabelo preso, com a pele toda marcada por espinhas e olheiras de Familia Adams. Glamour zero! 

Temos essa mania boba de colocar artistas de TV em pedestais glitterizados, fazer deles nossos deuses pessoais e seguir o exemplo que nos passam. O problema é que só vemos o lado bom e nos sentimos infelizes quando não temos a pele lisinha, o cabelo de comercial de xampu e o corpo de Gisele Bündchen. Só quem nem todos levantam da cama maquiados, com o pé direito e sorrindo pras câmeras. Artista tem bafo quando acorda, remela nos olhos e dor de cabeça também, dias bons e dias ruins. Somos todos farinha do mesmo saco, a diferença é que a embalagem dele é mais cara que a sua, mas quem disse que o bolo que fazem é melhor do que o seu?

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