Homens que procuram por uma Amélia precisam voltar ao século passado, quando as mocinhas estavam dispostas a fazer tudo (tudo mesmo) pra agradar e agarrar seu partidão. Hoje em dia, mulher que lava, passa e cozinha só pra prender o futuro marido virou raridade. Elas sabem se virar sozinha e estão bem assim, do jeito que estão.
Aliás, estão cada vez mais sozinhas. E não é por falta de opção. Mas as boas opções, assim como a Amélia, andam sumindo do mapa. Elas estão cada vez mais exigentes e nem um pouco a fim de perder tempo com relacionamentos que não chegam a lugar nenhum.
O inimigo do cupido é o rigor com que as mulheres andam escolhendo suas companhias. E não é pra menos. Pra ganhar espaço na vida das meninas, que estão cada vez mais conscientes de sua autossuficiência (e eu odeio essa nova gramática!), tem que ser bom. Mesmo! Elas estão aprendendo a buscar a gratificação em coisas que não dependem dos homens e, hoje, a solidão - apesar de não esquentar ninguém - não humilha mais.
Muitas delas cansaram de se dar mal ao colocar os homens como o centro de seus universos. Agora, eles são um dos planetas e estão no mesmo grau de importância das amigas, do trabalho, das baladinhas, dos animais de estimação, dos hobbies ou de um filme muito bom. E, quem disse que pra ser feliz tem que casar, ter filhos e cachorro?
São poucas as que procuram um protetor. Esse papel pode muito bem ser feito pelos pais, caso precisem de proteção. Elas querem um homem companheiro, que caminhe junto e que podem também chamar de amigo. Enquanto os homens, ou a maioria deles, só espera encontrar uma mulher para um relacionamento descartável.
Levar o amor a sério demais, pensar nisso o tempo todo como se fosse o único assunto no mundo, transbordar carência afetiva não fazem mais parte da pauta das solteironas. Elas estão percebendo que homem não é o único remédio pra solidão. Florais de Bach e amigos podem suprir esse buraco. E têm tapado todas as crateras pra maioria das moças. A verdade é que mulheres seguras, que confiam no próprio taco, são afrodisíacas. Escolhem mesmo e sabem que ninguém é a metade da laranja de ninguém. Elas nascem inteiras e não deixam na mão de qualquer um a responsabilidade de se sentir completas.