05 fevereiro 2010

Tudo ou nada


Não sei ser 50%. Nem 60%, 70%, 80% ou 99%. Abaixo disso também não tem muito a ver comigo. Os opostos me atraem. Sou 0% ou 100%. E não 8 ou 80. Comigo é tudo ou nada. Nothing in between não faz o meu estilo. Na escola, podia ser uma aluna de notas medianas. Mas isso não quer dizer que não dava 100% de mim.

O copo meio cheio ou meio vazio não me apetecem. Sempre cheios até a boca, esperando a última gota pra transbordar, ou guardados no armário esperando pra serem usados, completamente vazios. Essa é a minha regra.

Não consigo deixar cadernos em branco. Quando escrevo, marco o papel, como se quisesse deixar ali também uma marca minha. Mostrar que estive ali, e com intensidade. Não paro um livro no meio e nem os deixo encostados num canto qualquer. Não acredito que histórias foram criadas pra serem interrompidas na metade ou que não mereçam destaque. Não sei ser neutra ao que está a minha volta e muito menos sei sentar, diante de um papel novinho, sem que eu deixe - de alguma forma - o meu registro ali.

Eu vivo. Intensamente! Mesmo que seja errado aos olhos dos outros. Estes, provavelmente, são 50%. Gente em cima do muro me aborrece. Situações rotineiras me entediam. Acomodações me tiram do sério. Quero experimentar TUDO. E, pra mim, a vida é assim. Pra se arrepender daquilo que se faz, não pra lamentar algo que se poderia ter feito.

Não bebo leite morno e nem como nada light, com metade das calorias. Mergulho de cabeça. E não tenho medo da profundidade. Quero um Romeu, e não um Hamlet.

Não sei amar pela metade. Nunca soube. Aliás, não se trata só de amor, mas de qualquer tipo de sentimento. Não sinto nada mais ou menos. Ou eu gosto ou não gosto. Não sei sentir nada em doses homeopáticas. Preciso (e gosto) de intensidade, mesmo que ela seja ilusória e se não for assim, prefiro que não seja.

Não me apetece viver histórias medíocres, paixões não correspondidas e pessoas água com açúcar. Não sei brincar de ser café com leite. Só quero na minha vida gente que transpire adrenalina de alguma forma, que tenha coragem suficiente pra me dizer o que sente antes, durante e depois. Porque eu acho sempre muitas coisas - porque tenho uma mente fértil e delirante - e porque posso achar errado (e ter que me desculpar), e detesto pedir desculpas, embora o faça sem dificuldade se me provarem que eu estraguei tudo achando o que não devia.

Quero grandes histórias. Quero o amor e o ódio. Quero o mais, o demais... ou o nada. Não me importa o que é de verdade ou o que é mentira, mas tem que me convencer, extrair o máximo do meu prazer e me fazer crer que é para sempre quando eu digo convicta que "nada é para sempre".

Porque só assim eu me divirto e é só isto que me interessa. Intensa? Sim! E daí? Não tô na vida de passagem, babe. E nem pra perder tempo... O meu, por exemplo, vale ouro!

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