16 junho 2015

Toda forma de amor

Esse último Dia dos Namorados deu o que falar, né? E pra desespero do deputado da PQP Marco Feliciano a tendência é “piorar”. “Piorar” entre aspas porque algumas pessoas ainda pensam que vivemos na Idade da Pedra, onde homem comia mulher e ponto. Ou pelo menos comia a mulher na frente dos outros e o resto às escondidas e ninguém sabia ou se importava, porque naquela época era vital sobreviver e não cuidar da vida alheia.

O Boticário lançou aquela campanha “polêmica” (vá se acostumando com as aspas, porque parece que serão muitas neste texto, e o que há dentro delas não reflete a minha opinião, mas a de uma sociedade hipócrita – sem aspas) para essa data tão especial que celebra o amor. AMOR, minha gente mente fechada, não se limita ao gênero oposto ao seu. Amor, como você ama estampar no seu Facebook, não tem limites e nem se coloca entre aspas. E por que raios o amor escolheria a quem amar?

Vou te dar um exemplo bem idiota: você tem seu animalzinho de estimação, certo? Gato, cachorro, cobra, passarinho, peixe ou a vaca da sua amiga, com quem você posta fotos, faz declarações apaixonadas, enche de mimos... A não ser que seja tudo falsidade, você expressa ali, nesses posts, o que sente por algo (ou alguém, na sua opinião). E, tudo bem. Porque, afinal de contas, beijar o focinho do seu cachorro peludo, que enfia o nariz no mijo de outro bicho enquanto você o leva pra passear na rua é OK, né?

Qual seria, então, o problema com a tal campanha publicitária que mostrou outras formas de amor, que não era aquela que você demonstra pelo seu gato, cachorro ou a piranha da sua amiga? O que há de errado em amar alguém igual a você?

Todo mundo pára pra ver briga na rua. Filma. Coloca no YouTube. Compartilha loucamente como se não houvesse amanhã. Essa semana mesmo, assisti um vídeo de dois bêbados quebrando o pau, em plena luz do dia, e logo embaixo muita gente comentando o post com KKKKKKKK’s infinitos. Dois homens brigando é engraçado, divertido, digno de compartilhamentos. Mas dois homens demonstrando sentimentos é tosco, nojento e desprezível? Reveja seus conceitos pré-históricos, bossais e ultrapassados urgentemente.

No ultimo final de semana, o final de semana dos namorados, enquanto eu comprava os meus próprios presentes numa livraria da Paulista, vi duas meninas apaixonadas trocando um rápido selinho e presentes. Em plena luz do dia, numa livraria lotada. Minha reação? Continuei a vida sem fazer drama, protesto ou baixaria. Ninguém morreu com isso e ninguém nunca morrerá. O Feliciano (e você que tem a cabeça fechada) que se acostume com a “modernidade”. Todo mundo pede amor, mas não perde a oportunidade de começar uma guerra, nem que o motivo da briga seja o próprio amor, oferecido àquele que não os convém.

Pra todos vocês que ainda condenam essa forma de amor, o meu desejo é que morram sozinhos, sem ninguém pra amar ou que os ame. E que você se contente – “apenas” – com o amor próprio, se é que tem algum já que rejeita o amor de um semelhante, né?

2 comentários:

StelaWashington disse...

Oportuno e verdadeiro.

javic disse...

Muito bom o texto :)