11 fevereiro 2014

Isso é uma vergonha!

Quem me conhece sabe que não sou engajada em nenhuma causa política e que passo longe de discussões que envolvem esse assunto. Simplesmente porque não tenho saco, paciência ou chame do que quiser pra gente que não é aberta a escutar outros pontos-de-vista e aprender com eles. Ou seja, discussões sobre política, políticos, partidos não levam a lugar nenhum, mas a desafetos. E acho que o mundo precisa de amor.

Mas, ontem, mataram um cinegrafista no meio de uma dessas manifestações “pacíficas”. Não, ele não morreu, porque não era um doente em estado terminal, ou estava dirigindo imprudentemente um carro em alta velocidade na contra-mão, ou se quer à beira de uma ponte, pronto pra cometer suicídio. Ele foi morto, atingido por um rojão bem no meio da cabeça enquanto tra-ba-lha-va, cobrindo imparcialmente uma dessas manifestações estúpidas cheia de gente ignorante. Aí, queridos, não dá pra ficar calada.

Estou generalizando? Nessas manifestações não têm só gente imbecil? Toda a polícia comete excessos? FODA-SE! Mataram o pai de uma jornalista, o marido de alguém, um cara de 49 anos, que estava no meio do caos, apenas cumprindo sua função: a de levar informação pra você que defende manifestante abusado, que parte pra ignorância quando não tem os pedidos atendidos, igualzinho fazem as crianças mimadas.

E se fosse o seu pai? Tenho cada vez mais nojo desse país e das pessoas desumanas que moram nele, que perdem a razão – seja ela qual for – quando apelam pra violência. Sou jornalista também. E se fosse eu? Como estaria a minha mãe? Ou até mesmo você, que se importa um pouco comigo, como estaria?

O Jornal Nacional, que é tão hostilizado por defender esse ou aquele partido, esse ou aquele ponto-de-vista, fechou sua edição de ontem prestando uma homenagem ao cinegrafista e tentando colocar na cabeça dessa gente ignorante que imprensa é imparcial. 

Queridos, isso a gente aprende na primeira semana de aula. Até se você, que já pensou em ser jornalista e desistiu no meio do caminho, deve ter ouvido essa máxima de algum professor. William Bonner foi claro: Jornalista não é um ser especial, mas um elemento fundamental numa democracia (essa “merda” de regime em que vivemos, que te garante o direito de ir, vir, reclamar, mas não o de matar alguém), pois é a imprensa que informa, imparcialmente, o cidadão pra que ele crie suas opiniões. Sem cidadãos informados não existe democracia e essa bomba atingiu em cheio alguém que era os olhos e os ouvidos da sociedade.

Que ele não tenha sido morto em vão. Mas que descanse em paz. 


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