22 fevereiro 2013

A fé não move montanhas

(Atualizado)

Faz 2 dias que assisto, depois de um dia de trabalho, aquele tal "Show da Fé", comandado por R.R. $oares. Prefiro não creditar meu cansaço à tanta baboseira... Mas ainda assim não consigo entender o que leva tanta gente a acreditar num charlatão e marketeiro, que usa a humildade e ignorância de pessoas simples pra fazer tanto dinheiro.

Pregação, palavra de Deus, "em nome de Jesus" e lições ficam em segundo plano. O negócio do cara que se auto-intitula "missionário" é vender. Vender o próprio canal de TV paga (porque o aberto é coisa do capeta e tem muitas obscenidades que levam pessoas do bem pro mal caminho), vender livros, vídeos, bíblias e pedir dinheiro como forma de patrocinar a igreja, afinal de contas "Fevereiro é um mês curto, as pessoas se esquecem de fazer suas contribuições, então pegue esta guia que nossos ajudantes estão passando, destaque e preencha com seus dados e pague o boleto na agência mais perto de você". Se pudesse colocar um preço na própria mãe e dizer que ela era obra do Espírito Santo, R.R. $oares venderia a coitada também!

A fé não move mais montanhas. Ela move contas bancárias. Mas o problema é que o crente... não vê! A fé move, sim, o cérebro e o que resta de inteligência e bom senso na cabeça de um povo já sofrido e fodido, que acorda cedo, trabalha pra cacete e dedica o resto do dia a ouvir um monte de blá blá blá que tá enriquecendo esse bando de esperto.

Frequentei escola de freiras. Lia a Bíblia nas aulas de Religião. Mas também tive aulas, na mesma época, de Estudos Sociais. Ganhei bom senso e discernimento, além de conhecimento sobre a realidade do meu país. Aprendi que, há mais de 2 mil anos, Jesus pregava aquilo que acreditava, mas tirava do próprio bolso pra dar a quem não tinha. Além disso, seus templos não tinham ar condicionado ou poltronas de cinema 3D. Não pagava pra entrar e nem pra sair.

A igreja católica também não anda bem das pernas. Tem perdido, a cada dia, seguidores para essa lavagem cerebral cristã do Reino de Deus (ou do capeta?). Com a morte de João Paulo II apostou num papa com cara de poucos amigos. Não deu certo, fez o cara renunciar pra receber uma aposentadoria de R$7 mil e passar os próximos dias escolhendo seu substituto que, certamente, será mais carismático e terá cara de Papai Noel.

Religião virou negócio. Perdeu o sentido. Não é mais a conversa com Deus, a meditação, a busca pela paz interior e a calma. Religião virou profissão, CD, DVD, evento grande e blá blá blá.

Concordo com Marília Gabriela (apesar de não gostar muito dela): quem precisa ser guiado por um pastor certamente tem cérebro de ovelha.

Amém?

Apenas reforçando a minha teoria (se é que posso chamar isso assim - nada mais justo, aliás), saiu uma lista da Forbes com os pastores mais ricos do Brasil. Espero que seus seguidores sejam chamados pros churrascos com cerveja na casa de cada um pra comemorar esses novos valores em nome de Jesus!




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