04 janeiro 2012

O jornalismo de merda

O que aconteceu com o texto jornalístico? Já não ensinam mais na faculdade como escrever um bom título, uma matéria bacana? Ou isso se deve a esse vai-e-vem da obrigação do diploma no curso?

Quando frequentava as aulas, lembro bem de muitas dicas. Usei todas no tempo em que exerci a profissão e muitas delas (é lógico!) ainda uso, já que fazem do texto algo bom de ser lido.

O que me chama a atenção ultimamente, sempre que leio um site de notícias, são as chamas e os textos mal-escritos (muitos deles com erros de revisão - e não culpe a "pressa" do online por isso, pois também já trabalhei em site e sei da rapidez com que as notas precisam estar no ar, mas isso não justifica erros de concordância e ortografia!). Tenho vontade de mandar um vírus pro jornalista que diz que "fulano foi visto badalando em tal lugar", "fulaninha exibe a boa forma na praia" ou essa vontade de sensacionalizar absolutamente tudo!

Primeiro: quem badala é sino. Jornalistas precisam mudar o verbo. As pessoas saem pra se divertir, beber, comer, encontrar os amigos, dançar. Não pra badalar! A não ser as vacas, que badalam os sinos, e essas, nesses tempos de jornalismo de merda, tem ganhado cada vez mais destaque na primeira página de sites que prezam tudo, menos a informação. Segundo: não é a fulana que exibe boa forma, é o veículo que não publica mulher dragão pra não perder dinheiro/audiência. Terceiro: se os títulos do Notícias Populares fossem sucesso, o jornal não tinha ido pro saco há mais de uma década.

É impressionante o número de notícias geradas por assessorias de imprensa que acabam parando na capa dos sites. O que aconteceu com o jornalista? Ficou com preguiça de ir atrás da informação? É mais fácil checar o Twitter da fulanada e copiar releases e links enviados por assessores? Bando de vagabundo! Ganhar a vida assim é fácil...

No meu tempo (e sim, acho que estou ficando velha), jornalista tinha que ir a campo, ligar, checar notícia, revisar o que ia escrever pra só então publicar uma nota. Não tinha Twitter, Facebook, nem YouTube pra facilitar as coisas. E mesmo se tivesse, qual a vantagem de ler num site o que posso conseguir primeiro no blog de um artista, por exemplo?

Não é à toa que os salários são pagos com atraso e estão cada vez mais baixos. Jornalistas, vocês merecem o que recebem, quando recebem! Nana Gouveia deve rir da cara de vocês cada vez que vê um dos vídeos caseiros como chamada em destaque por aí. Quanta credibilidade, hein!

Deus abençoe os livros!

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