07 agosto 2011

Ninguém nasce sabendo

Todo mundo já teve dias de O Diabo veste Prada na vida. Eu, por exemplo, já me vi na pele da Andy um bilhão de vezes. Aliás, toda vez que alguma coisa nova, um desafio daqueles, aparece na minha frente me lembro desse filme...

Lembro do primeiro dia de trabalho numa revista: meu editor sabia que eu morria de medo de avião e, por causa de um acidente de ultraleve, mandou eu arrumar uma matéria sobre o assunto e fazia questão que eu voasse pra contar a minha experiência. Deus foi muito generoso comigo e fez chover muito naquele dia. Por causa do deadline, a pauta caiu e o assunto nunca mais voltou às reuniões.

Largar o jornalismo no auge pra começar uma nova carreira em outra área e ver que, depois de muito apanhar, já domino o negócio, certificada por Cambridge, também me daria direito a nomeação ao Oscar.

Recentemente, tive outra experiência daquelas: fui chamada em cima da hora pra ser, digamos, a babá do Limp Bizkit na passagem da banda pelo Brasil. Eu não tinha a menor idéia do que me esperava, quando vi um ídolo meu desembarcando num aeroporto e esperando que eu fizesse tudo por ele. A única coisa de que tinha total domínio era do idioma. Mais uma vez, Andy me veio na cabeça... Tive que aprender em menos de 24 horas todas as minhas funções, pois nos 4 dias que se seguiram, tudo dependia de mim: da lavanderia onde lavaria as roupas até o que comeriam no jantar. E absolutamente tudo entre os dois.

Ninguém nasce sabendo. Quem quer, aprende. Quem não quer, se fode tentando fazer aquilo que poderia dar conta. Não é todo mundo que se dispõe a tomar todos os murros e tapas na cara. A maioria, na verdade, não aguenta o primeiro tranco. Não nego, já pensei em desistir muitas vezes quando o caldo entornou, mas qual é a graça de encarar um desafio se não se chega até o fim?

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