06 julho 2008

O melhor amigo do homem


Cada vez mais tenho a certeza de que não há remédio melhor pra solução de um problema do que o tempo. Eu deveria ter sacado isso quando minha mãe me tratava com homeopatia, na infância. Eu podia estar surtando de febre e dor, mas ela me enchia de bolinhas doces que levavam uma eternidade pra sanar o problema. Mas eu sempre acabava bem.

Eu sou impaciente. Isso é fato. Detesto, por exemplo, esperar o elevador. Posso estar com pressa ou não. Odeio. Surto! Não gosto mesmo. Imagina como me sinto em relação às coisas mais complexas da vida: o telefonema de um carinha interessante, a resposta de um emprego ou a volta por cima de um fora que tomei de alguém que eu realmente curtia. Como demorava pra passar aquela dor, meu Deus...

Hoje, tenho a certeza de que as coisas acontecem no tempo que devem acontecer. O fora e a recuperação demoram o tempo que precisam demorar pra que fiquemos mais fortalecidos e preparados pra enfrentar foras e decepções lá na frente. Algumas vezes sacrificam mais do que outras. Mas sempre, sempre duram o tempo que deveriam.

Há pouco tempo, alguém me disse que ficamos mais frios quando envelhecemos. Menos sensíveis, mais racionais. E acho que é verdade. O tempo te deixa assim: mais esperto e cauteloso com o que vem pela frente. Você sabe exatamente o que pode machucar, cabe a você evitar ou correr o risco.

É incrível ver coisas que me entristeciam antes, ou me aborreciam, simplesmente passarem batido depois de um tempo. Ou mesmo me pegar pensando coisas do tipo “por que sofri tanto por ele?!”. O tempo cura. É, sem dúvida, o melhor remédio.

Problemas, todos temos. Mesmo quem não mostra, sofre também. Mas o tempo serve pra todo mundo. Basta lembrar que ele existe. E que uma hora, aquele tempo nublado quase chuvoso, abre... E o dia volta a ser de sol outra vez.

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