24 maio 2015

O poder do pole dance

Quem me conhece sabe que sempre odiei atividades físicas. Na escola inventava qualquer desculpa pra não participar dos jogos. “Tô com cólica” era a minha preferida e sempre funcionava. Fiz balé, natação, ginástica olímpica, patinação artística e tênis. Se somar o tempo que me dediquei a cada um desses esportes não dá um ano da minha vida.

Desde criança carregava a bandeira do sedentarismo com o maior prazer. Não era aquela menina que passava o dia na rua andando de bicicleta ou pulando amarelinha. Eu preferia ficar em casa, dando aula pras minhas bonecas, ou num canto com a cara nos livros, quando não resolvia criar as minhas próprias histórias.

Depois de velha, pratiquei beach tennis. E, como o próprio nome “sugere”, qualquer partida envolvia uma viagem à praia. Não demorou muito pra minha raquete pink ficar encostada num canto, no meio das minhas bolsas.

Até frequentei a academia no meu ano sabático. Mas levantar peso era só um motivo pra que eu saísse da cama antes das 10 horas da manhã. Nunca morri de paixão por aquilo e nem combinava comigo. Bastou meu ano off acabar pra minha vontade de malhar ir pro vestiário e não sair mais de lá.

Há 3 meses, porém, resolvi me aventurar em algo que desafiava todas as minhas limitações, da timidez ao despreparo físico, passando pela falta de coordenação motora, força, flexibilidade e tempo: fui à uma aula experimental de pole dance/fitness. Saí dessa experiência com uma única sensação, a de que minha professora tinha me dado uma surra com a barra. Todos os pedacinhos do meu corpo doíam... Desisti? Nem morta (apesar de morta ser a palavra ideal pra definir como me senti)! Encomendei um pole e instalei na sala da minha casa, bem no meio do caminho. 

Descobri algo melhor que terapia e que sou capaz de tirar forças de onde nem imaginava que poderia. E tenho levado isso pra vida. As amigas me perguntam, curiosas, eu recomendo! Aumenta a auto-estima. Os caras elogiam, eu - na minha - dou risada. É incrível o poder que aquilo tem na imaginação desses rapazes. Posto fotos das minhas práticas e conquistas no Instagram e no Facebook não pra me exibir (a opinião dos outros nunca pagou minhas contas), mas pra registrar o meu progresso. Mas, sabe como é... Criei um canal no YouTube com essa mesma intenção e me orgulho de cada movimento, de cada hematoma, de cada queimadura. Mas, sabe como é...  

Sem desmerecer as malhadas, ratas de academia, que mostram os resultados de seus levantamentos de peso fazendo selfies e biquinhos na frente do espelho, enquanto se intitulam Mulher Maravilha, mas heroínas não se prendem ao chão e nem terminam o dia com o corpo do He-Man. Se eu puder dar um conselho. abre o olho, Incrível Hulk: enquanto você faz pose na academia, seu namorado curte meus vídeos, minhas fotos, me elogia inbox e me chama pra sair. 

Esse poder só heroínas que realmente voam têm... É o pole dance, sabe como é? 

2 comentários:

StelaWashington disse...

Orgulho de você. Linda maravilhosa, superando sempre. Continue e brilhe, isso não é pra qualquer um. Os olhares críticos tem um viés de despeito. Te amo, te aprovo, te aplaudo.

Juliana W. disse...

Amo mais ainda :)