25 fevereiro 2014

A zona de desconforto

Nas últimas semanas tenho ouvido um bilhão de reclamações! Provavelmente ando reclamando na mesma intensidade... Gente insatisfeita com o que tem ou com o que faz. Cheia de vontade pra ter mais, fazer diferente, ganhar mais, mas vontade só não move montanhas.

Bem-vindo à zona de conforto! Um lugar que, aparentemente, parece interessante e agradável, confortável como o próprio nome sugere, mas que se você olhar de longe vai ver que é uma merda.
Puxa uma cadeira, pede uma xícara de café e algo pra beliscar, escolha a revista menos chata pra folhear, porque você vai passar um bom tempo aí, nessa salinha de espera da vida, se não tiver coragem o suficiente pra levantar e tocar a vida de forma mais corajosa, de uma vez por todas. O que posso dizer é que nesse lugar aí não há nada de novo, nem de interessante e muito menos desafiador.

Todos nós já passamos por aquela fase em que algo incomoda demais. A gente não sabe se é o trabalho, o cabelo, o corpo, a decoração da casa. Só sabe que incomoda, como uma maldita pedra no sapato. Mas temos a tendência de fazer aquilo que já nos é conhecido, que é cômodo, mais fácil. Evitamos interromper ciclos viciosos, porque isso demanda motivação e comprometimento, então acabamos adiando os desafios, preferindo a inércia por medo do desastre de uma nova experiência. 

Com certeza você já ouviu que “a vida começa onde a zona de conforto termina”. Pura verdade, garantida por quem já teve coragem de dar uma chance a esse ditado popular. De que adianta reclamar da vida, daquilo que se tem, do que se ganha, se falta coragem pra dar um passo à frente? Reclamar é fácil, é cômodo, é confortável. Jogamos pros outros a culpa da nossa insegurança, da nossa preguiça e dessa falta de vontade de buscar algo melhor e recompensador. Acabamos num território que dominamos, limitando nosso desempenho porque temos medo de perder o controle.

Esse estado letárgico e “confortável” só causa danos: além do sedentarismo, desperdiçamos o nosso próprio talento nessa auto-sabotagem, somos impedidos de criar uma carreira ascendente, ficamos estagnados, sem qualquer senso de propósito, só aceitando o que os outros tem a nos oferecer. E que, convenhamos, nunca é bom o suficiente ou algo que achamos que merecemos.

As pessoas estão sempre culpando as circunstâncias pelo que são ou têm. Aquelas que progridem são as que se levantam e procuram pelas circunstâncias que elas querem, e criam as próprias quando não conseguem encontra-las.

A vida não costuma ser gentil com quem é acomodado, com quem passa por ela sentado no sofá da zona de conforto só vendo a banda passar. O preço que se paga por estar nesse lugar é muito alto e, já adianto, não compensa. Sonhe grande e seja mais comprometido com o que planeja fazer. Transforme esse desconforto na faísca que precisa pra dar o primeiro passo, vá, tranque a porta e não volte mais.

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