25 maio 2014

Do que você abriria mão?

"Minha mãe não gosta de café. Mas faz café há 24 anos todos os dias pro meu pai. Isso é amor. O amor se esconde nos detalhes". E foi esse detalhe que me colocou pra pensar hoje.

Muito prazer, meu nome é Juliana Washington. Trabalho igual retardada, por isso, muitas vezes, me sobra pouco tempo pra cuidar do básico, tipo ir ao supermercado ou me inscrever numa academia, levar uma vida saudável e responder e-mails ou mensagens assim que os recebo. Meu trabalho está em primeiro lugar. Sou a primeira a chegar – mesmo que 2 horas antes do meu expediente – e a última a sair. Gosto do que faço, seja isso o que for. E vou sempre me preocupar em fazer direito, porque a opinião dos outros, neste caso, importa pra mim.

Posso me considerar independente. Moro sozinha, no meu próprio apartamento, decorado – milimetricamente - do jeito que eu gosto. Tenho meu lado preferido da cama, aquele perto da porta. Pago todas as minhas contas em dia, inclusive o valor total das faturas de cartão de crédito, que cobrem boa parte dos supérfluos que consumo todos os meses: roupas, maquiagem, bijus, além de saídas com amigas, ingressos pra shows e almoços fora de casa. Eu não cozinho, não gosto, então, já dá pra imaginar o quão difícil será me ver na cozinha preparando algo pra comer. Seja pizza, macarrão ou um sanduíche.

Adoro rock n’ roll. Não pagode, axé, música latina ou MPB. Rock mesmo. Você nunca irá me encontrar numa apresentação do Victor & Léo ou sorrindo num karaokê. Gosto de música pesada, das antigas, que me fazem lembrar coisas muito bacanas que já vivi. Tenho minhas bandas preferidas e minhas baladas, também. Nelas, tenho alguns conhecidos, que vão me cumprimentar e com quem serei sempre atenciosa. A maioria homem, que já me defendeu de muito engraçadinho.

Odeio falar ao telefone. Bater papo em chats também não está na minha lista de coisas favoritas. Uso os dois meios pra combinar encontros, porque prefiro o pessoalmente, o olho no olho. Amo intensamente. Prefiro o junto ao separado. Acredito em histórias de amor. Gosto de agradar. Ouço mais do que falo, apesar de precisar ser escutada, às vezes, também. Não sou boa em dar conselhos. Choro quando sofro. Não sei jogar. Falo o que sinto, porque nunca sei se terei outra oportunidade. Sou daquelas que dá mais chance do que merecem, antes de desistir de vez.

Gosto de coisas com sabor de chocolate e cheiro de baunilha. Falo o mínimo quando acordo. Tento sempre ver o lado positivo das coisas. Gosto de ajudar. Odeio café e cerveja. Prefiro os drinks com Coca-Cola, mas tenho bebido cada vez menos.

Prefiro seriados a filmes, porque acabo dormindo no meio deles. Mas gosto dos engraçados, porque de séria já basta a vida. Amo livros, biografias pra ser mais específica, e não tenho paciência pra discutir política. Não sou do tipo que senta numa mesa de bar e finge ser a intelectualizada pra chamar a atenção de gente que finge entender bem a situação atual do país. Eu prefiro a verdade, sempre. Mas vou sorrir e concordar com aqueles que dividem a mesma opinião que eu. Não espere mais do que isso...

Gosto de escrever. Uso a internet como ferramenta de pesquisa, sou curiosa com assuntos que me dispertam o interesse, quero saber de tudo. Adoro fotos e seria capaz de passar horas olhando pra elas. Já trabalhei com fofoca, joguei pro alto, não concordava com a invasão, por isso a vida alheia não me interessa. 

Tenho 37 anos e meio e gostaria de ter a minha própria família: crianças pra ensinar o que sei e aprendi e marido pra dividir os lados bom e ruim da vida. 


Já abri mão de muitas das coisas listadas acima ao longo da vida pelos outros. Já fiz o que não gosto só pra agradar. E descobri que poucos são capazes do mesmo por alguém. Não é todo marido que valoriza o café da esposa. Abrir mão de algo que molda aquilo que você é não é pra qualquer um. 

E, você, do que seria capaz de abrir mão por alguém? 

Um comentário:

Unknown disse...

No meu caso ta na hora de parar de abrir mão e começar a pensar no que realmente gosto, primeiro descobrir do que gosto. Nem me lembro mais.