Tenho ouvido
muita reclamação sobre o desequilíbrio nos relacionamentos. Não sei se é coisa
de hoje, se é a reinvindicação da vez, mas muita gente tem falado por aí que
anda dando mais do que tá recebendo, ou que não tá recebendo nada, ou
entregando o que tem pra quem não merece receber.
Dá aquela
impressão de que nem sempre a gente recebe o que merece. Acabamos achando que
nos dedicamos mais do que os outros e, no final das contas, percebemos que fomos
os únicos a colocar o esforço na coisa toda. Às vezes, é verdade; às vezes, é exagero nosso.
Relações são
feitas de trocas. É assim desde a época feudal, quando a economia não era
movida a base de moeda e o que prevalecia era o escambo: se um plantava batata
e o outro, banana, trocavam-se os alimentos e todo mundo saía ganhando. A gente
dá, sim, esperando receber algo de volta. Nem que seja um sorriso ou um “muito
obrigado”. Trabalhamos pra receber um salário, emprestamos o ombro pros amigos
porque sabemos que eles emprestarão o deles também quando for a nossa vez de
chorar, damos carinho, amor, respeito esperando (e merecendo) receber todo o
carinho, amor e respeito entregue. Do contrário, tudo não passaria de um baita desperdício.
Quando achamos
que trabalhamos mais do nos é pago, procuramos outro emprego, certo? Por que –
raios - então, encontramos tantas desculpas pra não fazer o mesmo nas outras
relações? Quando estamos sempre disponíveis pros amigos e sozinhos quando
precisamos deles, ou damos amor demais pra quem só nos dá dor de cabeça é hora
de colocar as coisas na balança e ver se o “salário” tá cobrindo as contas ou
te deixando no vermelho no final do mês.
De que vale
dar toda a segurança do mundo, garantias e tal, se pra afastar o medo dos
outros somos nós que ficamos desprotegidos? A verdade é que você merece receber
de volta todo o amor que dá, pago na mesma moeda e sem descontos. De complicada já basta a economia do país, os
relacionamentos não precisam também estar na miséria, né?
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