Hoje recebi um email de alguém que achou o blog por acaso (adoro como as pessoas vem parar aqui!!!) e que me contou um pouco da história dela. É lógico que me vi ali, só que do lado de fora (eita sensação estranha!), lendo algumas coisas que já aconteceram na minha vida inúmeras vezes. E, em todas elas, achei que era o destaque do Livro dos Recordes na categoria "Idiota do Ano". Pra minha alegria, ao ler o email, percebi que não estou sozinha. A verdade é que nunca estamos.
Não vem ao caso contar aqui a experiência dela. Mas pensa na sua vida aí. Busque mentalmente as merdas que você fez ou as coisas que se sujeitou por alguém ou algo que queria muito, e que por conta disso, deixou de lado e enterrado num buraco bem fundo, todos os seus conceitos do que é certo ou errado ou valores em prol de algo que você acreditava que era. Só que não foi! A vida resolveu assim, que não era pra ser. Você não machucou ninguém no caminho, não enganou e nem mentiu... a não ser a você mesmo.
Mesmo sabendo que é "errado", a gente tenta, porque quer. E isso é motivo suficiente. Não é teimosia, é querer. O problema é que os olhos só conseguem enxergar aquilo que nossa cabeça tá pronta pra compreender. Nada além. Você já deve ter ouvido aquele conselho supimpa que diz pra não esquecer a cabeça quando se apaixonar por algo ou alguém, né? Ótimo... É lindo na teoria, bordaria uma toalha com essa máxima, mas na prática a gente sabe que não é bem assim, o coração incha e o cérebro atrofia. E é aí que surgem as desculpas que damos, porque parece que nessas horas a cabeça só serve pra isso.
Todas as desculpas que criamos são um passo pra perto da catástrofe. Ninguém é capaz de segurar a gente no lugar onde não queremos estar, ou seja, se ficamos é porque queremos e temos absoluta certeza de que pertencemos ali. E fazemos isso em todas as áreas da nossa vida.
Acreditamos em "eu te amo" porque soam bem e, quem diz, sabe que gostaríamos de ouvir, mas dizem só pra conseguir algo em troca. Desculpamos traições e mentiras porque acreditamos que este ato nobre vai colocar uma luz no coração de quem nos machucou, quando na verdade a única coisa que estamos dando é a chance de fazerem aquilo de novo. Acreditamos que só porque estamos na TPM podemos comer impunes e livres de calorias extra uma barra de chocolate e um pote de sorvete. Acreditamos que só porque o sapato estava em liquidação, ele tem que passar da vitrine pro nosso armário. "Ah, mas eu tinha todas as cores, só faltava o rosa", "Poxa, mas foram só uns goles a mais depois de um dia tenso de trabalho" e, sem nos darmos contas, estamos protegendo aquilo que nos faz mal, porque acreditamos que ali está nossa última passagem pra felicidade. A gente desculpa e cria desculpas acreditando que vai mudar, que vai nos fazer bem...
Só que não!
O que nos faz (ou deveria fazer) feliz é leve, não solicita desculpas ou explicações detalhadas, é descomplicado e praticamente de graça. Não faz sofrer, não machuca e nem nos faz mentir, principalmente pra nós mesmos.
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3 comentários:
aprendo sempre...com você
Por acaso encontrei o blog. Por acaso estou lendo tudo que estava precisando.
Poxa, Keren... Que bacana! Seja bem-vinda ;)
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