Esse
último Dia dos Namorados deu o que falar, né? E pra desespero do deputado da
PQP Marco Feliciano a tendência é “piorar”. “Piorar” entre aspas porque algumas
pessoas ainda pensam que vivemos na Idade da Pedra, onde homem comia mulher e
ponto. Ou pelo menos comia a mulher na frente dos outros e o resto às escondidas
e ninguém sabia ou se importava, porque naquela época era vital sobreviver e
não cuidar da vida alheia.
O
Boticário lançou aquela campanha “polêmica” (vá se acostumando com as aspas, porque
parece que serão muitas neste texto, e o que há dentro delas não reflete a
minha opinião, mas a de uma sociedade hipócrita – sem aspas) para essa data tão
especial que celebra o amor. AMOR, minha gente mente fechada, não se limita ao
gênero oposto ao seu. Amor, como você ama estampar no seu Facebook, não tem limites e nem se coloca entre aspas. E por que
raios o amor escolheria a quem amar?
Vou
te dar um exemplo bem idiota: você tem seu animalzinho de estimação, certo?
Gato, cachorro, cobra, passarinho, peixe ou a vaca da sua amiga, com quem você
posta fotos, faz declarações apaixonadas, enche de mimos... A não ser que seja
tudo falsidade, você expressa ali, nesses posts, o que sente por algo (ou
alguém, na sua opinião). E, tudo bem. Porque, afinal de contas, beijar o focinho
do seu cachorro peludo, que enfia o nariz no mijo de outro bicho enquanto você o
leva pra passear na rua é OK, né?
Qual
seria, então, o problema com a tal campanha publicitária que mostrou outras
formas de amor, que não era aquela que você demonstra pelo seu gato, cachorro
ou a piranha da sua amiga? O que há de errado em amar alguém igual a você?
Todo
mundo pára pra ver briga na rua. Filma. Coloca no YouTube. Compartilha loucamente como se não
houvesse amanhã. Essa semana mesmo, assisti um vídeo de dois bêbados quebrando
o pau, em plena luz do dia, e logo embaixo muita gente comentando o post com
KKKKKKKK’s infinitos. Dois homens brigando é engraçado, divertido, digno de
compartilhamentos. Mas dois homens demonstrando sentimentos é tosco, nojento e
desprezível? Reveja seus conceitos pré-históricos, bossais e ultrapassados
urgentemente.
No
ultimo final de semana, o final de semana dos namorados, enquanto eu comprava
os meus próprios presentes numa livraria da Paulista, vi duas meninas apaixonadas
trocando um rápido selinho e presentes. Em plena luz do dia, numa livraria
lotada. Minha reação? Continuei a vida sem fazer drama, protesto ou baixaria. Ninguém
morreu com isso e ninguém nunca morrerá. O Feliciano (e você que tem a cabeça
fechada) que se acostume com a “modernidade”. Todo mundo pede amor, mas não
perde a oportunidade de começar uma guerra, nem que o motivo da briga seja o próprio
amor, oferecido àquele que não os convém.
Pra
todos vocês que ainda condenam essa forma de amor, o meu desejo é que morram
sozinhos, sem ninguém pra amar ou que os ame. E que você se contente – “apenas”
– com o amor próprio, se é que tem algum já que rejeita o amor de um semelhante, né?
2 comentários:
Oportuno e verdadeiro.
Muito bom o texto :)
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