Não falo sobre política. Odeio esses
debates promovidos nas redes sociais às vésperas das eleições. Não assisto
horário político e nem os confrontos entre os candidatos exibidos na TV. Assim
como também não converso sobre religião. Pode parecer óbvio evitar estes tipos
de assuntos, mas prefiro assim a perder a admiração que ainda tenho por algumas
pessoas.
Primeiro, porque quem realmente gosta
de discutir política tem a cabeça fechada demais pra aceitar a opinião dos
outros e tenta, a todo custo, me convencer de que o ponto de vista dela é o
correto. O mesmo sobre as crenças que temos. O que acredito ser bom pra mim não
será o mais indicado pra outra pessoa. Temos backgrounds diferentes e isso é saudável. Não há certo ou errado.
Não nestes dois casos.
Apesar de achar que o voto deveria
ser opcional – acredito cegamente que o resultado das eleições seria bem
diferente do que aquele que tivemos até agora – eu já tenho meu candidato. E baseio
a minha decisão naquilo que mais se aproxima do que sou. Afinal, alguém teria
que me representar.
Porém, o que tenho visto por aí anda
me fazendo pensar se o povo desse país tem mesmo (algum) bom senso (sobrando).
Não quero defender aqui nenhum candidato, nem o meu, nem o sem. Mas culpar o
atual governador pela seca de São Paulo e a falta d’água na cidade acho um
pouco exagerado, afinal o coitado não é São Pedro. Não me lembro de nenhum
político prometer chuva pra uma cidade desse porte. Pelo menos as promessas ainda
não chegaram neste ponto. Mas, e você, playboyzinho, que lava seu carro – pelo
menos – uma vez por semana pra impressionar as menininhas, o que tem feito
pelas nossas represas? Sua faxineira sabe que não é ecologicamente correto
lavar a calçada da sua casa com mangueira? Quando a senhora toma aquele banho demorado,
tem consciência de que já estamos usando o volume morto da represa que abastece
a nossa cidade e não apenas a sua casa?
Também acho um pouco demais exibir a
imagem de uma polícia despreparada pra lidar com uma população sem limite como se isso fosse culpa de quem a comanda ou dos próprios
policiais, que estão cada vez mais brigando pela própria vida do que
preocupados em salvar a população de bandidos. A culpa é da sua mãe que não
bateu na sua bunda o suficiente quando você era criança e achava
bonito desrespeitar as “autoridades” (leia-se a autoridade da sua própria mãe,
dos mais velhos, e dos professores que te aturavam na escola).
Acho infantil transferir a culpa,
tentar se isentar dela, só pra parecer politizado e consciente. O mundo aonde
você mora pode ser comandado por políticos, mas não pertence a eles. Políticos
são transitórios, vem e vão. Existe
abuso de autoridade, sim. Assim como talvez não tenha existido um planejamento
apropriado do controle da água que sai da sua
torneira. Mas culpar uma só pessoa por isso só pra livrar a sua falta de
educação e respeito não lhe torna santo.
Não falta consciência política, mas
social. E aí (como canta o Titãs há muitoooo tempo), quem quer manter a ordem e
quem quer criar desordem?
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