05 agosto 2014

Eu voltei...

Voltei a ler livros antes de dormir. Aliás, voltei a comprá-los também, pra depois passar a tarde com a cara no meio das novas aquisições numa Starbucks, tomando lattes demorados, sem ter que dar minha atenção pra alguém que reclama do gosto do café.

Voltei a me presentear com mimos bem femininos, porque cansei de esperar presente ou agrado de alguém. Voltei a frequentar restaurantes japoneses e a me entupir de peixe cru e arroz frio. Voltei a sair com as amigas, sem ter medo de ser abordada por estranhos e seus elogios. Voltei a me produzir pra passeios, porque já passei tempo demais em casa, de calça jeans e camiseta e, meus sapatos de salto alto agradeceram a decisão.

Voltei a assistir meus seriados preferidos sem legendas, não porque já os conheço de cor, mas porque as malditas letras no rodapé da TV me roubam o foco. Voltei a encher minha geladeira só com o que gosto. Voltei a confiar nas pessoas (certas) e a acreditar em promessas.

Desaposentei aplicativos de chat no meu celular. Voltei a fazer planos! Não posso me acomodar naquilo que tanto me incomoda. Não tenho esse direito...

Depois de agradar muito quem não merece, você chega a conclusão de que deve valorizar a única pessoa que estará do seu lado até o fim: você mesmo. Chega uma hora em que você percebe que fez tanto por alguém que a única coisa que resta fazer é parar, se distanciar e deixa-los partir. Dar lugar pra quem quer ficar. E nem sempre deixar de fazer algo por alguém significa que desistiu ou não tentou.

É preciso saber separar a determinação do desespero. O que é seu, de verdade, no final será seu. E o que não for, não importa o esforço que tenha feito ou continue fazendo, nunca será.

Chega uma hora em que você cansa de virar a página, porque percebe que a história não é a sua, que não faz mais parte dela. E nessa hora, o melhor é trocar o livro. Eu já sou outra (ou, talvez, a mesma de antes de você chegar) e, sendo outra, já não sou mais sua. Eu voltei a ser minha. 

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