Voltei a ler
livros antes de dormir. Aliás, voltei a comprá-los também, pra depois passar a
tarde com a cara no meio das novas aquisições numa Starbucks, tomando lattes demorados, sem ter que dar minha
atenção pra alguém que reclama do gosto do café.
Voltei a me
presentear com mimos bem femininos, porque cansei de esperar presente ou agrado
de alguém. Voltei a frequentar restaurantes japoneses e a me entupir de peixe
cru e arroz frio. Voltei a sair com as amigas, sem ter medo de ser abordada por
estranhos e seus elogios. Voltei a me produzir pra passeios, porque já passei
tempo demais em casa, de calça jeans e camiseta e, meus sapatos de salto alto
agradeceram a decisão.
Voltei a
assistir meus seriados preferidos sem legendas, não porque já os conheço de
cor, mas porque as malditas letras no rodapé da TV me roubam o foco. Voltei a
encher minha geladeira só com o que gosto. Voltei a confiar nas pessoas
(certas) e a acreditar em promessas.
Desaposentei
aplicativos de chat no meu celular. Voltei a fazer planos! Não posso me
acomodar naquilo que tanto me incomoda. Não tenho esse direito...
Depois de
agradar muito quem não merece, você chega a conclusão de que deve valorizar a
única pessoa que estará do seu lado até o fim: você mesmo. Chega uma hora em
que você percebe que fez tanto por alguém que a única coisa que resta fazer é
parar, se distanciar e deixa-los partir. Dar lugar pra quem quer ficar. E nem
sempre deixar de fazer algo por alguém significa que desistiu ou não tentou.
É preciso saber separar a determinação do desespero. O que é seu, de verdade, no final
será seu. E o que não for, não importa o esforço que tenha feito ou continue
fazendo, nunca será.
Chega uma
hora em que você cansa de virar a página, porque percebe que a história não é a
sua, que não faz mais parte dela. E nessa hora, o melhor é trocar o livro. Eu
já sou outra (ou, talvez, a mesma de antes de você chegar) e, sendo outra, já não sou
mais sua. Eu voltei a ser minha.
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