19 junho 2014

Amigos… ? Não, obrigada!



O relacionamento termina e surge um dos maiores clichês de todos os temos: “Podemos ser amigos”. Não importa se você é um zé-ninguém ou uma celebridade, se terminou por SMS ou teve a consideração de fazer isso pessoalmente, temos essa ideia cultural de que términos de relacionamentos tem que ser amigáveis. Quase sempre se presume que o melhor jeito de se colocar um ponto final no namoro é continuar o convívio numa amizade feliz, onde ambas as partes, contentes, conseguem conversar sobre coisas corriqueiras, como se nada tivesse acontecido.

Mas será que essa fantasia alguma vez deu certo? Será que é inteligente seguir por este caminho? Será que dá mesmo pra ser amigo de alguém com quem você namorou, mesmo que essa pessoa te conheça melhor do que ninguém? Será que todos os romances, até os mais rápidos, devem mesmo terminar numa amizade?

De acordo com o site Psychology Today, a resposta pra todas essas perguntas é, muitas vezes, um sonoro não! É claro que, às vezes, isso pode acontecer, mas vai levar um tempo. Há 6 coisas que todo mundo que termina um relacionamento pensando em continuar com a amizade deve ter em mente quando cogitar essa ideia. “Vamos ser amigos” pode não ser a melhor opção.

1. Um dos dois quer realmente a amizade, enquanto o outro só está usando este argumento pro fim do relacionamento e não quer ser amigo coisa nenhuma – Quando este é o caso, a dor do rompimento é prorrogada, porque você acaba se convencendo de que ele ou ela quer realmente ser amigo, enquanto seu ex só encontrou uma boa desculpa pra se esquivar. Este empurra-empurra é pior do que o término do relacionamento e pode durar semanas ou meses. Diga não e pronto.

2. Vocês não eram amigos antes – Relacionamentos amorosos que vão esfriando porque vocês não tinham nada além de atração não vão esquentar quando o sexo sair de cena. Não se iluda: há alguma amizade aí que merece realmente ser salva? A não ser que vocês queiram uma amizade colorida, sem nenhum comprometimento, quem sabe. Por favor, deixe um comentário aí embaixo se isso funcionou pra você, porque seria o primeiro.

3. Há ausência de respeito mútuo – Talvez seu relacionamento não tenha sido baseado em respeito, ou talvez entre os gritos e o silêncio do término, o respeito que você gostava tenha ido pelo ralo. Independente do motivo, como você magicamente reconstrói o respeito, ou até finge que há respeito numa amizade platônica? E por que você gostaria de passar por isso?

4. Houve abuso emocional (ou outros) durante o relacionamento – O critério mais básico pra embarcar em qualquer amizade, mesmo quando o romance ou o sexo estão completamente fora da equação, é a capacidade de acreditar que vocês não vão se machucar deliberadamente. Quando o que teve foi um relacionamento abusivo, não dá pra acreditar que aquela pessoa irá começar a te tratar bem só porque vocês se tornaram amigos. Na verdade, esta é uma situação bem perigosa, porque quem abusou irá continuar com a mesma postura, porque gosta de estar no controle e machucar. Neste caso, o melhor a fazer é procurar ajuda profissional se você tiver dificuldade em lidar com a partida.

5. Você ou a pessoa serão extremamente ciumentos ou possessivos quando o outro começar a sair com alguém – Esta é a realidade do porquê amizades saudáveis depois de um rompimento são geralmente difíceis de acontecer, por pelo menos uns bons meses. Você ficaria bem ao saber que o cara que achava ser o amor da sua vida está apaixonado por outra? Por que se colocar numa situação dessas? E quão confortável você se sentiria ao esconder um relacionamento que tá começando só pra não machucar seu ex? Talvez, na hora certa, essa amizade possa acontecer. Mas não imediatamente. O que nos leva...

6. Você ainda não deu ao seu relacionamento tempo e espaço pra morrer naturalmente – Mesmo que você sinta que deve dar uma chance à amizade, porque eram amigos antes e terminou o relacionamento porque acreditou que a amizade seria melhor, você ainda precisa de um pouco de tempo e espaço pra se recompor. Do contrário sua amizade será construída em cima de um relacionamento falido e os sentimentos que ainda tem e que estarão aí logo após as primeiras semanas do término não criam a base mais estável pra uma amizade. Você precisa voltar a ser quem era, como indivíduo, e não como uma das metades de um casal, antes de poder decidir se uma conexão platônica é bom pra você.

18 junho 2014

Não aprendemos nada com os japoneses

Os japoneses surtariam na Vila Madalena
Já vai fazer uma semana que a Copa do Mundo do Brasil começou. Faz uma semana que estamos convivendo com gringos, pra cima e pra baixo, dividindo não só a calçada com eles, mas também um pouco da cultura. Não tem como dizer que não. Eles trazem a bagagem deles e nós ofertamos as nossas boas-vindas.

Mostramos pros estrangeiros, logo de cara, que sabíamos torcer e empurrar um time em campo. Provamos pra eles que somos mesmos muito receptivos e calorosos com nossos visitantes. Que gostamos de ensiná-los a sambar, vide J-Lo, mas que também gostamos de aprender com eles. Pena que a lição oferecida pelos visitantes é logo esquecida.

No último final de semana, ficamos boquiabertos quando japoneses viraram notícia ao recolher o próprio lixo num estádio depois do jogo. O link foi compartilhado mais do que o pão na Santa Ceia pelas redes sociais. Todo mundo se referiu aos japoneses como exemplo de civilidade, um povo superior, digno de ser copiado. Alguns, mais do contra, se perguntaram o motivo de tanto fuzuê pra uma coisa tão básica e óbvia: recolher o próprio lixo. É como apagar as luzes depois de sair do quarto, fechar a torneira enquanto se escova os dentes. Bá-si-co!

Pois bem, a prova de que realmente não tínhamos aprendido nada com os japoneses veio hoje, um dia depois do segundo jogo do Brasil. A Vila Madalena, em São Paulo, virou o ponto-de-encontro pra quem quer assistir as partidas da Copa longe da bagunça do Anhangabaú. Mesmo não tendo estrutura pra receber nem metade da torcida do Corinthians, antes mesmo do expediente acabar, as ruas ficam tomadas por muita gente. MUITA mesmo. É impossível andar, muito menos dirigir.

O problema é que muita gente junta não faz mutirão de limpeza como ensinaram os japoneses. Multidão brasileira faz o contrário disso: emporcalha mesmo, pensando em bater recorde de sujeira pra entrar no Guinness. Não tem lixeira o suficiente? Guarda na bolsa, leve um saquinho, guarde até encontrar onde jogar fora. Falta de lixeira não é desculpa pra deixar seu lixo por aí.

Hoje, antes das 7 da manhã, uma das principais ruas do bairro estava “enfeitada” com montanhas de garrafas e latas de cerveja, caco de vidro, restos de bandeira e um aroma nada agradável de mijo. Até o  gari não acreditou no que viu, imagina o surto que os japoneses tiveram ao ver a notícia – de um comportamento inverso ao deles – na TV.

Visitantes se preocupam mais com o nosso país do que nós mesmos e isso é vergonhoso. Estamos atrasados na civilidade. De que adianta compartilhar uma notícia exemplar se não estamos interessados em seguir o exemplo dado? Isso é hipocrisia e, infelizmente, estamos mostrando ao mundo que, além de samba, somos bons nisso também.

Depois do que vi (e tive que cheirar) hoje de manhã na rua onde trabalho, vou acreditar menos ainda no que pessoas compartilham em redes sociais. Se tratam animais abandonados com o mesmo descaso que limpam a rua, tenho dó dos bichos. Das pessoas, sinto vergonha mesmo.