Ultimamente as pessoas andam especialistas numa arte bem inútil: a de julgar os outros. Gostam de comentar o comportamento alheio, mas são péssimas em conhecer a história por trás de cada um. Aliás, não demonstram interesse nenhum. Julgar, falar, palpitar, opinar é mais fácil, dá menos trabalho... Julgam porque têm medo de serem julgadas. Afinal, qual seria a graça da vida de gente assim se eles não fossem os donos da verdade ou os reis e rainhas da perfeição, não é mesmo?
A pergunta é: quem é quem pra falar de alguém se somos todos imperfeitos? Cada um é do jeito que é porque a vida nos "transformou" nisso, nessa neurose, numa loucura, numa pessoa bacana. Uns são talvez meio grossos, reservados, secos, frios ou preferem esconder aquilo que não quer que saibam por atrás de um jeitão engraçado, um corpo malhado ou um jeito descolado demais.
Dizem que pra gente entender as atitudes dos outros é preciso calçar os sapatos deles e andar uma boa parte da estrada com eles nos pés, pra só então poder palpitar alguma coisa. A verdade é que, quando se descobre o que há por trás de alguém, o sentimento passa a ser o de respeito, se não o de admiração.
Eu tenho minhas neuras. E não me envergonho delas. O que você acha do meu jeito, comportamento ou maneira de agir, não é problema meu. Por exemplo, não confio em ninguém, absolutamente em ninguém! Não é que confio um pouco ou confio desconfiando. Não... Passei a não acreditar nos outros depois de umas puxadas de tapete que levei há poucos anos. A primeira veio de um ex-namorado, que me enfiou no meio do relacionamento de 7 fracassados anos dele, por 3 longos anos da minha vida, mas "esqueceu" de me avisar que era comprometido. A outra rasteira veio da minha irmã, que resolveu dar em cima de outro cara com quem me relacionei. Traições me transformaram nesse ser desconfiado que sou hoje, que suspeita de tudo e de todos. Mais esperta, talvez? Mas, neurótica pros olhos de muitos. O julgamento deles não me interessa. Eles não têm o direito de dizer como devo ou não agir, sem ter vivido o que vivi.
Quem insiste em sentenciar os defeitos dos outros tem sempre algo a esconder. Devemos parar com essa mania de julgar, porque o errado e o certo já existem. Julgar alguém não define quem aquela pessoa é, mas quem você é. E com certeza já ouviu isso por aí. A forma mais elevada da capacidade humana é a de observar sem levantar julgamentos, sem arbitrar. O mundo anda habitado por gente demais que exige dos outros aquilo que são incapazes de praticar.
Antes de abrir a boca pra classificar o que o outro faz, lembre-se que o que você condena neles é o que você omite em você. Há uma história por trás de cada pessoa, e isso inclui você, e uma razão pela qual ela age de uma determinada maneira. E quem somos nós pra condenar o que fazem, se não gostamos nós mesmos de ser condenados.
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