09 março 2014

R.I.P Convívio Social



















Todo mundo que me conhece diz que não sou de falar muito. Compenso esse silêncio com os olhos e, apesar de míope pra cacete, observo tudo. Absolutamente tudo!

Ultimamente tenho prestado muita atenção nesse comportamento alienado das pessoas em locais públicos depois que andaram compartilhando, no Facebook, imagens de uma “sociedade perdida”. Faço um pouco de parte desse mundo, confesso, mas prefiro dar vez às pessoas quando estou acompanhada delas a me isolar no universo eletrônico, principalmente em locais públicos. Infelizmente, sou minoria. Whatssapp, chats, Instagram e toda a linhagem de aplicativos andam ganhando a disputa na atenção das pessoas. E hoje em dia é, praticamente, impossível terminar uma conversa sem a frase: “Você ouviu o que eu falei?”.

“Tornou-se chocantemente óbvio que a nossa tecnologia excedeu a nossa humanidade”, disse Albert Einsten, bem antes da invenção dos smartphones. “Eu temo o dia que a tecnologia ultrapasse nossa interação humana e o mundo terá uma geração de idiotas”. Basta sair pra tomar um café, almoçar ou jantar pra perceber isso. Garanto: não será necessário procurar muito.

Hoje pela manhã, fui à Starbucks, como faço quase todos os finais de semana. Na minha infância, o começo do domingo era em família, numa mesa cheia de coisa boa, muita conversa e planos pro resto do dia. Bons tempos... Hoje em dia, os planos não são feitos, as conversas são inexistentes e se come numa rede de fast food, sem apreciar a refeição, porque o universo online parece bem mais apetitoso.

Do sofá em que estava tinha a visão de quase todo o restaurante, mas fiquei de olho numa família. Não dava pra não reparar neles! Tirei foto. Nem perceberam. Angry Bird, mensagens instantâneas e um game boy não deixaram que eu fosse notada, mesmo com a câmera do meu celular apontada pra eles, como uma bazuca. Eu podia estar pelada, dançando “Macarena” em cima da mesa, com o adereço da Carmem Miranda na cabeça... Ainda assim, passaria despercebida. Ficaram ali por uns 20 minutos e não trocaram uma só palavra, nenhum olhar.

Cenas como essa são comuns. Presencio isso pelo menos uma vez por dia e acho triste. As pessoas estão deixando de valorizar a presença de quem está próximo pra sentir a sua falta, num post comovente nas redes sociais, quando ele já não estiver mais por aqui.

Einstein estava certo. E nem precisa ser gênio pra concordar, perceber ou reparar. Um minuto off em memória do convívio social, que ele descanse em paz.

2 comentários:

Unknown disse...

O mundo precisa de mais SmartStellas pra compensar tanta falta de sentimento e excesso de procura por sensações. Miss JW, I envy U. ♥

Juliana W. disse...

Verdade, Fátima!
xoxo ♥