Todo mundo que me conhece diz que não sou de falar muito. Compenso esse silêncio com os olhos e, apesar de míope pra cacete, observo tudo. Absolutamente tudo!
Ultimamente
tenho prestado muita atenção nesse comportamento alienado das pessoas em locais
públicos depois que andaram compartilhando, no Facebook, imagens de uma “sociedade
perdida”. Faço um pouco de parte desse mundo, confesso, mas prefiro dar vez às
pessoas quando estou acompanhada delas a me isolar no universo eletrônico,
principalmente em locais públicos. Infelizmente, sou minoria. Whatssapp, chats,
Instagram e toda a linhagem de aplicativos andam ganhando a disputa na atenção
das pessoas. E hoje em dia é, praticamente, impossível terminar uma conversa sem
a frase: “Você ouviu o que eu falei?”.
“Tornou-se
chocantemente óbvio que a nossa tecnologia excedeu a nossa humanidade”, disse
Albert Einsten, bem antes da invenção dos smartphones.
“Eu temo o dia que a tecnologia ultrapasse nossa interação humana e o mundo
terá uma geração de idiotas”. Basta sair pra tomar um café, almoçar ou jantar
pra perceber isso. Garanto: não será necessário procurar muito.
Hoje pela
manhã, fui à Starbucks, como faço quase todos os finais de semana. Na minha
infância, o começo do domingo era em família, numa mesa cheia de coisa boa,
muita conversa e planos pro resto do dia. Bons tempos... Hoje em dia, os planos
não são feitos, as conversas são inexistentes e se come numa rede de fast food, sem apreciar a refeição,
porque o universo online parece bem mais apetitoso.
Do sofá em
que estava tinha a visão de quase todo o restaurante, mas fiquei de olho numa
família. Não dava pra não reparar neles! Tirei foto. Nem perceberam. Angry
Bird, mensagens instantâneas e um game boy não deixaram que eu fosse notada,
mesmo com a câmera do meu celular apontada pra eles, como uma bazuca. Eu podia
estar pelada, dançando “Macarena” em cima da mesa, com o adereço da Carmem
Miranda na cabeça... Ainda assim, passaria despercebida. Ficaram ali por uns 20
minutos e não trocaram uma só palavra, nenhum olhar.
Cenas como
essa são comuns. Presencio isso pelo menos uma vez por dia e acho triste. As
pessoas estão deixando de valorizar a presença de quem está próximo pra sentir
a sua falta, num post comovente nas
redes sociais, quando ele já não estiver mais por aqui.
Einstein
estava certo. E nem precisa ser gênio pra concordar, perceber ou reparar. Um
minuto off em memória do convívio social, que ele descanse em paz.
2 comentários:
O mundo precisa de mais SmartStellas pra compensar tanta falta de sentimento e excesso de procura por sensações. Miss JW, I envy U. ♥
Verdade, Fátima!
xoxo ♥
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