06 janeiro 2014

Selfie

Sorria!

Barack Obama foi flagrado no meio do velório do Mandela tirando fotos dele mesmo. Desde então o termo selfie no Brasil virou “gíria”. Não que eu nunca tivesse ouvido antes. Sigo tanto gringo no meu Instagram que isso pra mim já tá batido. Mas, depois dessa do presidente norte-americano, o que mais tenho visto nesse polo de cá é a expressão selfie nas legendas das fotos dos meus amigos.

Hoje assisti um video compartilhado no Facebook, do alemão Chrisoph Rehage, que percorreu a China a pé e registrou tudo em selfies. Se você acha narcisismo ao extremo, assista. Com o foco só nele é possível ver, não apenas a mudança do visual de um cara que abriu mão da vaidade ao andar mais de 4 mil quilômetros e se transformar no Forrest Gump da vida real, mas um background cheio de histórias.

Vivemos nessa era neurótica com a aparência, tratamentos estéticos e cirurgias plásticas. O corpo tem que ser perfeito, o cabelo igual ao da Gisele Bündchen, e o beiço idêntico ao do Pato Donald pra pertencer e ser aceito e curtido no mundo virtual.

Porém, se a gente parar pra pensar, no meio dessa neurose toda, as selfies tem um lado bacana. São retratos perfeitos de quando estamos nos sentido bem com a gente mesmo, compartilhados com quem queremos que nos veja e da forma que achamos melhor, é um ótimo lembrete que nos mostra que somos reais.

Todo mundo luta contra as imperfeições físicas que tem e conseguir focar naquilo que achamos que sai bem na foto é uma maneira legal de dizer que a gente se ama mesmo e que se foda o resto. Então, da próxima vez em que der de cara com uma selfie numa rede social, curta ao invés de criticar. Essa exibida aí pode ter mais amor próprio do que você.

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