18 novembro 2013

Obrigada!

Semana que vem os americanos comemoram o Dia de Ação de Graças: um dia inteiro dedicado pra agradecer o ano que está quase acabando. Engraçado que, numa sociedade tão consumista quanto àquela, o que se menos dá valor neste dia é ao material. Agradecem à saúde que tem, aos amigos, à família e às oportunidades. No dia seguinte, eles até podem esquecer toda a cerimônia recheada de torta de abóbora e peru pra gastar até o que não têm na Black Friday, mas tirar um dia do ano pra ser efetivamente grato é de agradecer.

Fui educada à moda antiga: minha mãe me ensinou a respeitar os mais velhos, a pedir licença antes de interromper uma conversa e usar as palavras mágicas “por favor” e “obrigado”. Raridade hoje em dia. Destratam garçom ou qualquer pessoa que seja “julgada” como inferior como se ela estivesse ali obrigada a servir você.

Gratidão também ficou obsoleta. As pessoas estão cada vez mais acostumadas a pedir, a querer mais, a querer o do outro, a não querer mais o que têm, a não saber o que querem, que se esquecem de um detalhe pequeno, o de agradecer pelo que conquistaram, por aquilo que têm nas mãos.


É aquela velha história de dar valor depois que perde. Ser grato não é sentir saudade. É apreciar o presente, aproveitar bastante ele, pra que não vire lamento. Agradeça sempre. Não só o garçom, mas a vida, pelas infinitas segundas chances. 

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