Semana que vem os americanos comemoram o Dia de Ação de
Graças: um dia inteiro dedicado pra agradecer o ano que está quase acabando.
Engraçado que, numa sociedade tão consumista quanto àquela, o que se menos dá
valor neste dia é ao material. Agradecem à saúde que tem, aos amigos, à família
e às oportunidades. No dia seguinte, eles até podem esquecer toda a cerimônia
recheada de torta de abóbora e peru pra gastar até o que não têm na Black
Friday, mas tirar um dia do ano pra ser efetivamente grato é de agradecer.
Fui educada à moda antiga: minha mãe me ensinou a respeitar
os mais velhos, a pedir licença antes de interromper uma conversa e usar as palavras
mágicas “por favor” e “obrigado”. Raridade hoje em dia. Destratam garçom ou
qualquer pessoa que seja “julgada” como inferior como se ela estivesse ali
obrigada a servir você.
Gratidão também ficou obsoleta. As pessoas estão cada vez
mais acostumadas a pedir, a querer mais, a querer o do outro, a não querer mais
o que têm, a não saber o que querem, que se esquecem de um detalhe pequeno, o
de agradecer pelo que conquistaram, por aquilo que têm nas mãos.
É aquela velha história de dar valor depois que perde. Ser
grato não é sentir saudade. É apreciar o presente, aproveitar bastante ele, pra
que não vire lamento. Agradeça sempre. Não só o garçom, mas a vida, pelas
infinitas segundas chances.
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