Vende-se bom senso |
Repare na próxima vez em que estiver conversando com alguém, principalmente quando ainda estiver conhecendo essa pessoa, nos primeiros encontros ou bate-papos. Quanto ela pergunta sobre você? Quanto ela se interessa pelas suas histórias sem que as compare com as delas próprias o tempo inteiro, seus feitos e os louros que recebeu? Aposto que a proporção não é a mesma do quanto ela fala sobre ela, sem parar. Certo?
Quando estamos conhecendo alguém estamos fazendo exatamente isso: conhecendo. Essa mania que se tem de falar sobre tudo o que fez, por onde passou, morou, onde trabalhou, blá, blá, blá... é cansativo e faz o encontro parecer uma entrevista de emprego. Chato!
Conhecer alguém é aprender sobre ele ou ela. É dar a chance de falar, mas também respeitar o momento em que se tem que ouvir. Ninguém aprende nada enquanto vomita informações pessoais - e geralmente não se contam os podres numa hora dessas - simplesmente porque está tão centrado no próprio umbigo que perde a oportunidade de ouvir histórias incríveis sobre o outro.
As pessoas e essa mania que têm de não respeitar nunca a proporção de uma-boca-e-dois-ouvidos. Triste! Fale de você, lógico. Dos fracassos, principalmente. Seja e mostre-se interessante, mas acima de tudo real e interessado. Faça perguntas. Responda as que forem feitas. Mas deixe de lado essa vontade louca de falar pelos cotovelos e promover a sua pessoa o tempo inteiro. Além de cansativo, é desagradável. Ninguém quer ouvir discursos autobiográficos logo de cara, como se estivesse sentado ouvindo uma palestra na qual não se inscreveu. Pessoas gostam de saber que há interesse nelas e, enquanto você se comporta como uma matraca descontrolada, não percebe o quanto se tornou chato e desinteressante. Vai acabar falando sozinho.
Antes de pensar em vender seu peixe, lembre-se do que sempre dizem: ele morre pela boca.
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