25 junho 2013

Vai ser feliz, minha filha!

Seja feliz sozinha!


Sempre desconfiei daquela história de que pra ser feliz não precisa de muito. Pensava: as pessoas que tem mais, que estão sempre acompanhadas e bem de vida é que transbordam alegria. Humpf! Ledo engano. Tenho, hoje, cada vez mais certeza de que essas são – talvez – as mais infelizes criaturas habitando este planeta. 

Eu tinha o péssimo hábito de associar a minha felicidade a algo ou alguém. Desde sempre fui assim. Se não tinha dinheiro pra comprar algo que queria tinha vontade de cortar os pulsos e me sentia a pessoa mais frustrada da galáxia porque não tinha condições pra tal. Ou se estava solteira me sentia um lixo porque não servia pra ninguém. Quem me viu e quem me vê!

Aos 13 anos dei o primeiro fora num namoradinho. Terminei tudo pelo telefone, dizendo que estava “acostumada com a relação”. Depois disso, minha vida amorosa se tornou uma piada e eu achava que, aos 13 anos, tinha amaldiçoado minha vida pra sempre com aquele fora. Eu emendava um romance atrás do outro, mas sempre era aquela que saia com a bunda machucada no final das contas, com um pé daqueles, não importava quão boa namorada eu tivesse sido. Não tinha tempo pra me recuperar, caia em cantadas baratas e logo estava com outro, e com outro, e com outro... Eu era adepta daquela máxima “a fila tem que andar”. Só com o tempo percebi que essa máxima era, na verdade, uma mínima. 

Ninguém precisa de ninguém pra ser feliz. Quando associamos a felicidade a outro alguém estamos sabotando a felicidade eterna. Por não querer ficar sozinhos, acabamos aceitando o primeiro Mané que aparece pela frente. É como ser demitida de um emprego sem esperar e ter no mês seguinte um milhão de contas pra pagar. Mesmo com um diplomão universitário em mãos e fluente numa segunda língua você aceita a primeira vaga de atendente de telemarketing que aparece.

Quando se termina um relacionamento por cima, como o último em que estive, saindo pela porta da frente e certa de que não é preciso se sujeitar a tanto só pra estar com alguém, é que se começa a pensar que estar sozinho é, sim, o suficiente e muito bom. Alguém que não valoriza sua presença não merece estar contigo. E se você é capaz de abrir mão disso, a vida – uma hora ou outra – te presenteia com aquilo que é de direito.

Estar solteiro ou namorando, ambos, tem suas vantagens. Mas estar com alguém pra tapar um buraco que nem você mesmo consegue esconder é a pior coisa que se pode fazer. Quem é feliz sozinho consegue reconhecer oportunidades melhores, escolher com quem estar, porque espera o tempo que a vida dá, sem atropelar aquilo que está pelo caminho, dizendo “sim” a quem não merece nem “talvez”. Ninguém nasceu metade pra precisar de outro pra tampar a sua panela ou completar a metade da laranja. Depois que inventaram o chocolate e o vibrador, meu amor, ser feliz sozinho passou a ser obrigação!

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