Seja feliz sozinha! |
Sempre desconfiei daquela história de que pra ser feliz não
precisa de muito. Pensava: as pessoas que tem mais, que estão sempre
acompanhadas e bem de vida é que transbordam alegria. Humpf! Ledo engano.
Tenho, hoje, cada vez mais certeza de que essas são – talvez – as mais
infelizes criaturas habitando este planeta.
Eu tinha o péssimo hábito de associar a minha felicidade a
algo ou alguém. Desde sempre fui assim. Se não tinha dinheiro pra comprar algo
que queria tinha vontade de cortar os pulsos e me sentia a pessoa mais
frustrada da galáxia porque não tinha condições pra tal. Ou se estava solteira
me sentia um lixo porque não servia pra ninguém. Quem me viu e quem me vê!
Aos 13 anos dei o primeiro fora num namoradinho. Terminei
tudo pelo telefone, dizendo que estava “acostumada com a relação”. Depois
disso, minha vida amorosa se tornou uma piada e eu achava que, aos 13 anos,
tinha amaldiçoado minha vida pra sempre com aquele fora. Eu emendava um romance
atrás do outro, mas sempre era aquela que saia com a bunda machucada no final
das contas, com um pé daqueles, não importava quão boa namorada eu tivesse
sido. Não tinha tempo pra me recuperar, caia em cantadas baratas e logo estava
com outro, e com outro, e com outro... Eu era adepta daquela máxima “a fila tem
que andar”. Só com o tempo percebi que essa máxima era, na verdade, uma mínima.
Ninguém precisa de ninguém pra ser feliz. Quando associamos
a felicidade a outro alguém estamos sabotando a felicidade eterna. Por não querer
ficar sozinhos, acabamos aceitando o primeiro Mané que aparece pela frente. É
como ser demitida de um emprego sem esperar e ter no mês seguinte um milhão de
contas pra pagar. Mesmo com um diplomão universitário em mãos e fluente numa
segunda língua você aceita a primeira vaga de atendente de telemarketing que aparece.
Quando se termina um relacionamento por cima, como o último
em que estive, saindo pela porta da frente e certa de que não é preciso se
sujeitar a tanto só pra estar com alguém, é que se começa a pensar que estar
sozinho é, sim, o suficiente e muito bom. Alguém que não valoriza sua presença
não merece estar contigo. E se você é capaz de abrir mão disso, a vida – uma hora
ou outra – te presenteia com aquilo que é de direito.
Estar solteiro ou namorando, ambos, tem suas vantagens. Mas
estar com alguém pra tapar um buraco que nem você mesmo consegue esconder é a pior
coisa que se pode fazer. Quem é feliz sozinho consegue reconhecer oportunidades
melhores, escolher com quem estar, porque espera o tempo que a vida dá, sem
atropelar aquilo que está pelo caminho, dizendo “sim” a quem não merece nem “talvez”.
Ninguém nasceu metade pra precisar de outro pra tampar a sua panela ou
completar a metade da laranja. Depois que inventaram o chocolate e o vibrador,
meu amor, ser feliz sozinho passou a ser obrigação!
Nenhum comentário:
Postar um comentário