Muito tem sido falado na redução da maioridade penal aqui no Brasil. Principalmente agora que boa parte dos crimes tem sido cometidos por adolescentes que teriam idade apenas pra brincar de bandido e ladrão. Enquanto na Índia uma criança de 7 anos pode ser mandada pra cadeia depois de um delito, aqui no Brasil - o país da Copa - antes dos 18, nego pode fazer o que quiser, porque sabe que não vai pagar.
Impunidade não é apenas a palavra-chave dessa estatística triste que anda levando cada vez mais crianças pro mundo do crime. Acredito que, se um adolescente de 16 tem poder de voto porque já tem consciência política (segundo acreditam...), ele já tem capacidade também de saber que matar alguém é errado. Ou não?
Se por um lado a impunidade é o que impera, por outro acredito que o que falta é educação. Não adianta reduzir a maioridade se ainda falta punho dos pais, em casa, pra colocar uma criança no lugar.
Indisciplina é um dos fatores que mais estorvam o convívio de qualidade. E suas causas são diversas, mas em geral a culpa é da ausência da intervenção familiar, do "não". A falta de limites na educação que deveria ser dada em casa tem sido o bordão utilizado por especialistas de diversas áreas pra explicar o comportamento incivilizado, transgressor e violento dos jovens de hoje em dia. O centro das famílias passou a ser lugar ocupado pelos filhos e, por isso, os pais priorizam o que eles fazem. Calam-se quando eles falam e não chamam a atenção quando eles tomam atitudes inadequadas na frente dos outros, com medo de frustrá-los. Mais do que deixar de colocar limites, muitos pais acatam o comportamento dos filhos. A consequência pra tanta permissividade e liberdade está aí.
Cada vez menos as famílias se reúnem pra uma refeição ou pra compartilhar algo juntos e conversar. Cada indivíduo tem vida própria e o individual superou o coletivo também no interior da família. Resultado: crianças e adolescentes cada vez mais sem referências e limites, fazendo com que o resto da sociedade se questione se vale a pena ou não mandar um menor pra trás das grades antes da festinha de 18 anos.
Sou a favor da redução, sem dúvida. O mundo de hoje tá mudado e, com tanto acesso à informação, as crianças de 16 não são como as de antigamente. Mas também acho que um pouco de educação, antes de jogar a culpa nos delinquentes, cairia muito bem... E, se temos dinheiro pra investir num campeonato de futebol, não deve estar faltando tanto assim pra educar a garotada.
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Um comentário:
Legitimidade e coerência na colocoção das idéias e defesa do tema. Adorei.
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