19 novembro 2010

Ao topo e avante!

Já dizia o AC/DC - uma das minhas bandas preferidas, e uma música que ouvi muito essa semana: It's a long way to the top if you wanna rock n' roll. E eu digo: com certeza! Chegar ao topo não é fácil... Aliás, não é pra qualquer um. Muitos querem, passam a vida focados nisso e não chegam nem na metade do caminho. E, pra piorar, passam o percurso inteiro reclamando ou fazendo corpo mole.

Essa semana recebi uma notícia triste e outra feliz. A triste é que minha coordenadora vai embora... A feliz é que ela me indicou pra assumir o lugar dela: a coordenação! Cada vez que penso nisso, nessa nova função que me aguarda em 2011, me dá uma sensação estranha: quero que chegue logo, pra arregaçar as mangas e mostrar que sou capaz, mas também sei que tenho muito o que aprender até lá. Desafios dão um frio na barriga, mas sem eles, não há razão pra seguir em frente.

2010 não foi um ano fácil pra mim. Trabalhei muito. Ganhei 40 alunos, 7 turmas e muitos pepinos deixados por professores antigos. Muitas vezes tive que abrir mão das minhas noites pra dar conta do trabalho que não conseguia terminar na escola, porque era (realmente) humanamente impossível. Não pude ver de perto minha sobrinha pular dos 3 pros 14kg, ou passar o final de semana na praia jogando beach tennis e tomando sol. Sou responsável ao extremo (e não devo mudar...), então - neste ano que tá quase acabando - troquei a vida social pela profissional, enquanto alguns por aí reclamavam quando precisavam passar um dia da semana com o horário de almoço reduzido pra poder entregar uma coisa ou outra no prazo.

Apesar dos 40 alunos me enlouquecerem, do trabalho ser exaustivo muitas vezes, de ser difícil levantar às segundas-feiras de manhã e encarar outra semana com 60 horas de trabalho, em nenhum momento desejei tomar o lugar da minha coordenadora. Aliás, jamais cheguei a pensar que um dia ocuparia essa função. Estava feliz com o reconhecimento que recebia e, mesmo assim, não corrigia quase 150 gráficos por dia pensando no "good job" que poderia ouvir no corredor.

Por isso, fiquei surpresa quando soube que teria sido indicada pra assumir uma posição tão importante dentro da escola onde trabalho - coordenar a equipe de professores e todas as atividades de lá. Sempre fiz o meu papel, o que era esperado de mim e um pouco mais, porque não me sentia bem quando fazia menos.

Acho que o segredo pra se chegar lá é fazer a sua parte, da melhor forma possível. E não fazer o que tem que ser feito pensando onde se pode chegar. Eu discordo dessas frases de auto-ajuda que dizem o contrário, que insistem que as pessoas precisam ter um foco pra saber onde se quer ir. As surpresas que aparecem no meio do caminho são impagáveis. E, dessa forma, se chega muito mais longe. Quem estabelece uma meta e faz de tudo pra conseguir alcançá-la é aquele tipo de pessoa que conta os centavos pelas horas trabalhadas e não chega a lugar nenhum, se frustra no meio do caminho e torce pelo insucesso daqueles que só fizeram a sua parte na jornada.

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