29 setembro 2009

Vai estudar!

Li o resultado de uma pesquisa que me deixou triste: quase 80% dos adolescentes menores de 15 anos já beberam pelo menos uma vez na "vida", e 30% já tomaram um belo porre! Pra quase 100% deles comprar bebida é a coisa mais fácil do mundo e metade já fez isso na companhia de amigos.

Tem gente que pode até pensar que o resultado é forjado, que isso é surreal, que não existe. Imagina... menores de 13 anos bebendo algo que não seja suco, refrigerante ou leite? Pois é... É triste, mas é a realidade. Juro que fiquei chocada a primeira vez que ouvi de uma aluna minha histórias do primeiro porre dela aos 13 anos.

Talvez eu fosse uma tapada aos 15 anos. Mas "na minha época" ninguém bebia assim. Aliás, ninguém nem sequer bebia! Pode parecer discurso cristão (coisa que eu não sou!), mas falta família pros adolescentes hoje em dia.

Trabalho com eles e sei bem o que se passa na vida de cada um. E na cabeça também. Infelizmente, não é raro ouvir - depois do final de semana - que muitos deles foram pra festas na casa de amigos, também menores de idade, onde o que mais chamava a atenção era o open bar. Isso pra não falar em outros tipos de drogas que esse povo, aos 14-15 anos, já experimentou. Nem eu, com quase 33 anos de vida, bebi o que essa garotada bebeu com metade da minha idade.

Vender bebida a menores de idade é crime e dá cadeia. Mas quando quem compra são os pais, eu sou a favor da pena de morte. Não acho errado que seja ensinado dentro de casa o valor das coisas e que, nessas lições, possam existir aulas práticas. Afinal, a primeira vez que experimentei álcool (e cigarro, apesar de não fumar) foi quando ainda era criança e com o consentimento dos meus pais. Mas oferecer festas em casa pros filhos e amigos deles (filhos de outros pais) regada a cerveja, vodka e uísque já é passar dos limites antes mesmo do primeiro gole.

Adolescente tem que estudar, curtir a vida de forma saudável, ter os pais por perto pra ensinar o que é limite, o que é certo e o que pode causar dor lá na frente. Mas, o que se pode esperar de um país onde o que reina é a impunidade e o que o próprio presidente descaradamente mais bebe é cachaça? Estudar e ficar sóbrio pra quê, né?

26 setembro 2009

15 tweets de fama


Quem me conhece sabe que sou completamente (e eu falo sério) contra a inclusão digital. Tudo aquilo que é liberado pra todo mundo acaba virando o samba do crioulo doido. O povo perde a noção do bom senso. De verdade!
Quando o Orkut foi criado, tinha aquela história de ter que ser convidado por um amigo pra fazer parte da rede. Depois que liberou, virou zona. Agora, todo mundo se acha modelo. E deve agradecer a Santo Expedito todos os dias pelo aumento da quantidade de fotos que podem ser incluídas nos álbuns. E o pior: acham legal adicionar Deus, Jesus Cristo e todos os apóstolos mesmo sem conhecê-los. E pior ainda: mesmo não conhecendo, chamá-los de amore, lindo, querido.
Não felizes o bastante com o Orkut? Ah, criaram também uma conta no Facebook (e encheram o saco de todos os amigos com aquela história de Mafia War, Farmville e quizzes pra saber qual conselho a Maria Betânia te daria pra o dia - só pra informação dos meus amigos, tenho todos estes aplicativos bloqueados na minha página, então jamais vou saber o dia em que a sua ovelha tão cute morrer, sorry!). Muitos também postam todos os dias milhares de fotos fazendo biquinho no espelho do banheiro no Fotolog (lamentável deve ser não ter nenhum dos amigos do Orkut pra tirar uma foto sequer pra eles, né?). E a última gota d'água: fizeram uma conta no Twitter!!
Pois é... o Twitter! Às vezes, tenho a sensação de que a única frase em inglês que esse povo sabe responder é "What are you doing?". E tem gente que faz questão de realmente dizer, segundo a segundo, que raios está fazendo. Como se fosse muito interessante saber a hora que um Zé Ninguém acordou, ou que a Fulaninha foi dormir ou o que comeu no lanche da escola.
Eu lá quero saber o que você faz da vida? Segundo a segundo? Pelo amor de Deus!! Escreva um diário, e guarde-o na sua gaveta. Não seja desagradável, incomodando os outros, contando sua vida e tentando fazer parecer que ela é interessante. É famoso? Tem algo a dizer? Então, sinto muito, sua vida não me interessa!
É por este e outros zilhões de motivos que sou contra a inclusão digital. É legal saber o que os outros pensam sobre determinado assunto, contar uma piada de vez em quando, mandar uma frase legal... Mas saber a hora que você caga e peida? Ah, no... Thank you for sharing. Mas eu prefiro o seu anonimato!

22 setembro 2009

Por acaso, você faz melhor?


Tem gente que nasceu só pra encher o saco alheio. É incrível o dom nato dado a esse tipo de gente: o de criticar tudo e todos. O que mais me irrita é o fato de que quem gosta de meter o pau na iniciativa do outro é, geralmente, aquele (a) Zé Mané que não faz porra nenhuma da vida. Ou até faz... só que não passa do quesito meia-boca. Mas encher o saco, palpitar, apontar defeitos, é com ele (a) mesmo (a). Se ganhasse dinheiro com esta especialidade tava rico (a). Mas, fazer que é bom.... nunca!
Criticar é muito fácil. Qualquer um é capaz. Na verdade, não precisa nem fazer força. Iletrado ou diplomado. Não importa, qualquer um pode palpitar. A diferença é que quem critica, raramente, faz. Porque difícil mesmo é ir lá, arregaçar as mangas, colocar a mão na massa, dar a cara a tapa, fazer acontecer. Na verdade, morro de pena daqueles só sabem falar que fariam isso ou aquilo diferente, que adoram apontar os erros do que já está pronto, que sentem prazer em diminuir o outro pra - quem sabe - se sentir aquilo que não é. Considerações deste tipo de gente pequena, seja ela qual for, merecem ser descartadas. Iguais à elas.
Já estive em posições em que muitos criticariam aqueles que estavam abaixo de mim. Porém, jamais critiquei as pessoas que conheço, com quem trabalhei ou aquilo que faziam e fazem. Principalmente meus amigos e as pessoas de quem eu gosto. Posso achar uma merda, mas prefiro guardar a minha opinião a dizer o que mudaria. Nunca disse que faria diferente o que todos eles fizeram. Basicamente porque eles fizeram. Não eu. Eles merecem os méritos. Não tive a brilhante idéia de tomar aquela iniciativa, não me dei ao trabalho de fazer aquilo que passaram horas fazendo. Eles fizeram exatamente aquilo que eu não fiz. Merecem, portanto, o meu respeito. Admiro quem tem a coragem de tentar. Coisas pequenas ou grandes, pra mim, não faz diferença. Tenho pena mesmo daqueles que ficam com a bundona chata sentada aí falando mal dos outros.
Sou da seguinte teoria: se não está quebrado, não tem o que consertar. Ou seja, se você não tem capacidade pra fazer igual, ou melhor, não tente mudar o que alguém já fez. Não dê palpites. Cale a boca. Falar é fácil demais. E aprende-se cada vez mais cedo. Boca, todo mundo tem. Até bicho. Inteligência? Coragem? Força de vontade? E capacidade? Ah, isso é pra quem está menos preocupado em procurar a perfeição, e sim em, simplesmente, fazer.
Fale menos. Faça mais. Melhor, faça como quem faz: faça a diferença.

15 setembro 2009

Eu não mando aqui


Estava pensando... Por que nascemos com o coração no lugar errado? Ele deveria estar na cabeça, deveria ser racional, igual equações matemáticas, cheias de lógica (se bem que jamais consegui entendê-las também). Deveria... Mas não está. Ninguém gosta de alguém porque quer... Gosta-se porque sim. E ponto. Do contrário, as pessoas mais inteligentes jamais se apaixonariam, ou sofreriam menos ou saberiam controlar melhor o que sentem.

Ninguém gosta de outra pessoa pelas qualidades que ela tem. Já dizia Arnaldo Jabor que se isso fosse verdade, os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila enorme de pretendentes. O amor não obedece nenhuma razão. Tem gente que tem tendência a amar os certinhos, e outros... os cafajestes. Tem gente que não demonstra o que sente, outros mostram demais. Tem gente que ama pela paz que o outro traz, enquanto alguns amam pelo tormento que este sentimento provoca. Tem gente que procura segurança no amor, tem gente que prefere aproveitar cada segundo como se fosse o último. Você gosta do cheiro do outro, do toque que só ele tem, do beijo, do calor, da companhia e da cumplicidade que não conseguiu encontrar em mais ninguém. Gosta, e pronto. Não dá pra explicar o porquê. Porque se conseguisse, não estaria usando o coração.

Não importa. Gostar é assim. Simplesmente é. Não existe regra. Não funciona assim, ou assado. Não é algo sobre o qual se tem controle. Honestos, bonzinhos e simpáticos existem aos montes por aí, mas ninguém consegue ser igual àquele (a) filha da put*, galinha, miserável, safado (a) por quem você se apaixonou...

11 setembro 2009

É assim que funciona?

Relacionamentos não são fáceis. Seja lá qual for o caso que você esteja pensando (ou vivendo). Nenhum tipo é. E, basicamente, porque envolvem duas pessoas e, consequentemente, vários tipos de temperamentos, humores variáveis, diferentes pontos-de-vista, manias, e por aí vai...

Nem a mais tranquila e sensata das criaturas consegue viver um relacionamento de forma plena e pacífica. Sempre vai existir um arranca-rabo, uma frase mal-interpretada, um dia em que um dos lados acorda de mau-humor. Se não existir compreensão, companheirismo, cumplicidade e outros "c's", vai tudo pro ralo.

Relacionamentos não são feitos de regras. Não é o status que você coloca no Orkut ou seja lá onde for, que define o que você vive. Não são os padrões criados pelos outros que fazem o seu relacionamento ser certo ou errado. Pra estar junto, não precisa estar grudado, viver a vida do outro, respirar o ar que o outro respira, fazer tudo o que o outro faz, ligar 20 vezes por dia, passar todos os finais de semana juntos, ir ao cinema toda quarta-feira. Estar junto é mais do que isso... Às vezes, estamos mais juntos quando estamos separados do que do lado um do outro.

E viva as 400 visitas que recebi até hoje!! Ninguém comenta.... mas gostam de ler!! Obrigada mesmo assim!!

09 setembro 2009

Só palavras


O que você faz e a forma como se comporta dizem muito mais sobre o que você sente e quem você realmente é do que tudo aquilo que você diz, por mais ensaiado que seja seu discurso. Ações são mais fortes do que frases poderosas, cheias de efeito, feitas pra impressionar, mas que sem você perceber acabam te colocando em contradição.

Ninguém consegue fingir por muito tempo ser aquilo que gostaria de ser. Ninguém consegue esconder eternamente aquilo que sente, quando os olhos falam mais do que a boca. Ninguém consegue responder "não", quando todo o resto diz que "sim".

Preste mais atenção ao que os outros fazem, e não ao que dizem. Tem gente que acha que isso é ler entre as linhas, conseguir adivinhar o que se passa na cabeça do outro. Besteira! Na verdade, quando deixamos de prestar atenção aos sons é quando conseguimos escutar melhor tudo aquilo que não é dito.

07 setembro 2009

Vamos falar de sexo?


Tem certas coisas que a gente não deve falar durante um almoço em família de domingo. Concordo! Até porque as chances do seu avô morrer do coração e sua mãe surtar ao saber o que você faz entre quatro paredes (ou fora delas...) são grandes. É verdade que determinados assuntos precisam mesmo sofrer uma certa censura. Mas, e aí? Você vai conversar sobre aquilo com quem? As melhores amigas até quebram um galho, mas o problema é que elas gostam de contar vantagem, falar mais do que ouvir, e daí você acaba ouvindo mais do que falando e o princípio de conversar acaba virando um monólogo.

Se sexo envolve, basicamente, duas pessoas, então por que conversar com a amiga? O vizinho? O padeiro? A não ser que esteja transando com eles, não há razão nenhuma pra isso. A não ser que... Queira fazer como suas amigas, e acabar contando vantagem.

Tem gente que morre de vergonha, fica cheia de pudores... Ah, pelo amor de Deus! Quando eu era pequena, às vezes, perguntava quando era a hora certa pra perder a virgindade, se tinha uma idade, ou qual era a do negócio. A melhor resposta que já ouvi é "espere até a hora em que perceber que está pronta pra falar sobre isso com quem você estiver, sem sentir vergonha". O que mais vejo por aí são mulheres (até mais velhas do que eu) que jamais deveriam ter dado pela primeira vez, porque mesmo depois de muito tempo ficam cheias de frescura pra falar sobre sexo.

Eu sou cara de pau. Converso! Falo mesmo! Opa, falando em pau....

05 setembro 2009

Pergunte.


Medo de tentar? Já tive. Muitas vezes. Pra ser bem sincera, sou cagona pra caralho! Mas também sou do time que não veio ao mundo pra passar pela vida sem ter o que contar no final dela. Quem não me conhece até acha que sou meio fria, mas não é bem assim. Eu tenho uma virtude: mantenho as expectativas baixas, sempre!
Muitas coisas já foram capazes de me assustar: quando tive que mudar de colégio aos 14 anos e conhecer gente nova, abandonar o Jornalismo pra dar aulas sem nunca ter feito isso na vida, por exemplo! O novo assusta, já disse isso aqui há um tempo. Mas arriscar é bom, desde que você não faça disso a coisa mais importante da sua vida e deposite ali toda a sua esperança, só pra não quebrar a cara e ter força pra começar de novo, se for o caso.
Deve ser como saltar de pára-quedas. Não é da natureza humana, pelo menos não dos humanos normais, se jogar de um avião. Também não é do instinto mudar aquilo que está confortável. Quem não arrisca, quem não tenta, nunca saberá o que a vida reserva.
Essa semana perguntei algo a alguém, e tinha certeza de que a resposta seria um sonoro "não". Se não tivesse perguntado, talvez estaria exatamente agora imaginando como seria se tivesse seguido em frente. Não saber o que fazer é coisa de gente morna. Gente fria diz não pra tudo, como não sou fria, e muito menos morna.... Já dá pra imaginar o que costumo responder!

04 setembro 2009

Meia-verdade


Todo mundo mente. Isso é verdade. Até porque dizer a verdade pode ser difícil, pra quem diz e/ou pra quem ouve. Por isso, poucos recorrem a ela. E isso pode até parecer mentira.
Preferimos acreditar naquilo que nos convém, numa mentirinha que nos contam, ou naquilo que achamos ser a verdade, a encarar a realidade do jeito que ela realmente é. Mentir não é certo, concordo. Mas esconder a verdade pode nos poupar de muitas coisas também. E eu sou a favor da lei da menor encheção de saco.
Tem gente que prefere acreditar naquilo que ouve, a acreditar naquilo que vê. Lidar com a verdade é duro. As mentiras parecem deixar a vida mais fácil.
Fui criada com a verdade, sempre. Mas já preferi acreditar naquilo que me diziam, a ser forte e madura o suficiente pra lidar com os fatos. Esperava o Papai Noel no Natal, seguia as pegadas do coelho na Páscoa, e mais tarde acreditei em juras de fidelidade de ex-namorados, quando tinha (a absoluta) certeza de que estavam me traindo.
Meias verdades não existem. É mentira! É a mesma coisa que comprar o ingresso de um show, achando que está levando vantagem só porque está pagando "metade" do preço como estudante. Descontos não existem. Meias verdades também não. Eu prefiro as verdades inteiras, do jeito que elas são. Não importa quão bonita seja a história que me contem, ou inventem. Fatos são reais, ladainhas, não.