Nas últimas semanas tenho ouvido um bilhão de reclamações! Provavelmente
ando reclamando na mesma intensidade... Gente insatisfeita com o que tem ou com
o que faz. Cheia de vontade pra ter mais, fazer diferente, ganhar mais, mas
vontade só não move montanhas.
Bem-vindo à zona de conforto! Um lugar que, aparentemente,
parece interessante e agradável, confortável como o próprio nome sugere, mas
que se você olhar de longe vai ver que é uma merda.
Puxa uma cadeira, pede uma xícara de café e algo pra
beliscar, escolha a revista menos chata pra folhear, porque você vai passar um
bom tempo aí, nessa salinha de espera da vida, se não tiver coragem o
suficiente pra levantar e tocar a vida de forma mais corajosa, de uma vez por
todas. O que posso dizer é que nesse lugar aí não há nada de novo, nem de
interessante e muito menos desafiador.
Todos nós já passamos por aquela fase em que algo incomoda
demais. A gente não sabe se é o trabalho, o cabelo, o corpo, a decoração da
casa. Só sabe que incomoda, como uma maldita pedra no sapato. Mas temos a
tendência de fazer aquilo que já nos é conhecido, que é cômodo, mais fácil.
Evitamos interromper ciclos viciosos, porque isso demanda motivação e
comprometimento, então acabamos adiando os desafios, preferindo a inércia por
medo do desastre de uma nova experiência.
Com certeza você já ouviu que “a vida começa onde a zona de
conforto termina”. Pura verdade, garantida por quem já teve coragem de dar uma
chance a esse ditado popular. De que adianta reclamar da vida, daquilo que se
tem, do que se ganha, se falta coragem pra dar um passo à frente? Reclamar é
fácil, é cômodo, é confortável. Jogamos pros outros a culpa da nossa
insegurança, da nossa preguiça e dessa falta de vontade de buscar algo melhor e
recompensador. Acabamos num território que dominamos, limitando nosso
desempenho porque temos medo de perder o controle.
Esse estado letárgico e “confortável” só causa danos: além
do sedentarismo, desperdiçamos o nosso próprio talento nessa auto-sabotagem, somos
impedidos de criar uma carreira ascendente, ficamos estagnados, sem qualquer
senso de propósito, só aceitando o que os outros tem a nos oferecer. E que,
convenhamos, nunca é bom o suficiente ou algo que achamos que merecemos.
As pessoas estão sempre culpando as circunstâncias pelo que
são ou têm. Aquelas que progridem são as que se levantam e procuram pelas
circunstâncias que elas querem, e criam as próprias quando não conseguem
encontra-las.
A vida não costuma ser gentil com quem é acomodado, com quem
passa por ela sentado no sofá da zona de conforto só vendo a banda passar. O
preço que se paga por estar nesse lugar é muito alto e, já adianto, não
compensa. Sonhe grande e seja mais comprometido com o que planeja fazer. Transforme
esse desconforto na faísca que precisa pra dar o primeiro passo, vá, tranque a
porta e não volte mais.
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