Homem capacho |
Recentemente namorei um cara que não saia de casa
sem que me pedisse aprovação da roupa que tinha escolhido pra ocasião. Eu
achava aquilo muito estranho. Afinal, quem era eu pra escolher a roupa que ele
tinha ou não que usar se já era crescido e sabia o que vestir? Seria o mesmo de
um homem impedir uma mulher de usar saia curta ou roupa justa, só que ao
contrário. Aquilo era retrógrado demais pra minha cabeça. Era... Até ele
confessar o motivo: a (cafona) ex dele era quem escolhia e dava o aval das
roupas que ele comprava, usava ou não.
Depois disso, passei a reparar nos homens pela rua
e percebi que é muito fácil identificar um pau mandado, aquele ser sem
personalidade que só não se jogou da ponte a pedido da namorada porque ainda
lhe resta um pouco de bom senso. Esse exercício é bem simples: repare na roupa
que usa, no comportamento real e virtual dele e, principalmente, se ele carrega
a bolsa dela, se a resposta pra uma dessas questões foi “sim”, então, minha
filha, está diante de um autêntico modelo de pau mandado!
O cara usa gravata florida ou com motivos infantis,
anda todo engomadinho? Xi... Sinal vermelho! Não dá pra imaginar um cara, macho
ou não, entrando numa loja e escolhendo o acessório coberto de florzinhas,
extremamente colorido ou com o rosto do Pernalonga. Esse é o tipo de presente
de namorada que, além do mau gosto, se comporta igual cachorro, marcando o
território e mostrando que quem manda no guarda roupa dele é ela. Outras peças
do vestuário também entregam. Se cara que não se sente bem com a roupa que usa,
pode apostar, tá vestindo a fantasia escolhida pela namorada.
Eu nunca achei charmoso, carinhoso, atencioso ou
simpático homem que carrega bolsa de mulher. Se ela escolheu sair de casa com o
peso, ela que carregue. Há outras formas de mostrar cavalheirismo. Abrir a
porta do carro, de casa, puxar a cadeira num restaurante ou pagar a conta são
provas de como um homem pode ser gentil. Carregar a bolsa da mulher não está
entre elas. É estranho, feio e nem combina com ele.
Homem que tem hora pra voltar pra casa, que tem que
ligar pra dar satisfação do que tá fazendo repetidas vezes ao longo do dia não
tem síndrome de Cinderela. Tem, sim, é rabo preso com mulher mandona e caga de
medo de ser pego no bar, batendo papo com os amigos, enquanto ela bate perna
por sabe lá Deus onde. Você vê o cara soando frio cada vez que o telefone toca
e ele tá longe de onde “deveria” estar.
Falta de mulheres em redes sociais e uma foto do
casal no perfil dele são também um ótimo sinal de que o moço só falta andar de
coleira por aí. Mulher controladora manda deletar as amigas do Facebook,
Twitter, Instagram e, se puder, da vida dele e ainda faz questão que o rapaz
use uma foto deles juntos pra mostrar pras outras que ousarem puxar conversa
que ele tem dona.
No fundo, tenho muita pena de homens assim. Falta
coragem e sobra insegurança pra dizer que quem manda nele é ele mesmo. Não
existe nada mais broxante do que homem que faz o que os outros mandam. Nem
preciso dizer que o relacionamento mencionado no início do post não durou
muito. Gosto de homem com personalidade e que sabe o que quer, que depende de
mim só pra ganhar carinho e atenção. Carrego as minhas bolsas, porque as
escolho a dedo e combinam com as minhas
roupas, tenho muito mais confiança no meu taco do que periguete de rede social
e odeio que os outros me deem satisfação da vida que levam. Adoro homem que usa
gravata, mas prefiro as que ele escolhe pra fazer bonito a sair com as que eu
combinaria com os ternos que usa só pra dizer que ele é meu. Homem não é gado
pra ser marcado e há formas bem mais interessantes de dizer pro mundo que
aquele ali já tá laçado. E elas não incluem roupas, bolsas ou status em rede
social. Garanto!
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