03 julho 2013

Pau mandado

Homem capacho


Recentemente namorei um cara que não saia de casa sem que me pedisse aprovação da roupa que tinha escolhido pra ocasião. Eu achava aquilo muito estranho. Afinal, quem era eu pra escolher a roupa que ele tinha ou não que usar se já era crescido e sabia o que vestir? Seria o mesmo de um homem impedir uma mulher de usar saia curta ou roupa justa, só que ao contrário. Aquilo era retrógrado demais pra minha cabeça. Era... Até ele confessar o motivo: a (cafona) ex dele era quem escolhia e dava o aval das roupas que ele comprava, usava ou não.

Depois disso, passei a reparar nos homens pela rua e percebi que é muito fácil identificar um pau mandado, aquele ser sem personalidade que só não se jogou da ponte a pedido da namorada porque ainda lhe resta um pouco de bom senso. Esse exercício é bem simples: repare na roupa que usa, no comportamento real e virtual dele e, principalmente, se ele carrega a bolsa dela, se a resposta pra uma dessas questões foi “sim”, então, minha filha, está diante de um autêntico modelo de pau mandado!

O cara usa gravata florida ou com motivos infantis, anda todo engomadinho? Xi... Sinal vermelho! Não dá pra imaginar um cara, macho ou não, entrando numa loja e escolhendo o acessório coberto de florzinhas, extremamente colorido ou com o rosto do Pernalonga. Esse é o tipo de presente de namorada que, além do mau gosto, se comporta igual cachorro, marcando o território e mostrando que quem manda no guarda roupa dele é ela. Outras peças do vestuário também entregam. Se cara que não se sente bem com a roupa que usa, pode apostar, tá vestindo a fantasia escolhida pela namorada.

Eu nunca achei charmoso, carinhoso, atencioso ou simpático homem que carrega bolsa de mulher. Se ela escolheu sair de casa com o peso, ela que carregue. Há outras formas de mostrar cavalheirismo. Abrir a porta do carro, de casa, puxar a cadeira num restaurante ou pagar a conta são provas de como um homem pode ser gentil. Carregar a bolsa da mulher não está entre elas. É estranho, feio e nem combina com ele.

Homem que tem hora pra voltar pra casa, que tem que ligar pra dar satisfação do que tá fazendo repetidas vezes ao longo do dia não tem síndrome de Cinderela. Tem, sim, é rabo preso com mulher mandona e caga de medo de ser pego no bar, batendo papo com os amigos, enquanto ela bate perna por sabe lá Deus onde. Você vê o cara soando frio cada vez que o telefone toca e ele tá longe de onde “deveria” estar.

Falta de mulheres em redes sociais e uma foto do casal no perfil dele são também um ótimo sinal de que o moço só falta andar de coleira por aí. Mulher controladora manda deletar as amigas do Facebook, Twitter, Instagram e, se puder, da vida dele e ainda faz questão que o rapaz use uma foto deles juntos pra mostrar pras outras que ousarem puxar conversa que ele tem dona.

No fundo, tenho muita pena de homens assim. Falta coragem e sobra insegurança pra dizer que quem manda nele é ele mesmo. Não existe nada mais broxante do que homem que faz o que os outros mandam. Nem preciso dizer que o relacionamento mencionado no início do post não durou muito. Gosto de homem com personalidade e que sabe o que quer, que depende de mim só pra ganhar carinho e atenção. Carrego as minhas bolsas, porque as escolho a dedo e combinam com as minhas roupas, tenho muito mais confiança no meu taco do que periguete de rede social e odeio que os outros me deem satisfação da vida que levam. Adoro homem que usa gravata, mas prefiro as que ele escolhe pra fazer bonito a sair com as que eu combinaria com os ternos que usa só pra dizer que ele é meu. Homem não é gado pra ser marcado e há formas bem mais interessantes de dizer pro mundo que aquele ali já tá laçado. E elas não incluem roupas, bolsas ou status em rede social. Garanto!

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