Ser puta tá na moda, de novo. Depois de Bruna Surfistinha
virar “best seller” e ganhar as telas
dos cinemas num filme que conta a vida dela como garota de programa, chegou a
vez de outra universitária do interior de São Paulo fazer sucesso contando suas
peripécias sexuais num blog e em entrevistas à programas de TV.
A profissão mais antiga do mundo tá ganhando ares de glamour
mais uma vez. Acredito que teve até gente por aí que considerou a ideia de
vender o corpinho depois que um boato nefasto do “Bolsa Prostituição” (de que o
governo subsidiaria garotas de programa em R$2 mil por mês) invadiu as redes
sociais. Confesso que até eu cheguei a acreditar que a notícia era verdadeira,
já que desse país pode-se esperar tudo, inclusive... isso!
Não sou contra e nem a favor a legalização desta
“profissão”. Acho que, sendo honesto, pra ganhar dinheiro cada um faz e vende o
que quer. Mas, a glamourização da prostituição feita massiva e recentemente
pela mídia precisa ser combatida a pauladas. Meninas, cada vez mais novas, estão
aderindo à máxima “Pagando bem, que mal tem”. Mas é importante lembrar às
candidatas a meretrizes que nem toda história tem o final feliz de “Uma Linda
Mulher”, afinal se o mundo tivesse cheio de Richard Geres, ser puta seria a
última hipótese, né?
Há tempos que os valores estão deturpados, mas o exagero
agora tomou conta. A mulher virou, de vez, objeto. Se lá nos anos 60, elas
brigavam pela igualdade de direitos, hoje estão se vendendo pra quem pagar
mais. Estão trocando a dignidade, suor e esforço por dinheiro “fácil”. Até a
virgindade de uma brasileira foi leiloada recentemente. Que tipo de futuro
teremos se alguém que estuda arduamente por 20 anos e ganha salários razoáveis
tem menos importância na mídia (ou seja lá onde for) do que uma garota de 20
anos que assume publicamente vender o corpo pra fazer a vida?
Estudos recentes revelaram as características da
prostituição na atualidade, baseando-se na situação de 30 países: há mais de 40
milhões de pessoas se prostituindo no mundo. A maioria é formada por mulheres,
na faixa dos 13 e 25 anos, ligadas a cafetões.
Na Europa, tem crescido cada vez mais o número de meninas que acabam
recorrendo à prostituição pra bancar os próprios estudos, já que o governo cortou
a ajuda de custo oferecida tempos atrás e o custo de vida aumentou. Na Espanha,
por exemplo, uma garota pode ser vendida entre R$2 mil e R$7.5 mil, dependendo
da idade e experiência, sendo revendida para outros fins depois de 28 dias, já
que pra um bordel ela deixa de ser interessante.
Tá na hora da gente repensar certos conceitos e valorizar
quem realmente merece e parar de glamourizar o ganho do dinheiro fácil. Ah...
Quer dizer que dar pra alguém que não se conhece não é fácil? Experimente um
expediente das 8h às 17h, ônibus lotado, chefe chato, salários baixos ou
injustos pra depois discutirmos o que é ganhar dinheiro fácil... Pode não ser
lá uma moleza também ou o sonho de quem quer se dar bem na vida, mas pelo menos
é digno.
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