Quer saber se você é um bom exemplo? Observe
as crianças com quem convive. Elas são a cópia perfeita daqueles que estão
frequentemente à sua volta. Elas não são o que os adultos dizem ou pedem que
sejam, mas o que fazem, porque palavras – pros pequenos – são abstratas, eles
não podem tocar, por isso não entendem. Mas ações – aquilo que eles podem ver –
são exemplos que tornam o que é “dito” concreto e daí viram repetições.
Vejo muitas crianças carinhosas e outras,
agressivas. Basta conhecer os pais pra entender esses comportamentos. Então, os
beijos ou os tapas acabam sendo explicados, sozinhos, sem a necessidade das palavras.
Um professor colombiano teve uma ideia incrível:
por 10 anos, coletou definições de seus alunos (crianças entre 5 e 12 anos) para
criar um dicionário com verbetes puros, lógicos e reais. São mais de 500
definições pra palavras de A a Z. Nele, dá pra ver como os pequenos entendem e
enxergam o mundo, aquele que há muito foi esquecido pelos adultos.
Pras crianças, a palavra criança significa “amigo
que tem o cabelo curtinho, não toma rum e vai dormir mais cedo”. Já um adulto é
“a pessoa que em toda coisa que fala, fala primeiro dela mesma”. Já o ancião é
um homem que fica sentado o dia todo, branco é a cor que não pinta, dinheiro é
coisa de interesse pros outros com a qual se faz amigos e, sem ela, se faz
inimigos. Deus é o amor com cabelo grande e poderes.
As crianças enxergam a guerra como algo em que
as pessoas se matam por um pedaço de terra ou de paz. A inveja é o mesmo que
atirar pedras nos amigos. Os adultos vão à igreja pra perdoar Deus, mãe é
alguém que entende e depois vai dormir e paz é quando alguém se perdoa.
Quem explicou isso à elas? Ninguém! Elas
observaram e chegaram às próprias conclusões, pois ainda são imaturas pra
associar palavras com significados abstratos. Por isso, cuidado com o adulto
que você é perto de uma criança. Se quer formar um cidadão com caráter
impecável, tenha absoluta certeza de que o seu tá em dia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário