Lembro quando tinha mais ou menos uns 10 anos dos meus amigos da escola comentando sobre o "crime da mala", exposto no Museu do Crime da USP. Aquilo era bárbaro e chocava, afinal como alguém em sã consciência mataria a própria mulher, picaria em pedacinhos e despacharia o resto do corpo numa mala num navio.
Crime, naquela época, era bater carteira no centro da cidade. Não existiam programas sensacionalistas, aliás, existia censura na TV (o que, de certa forma, era até bom...) e os crimes não chegavam a tamanha brutalidade pra ganhar a atenção popular. Não que soubéssemos...
Mas, de uns tempos pra cá, a coisa degringolou. Desde que o "Linha Direta" foi ao ar na Globo parece que a escola do crime anda se especializando na barbárie. Os programas sensacionalistas perderam de vez o limite e colocam no ar, na hora do jantar com a família reunida na frente da TV, cenas e detalhes de crimes de embrulhar o estômago.
Parece que o mundo virou de pernas pro ar. O "crime da mala" virou banalidade. Os assassinatos de hoje são cheios de crueldade e requinte, sem falar na frieza com que são cometidos e na impunidade que se segue. Esquartejar alguém e enfiar o corpo numa sacola já nem espanta mais. Agora queimam gente viva. E descrevem o ato com detalhes dignos de novela. E repetem, repetem, repetem...
Falta bom senso. Sobra crueldade. E fica a dúvida: culpado seria apenas aquele que comete o crime, ou a sociedade que anda dando bola e audiência demais pra esse tipo de coisa, alimentando a mente já doentia desse bando de criminoso sem noção?
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2 comentários:
Muito bem colocado.
Gostou? Obrigada!
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