Mas seria bom se tivesse parado por aí. A mentira virou vício. Coisa de gente tratada na base da tarja-preta, literalmente. Ficou cada vez mais difícil confiar novamente cada vez que a verdade, de uma forma ou de outra, surgia na minha frente.
O questionamento era constante: “será que isso é sério?”, “dá pra confiar no que tá falando agora?”, “e se for mentira?”... Até que a loucura ficou contagiosa demais e a desconfiança se tornou o remédio.
Ganhar a confiança de alguém não é fácil. Leva tempo. Dá trabalho. Muito trabalho. Que não é remunerado e nem dá direito aos benefícios. Dou valor à confiança que as pessoas depositam em mim e tenho aprendido cada vez mais que a verdade, por pior que seja, vale bem mais do que a mentira bonitinha. Procuro ser sincera, verdadeira e não criar expectativas falsas nas pessoas que depositam em mim algo que demora pra se ganhar e que não tem preço.
O que ganho com isso? Consciência leve e noites bem dormidas. Mentiras sinceras não me interessam. Nenhum tipo delas. Me sirva uma porção de verdade e voltarei sempre, obrigada.