Não sei como você cuida da sua janela. Procuro manter a minha limpa, mas sempre fechada. Morro de medo que seja estilhaçada, porque sei o trabalhão que dá consertar, sem falar no tempo que isso exige, coisa que eu não tenho de sobra. Não estou levando em consideração aqui o fato de cuidar da minha janela e ficar puta caso alguém ouse quebrá-la.
Por trás dela, costumo ver muita coisa. Quem tá de fora até consegue me ver também, mas ouvir o que se passa aqui dentro são outros 500...
Como cuido da minha janela, procuro respeitar a dos outros. Se o vidro não é tão claro como o meu, deve existir alguma razão pra isso. Se mantém tudo aberto, entro só quando sou convidada. Acredito que respeitar o espaço alheio é uma regra de ouro. Limites existem, portanto acho justo. É aquela velha história de só fazer ao outro aquilo que gostaria que fizessem pra você.
Assim como cuido da minha, imagino que os outros têm o mesmo trabalhão pra mantê-las intactas, bem conservadas e bonitas, pra que todos tenham uma boa impressão. Também não é da minha conta se este cuidado não existe. Procuro respeitar da mesma maneira.
Talvez por esta razão não entenda, muitas vezes, o desprezo que certas pessoas têm com o cuidado que os outros têm com aquilo que é importante pra eles. Jogar pedra na vidraça dos outros, achando que o estrago vai ser pequeno e fácil de ser reparado é a coisa mais inconsequente que alguém pode fazer. Se elas pudessem olhar de dentro delas, talvez saberiam a importância que têm.
O problema é que só temos olhos pro que a nossa janela mostra. Nunca a do outro. O que vemos da nossa é o que conta. E a mais absoluta verdade. Não importa que alguém de perto tenha uma visão diferente. É a sua que está absolutamente certa. Sempre.
Assim como respeito a janela dos outros, de vez em quando, procuro olhar e espiar o ângulo que eles têm. Além de tentar entender o lado de lá, acabo aprendendo a respeitá-lo também. Posso ver de uma outra forma, que eu estava errada... Assim, tenho a oportunidade de crescer. Todo mundo está certo, dependendo do seu aspecto nessa análise. Mas quando quebramos a janela do outro, além de perdermos a razão, ficaremos limitados a apenas um lado da história.
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