Três mil reais pode ser o preço de uma vida. Mas também pode valer bem menos. Tem bandido que aproveita a oferta de um par de tênis, de um maço de cigarro ou uma garrafa de pinga vagabunda. A vida já não está valendo mais nada pra alguns. Não pros que vivem, mas para aqueles que levam embora a vida de outros.
Quando estava na quinta série, "descobri" o Museu do Crime, da USP. Tinha apenas 10 anos, ou seja, idade nenhuma pra entrar no lugar. Mas, naquela época, o crime da mala, principal atrativo da exposição tão comentada entre os meus amigos, chocava. Era bárbaro imaginar que um marido poderia esquartejar a mulher grávida, colocar numa mala e despachar o corpo num navio. Os bandidos daquela época eram monstros... Não que tenham virado heróis, mas seus métodos de matar pessoas já não impressionam ninguém.
É sádico ler detalhes das mortes de hoje em dia, apesar de arrepiar, as pessoas não se surpreendem mais. Parece que esperam sempre que algo pior aconteça. Jogar a própria filha pela janela, arrastar um moleque pendurado pelo lado de fora do carro, entregar o corpo da ex-amante como ração pra cachorro... Como será o próximo?
Ontem, lendo pela primeira vez algo sobre o caso do goleiro do Flamengo, tive a certeza de que as pessoas cruéis perderam a noção do que é limite. Infelizmente, logo menos, outro crime chocante vai acontecer por aí... Talvez mais surpreendente do que este, ou não. Por mais lógico que seja o motivo, ainda assim, não será o bastante pra que outra pessoa perca a vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário