19 julho 2010

No mesmo lugar


Se tem uma frase que me tira do sério é essa tal de "E aí, sumida?". Chego a nem responder, pra daí sim dar motivo do meu "sumiço". Acho engraçado como as pessoas acham que eu, de uma hora pra outra, sumi do mundo. Devo ter sido abduzida e não sei. Alguém pode ter me sequestrado e esquecido de pedir o resgate... Ou então, eu posso estar exatamente no mesmo lugar em que sempre estive, mas quem deixou de me procurar foi você!
Lógico que eu tenho meus momentos de reclusão total. Como agora. É como se eu entrasse numa solitária e ficasse lá o tempo que eu quisesse, evitando todo mundo (ou quase todos), mas isso não quer dizer que mudei de planeta, de telefone ou de nome.
Continuo, impressionantemente, no mesmo lugar onde sempre estive. O endereço é o mesmo, infelizmente não mudei de país e os telefones também continuam com os mesmos números, interessantemente na mesma ordem, o que poupa o trabalho de qualquer um em fazer combinações. Se não me encontrar por aí, trabalhando, pagando contas ou batendo pernas no shopping de vez em quando, joga meu nome no Google. Eu, por mais incrível que pareça, também estou lá!
Acho cômodo alguém, do nada, surgir e dizer que estou sumida. Chego a ter 5 ou 6 recados no meu Orkut, seguidos, perguntando a mesma coisa. Já até pensei em se tratar de um desses vírus do tipo não-clique-aqui-ou-seu-perfil-mandará-mensagens-de-e-aí-sumida?-pra-toda-a-sua-lista-de-contatos. Mas não. Imagino que isso deve ser o peso na consciência. Deve ser duro chegar à conclusão de que, quem sumiu, na verdade, foi você. E pra não soar assim tão mal resolve mandar a culpa pro lado de cá. A distância daqui pra onde quer que você esteja é a mesma. Você não vai dar um passo além dos que eu daria se estivesse a fim de procurar você.
Como pode ver, estou vivinha da Silva.

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