26 maio 2010

Tô ficando velha...


Semana passada o Pacman comemorou 30 anos! E, não sei se é triste, mas lembro muito bem quando este jogo era o que havia de mais genial. Bom, naquela época, eu só podia jogar video-game no final de semana e quando chovia, porque nos outros dias da semana e de sol, podia ficar na rua, pulando amarelinha ou andando de bicicleta, até escurecer.

Trinta anos... Parece uma eternidade. Na verdade, é. Pra mim, uma vida inteira. Mas não dá pra acreditar em como as coisas mudaram e na velocidade em que isso tem acontecido. O que você aprende hoje, amanhã já não vai servir pra nada. Tudo tem se renovado muito rápido e ainda não consegui perceber se isso é bom ou ruim.

Assim como esse papo de reposição hormonal, vacinas pra tudo e uso excessivo de aparelhos eletrônicos que podem ou não causar danos à saúde, não deu pra notar se tanto avanço vai deixar o povo louco ou não.

Eu sou do tempo em que Orkut não existia. Aliás, a forma mais rápida de trocar mensagens com os amigos era durante as aulas e em bilhetinhos. Os lanches do McDonald's custavam R$4,50 e eram novidade! Meninas de 11 anos ainda acreditavam em Papai Noel e brincavam de boneca, enquanto os meninos de 13 jogavam botão. As novelas mexicanas eram inocentes, existia "Carrossel" e não "Rebeldes". Sou da época em que Plutão ainda era um planeta e as palavras ainda eram acentuadas. As festas de 15 anos não eram eventos e maquiagem era coisa de gente grande. Crianças tinham, no máximo, um Tamagotchi e não celulares. As fotos eram tiradas pra recordarem um momento e não pra lotarem os sites de relacionamento.

O Wii pode até ser bacana, modernão e tal... Mas a época do Atari era muito melhor!

07 maio 2010

Ídolos

"Crianças" de 16 anos deveriam estar na escola. Fato! E só deveriam sair de lá preparadas pra todos os tipos de perguntas. Inclusive as mais fáceis. Não é de se espantar quando lemos piadas sobre respostas absurdas dadas em provas de vestibular ou outros exames, como o Enem. Basta seguir "Perolas do Enem" no Twitter pra ver a criatividade (ou ignorância) das pessoas que se formam no nosso país.

Grande parte dos meus alunos idolatra Justin Bieber, aquele astro "mirim" de 16 anos que se acha tão gangstar quanto 50 Cent (mas que no fundo lembra bastante o filho de Vanilla Ice - Ice Baby). E depois do que vi, passei a entender o motivo de alguns deles limitarem seus conhecimentos a lançamentos de celulares, o iPod da moda ou as festinhas da semana.

Confesso que não senti pena do garoto. E acho mais do que justo que o vídeo em que ele aparece fazendo papel de ridículo num programa de entrevistas seja divulgado da forma como foi. Infelizmente, esta é a juventude que está sendo preparada para comandar o mundo daqui uns anos.

Na entrevista, um apresentador da Nova Zelândia pergunta a Justin - durante um jogo de Verdadeiro ou Falso - se Bieber significa basquete em alemão. Mesmo repetindo 200 vezes e mostrando a ficha pro bonitinho, ele não entende e desconversa, dizendo que na América não falam isso. O ídolo canadense tentou se explicar no Twitter. Deve ter convencido o bando de seguidores, mas não deve passar de ano na escola.

Pois é, tá na hora da criançada desligar o iPod, parar de fingir que ser gente-grande-que-faz-cara-de-mal é legal e estudar um pouco mais. Os meus ídolos eram bem mais inteligentes, talvez por isso a minha geração seja um pouco menos perdida que a atual.

03 maio 2010

Escolhas

Escolher algo nunca é fácil. Mesmo as escolhas mais simples, como o que comer, que roupa usar, aonde ir e tantas outras escolhas idiotas pedem atenção. Imagine decidir onde morar, que carreira seguir, com quem casar, com quem ficar, pra quem entregar seu coração...

Dizer "sim" a uma coisa é dizer "não" pra outra. Escolher isto significa renunciar aquilo! Toda escolha traz uma renúncia, todo "sim" traz um "não", ou todo "não" traz um "sim". E um "não" na hora certa (ou errada) pode mudar muita coisa.

Quando escolhemos uma noitada com os amigos, estamos renunciando uma noite de sono, tranquila. Quando escolhemos uma profissão, estamos renunciando todas as outras que poderiam nos satisfazer muito mais ou nos render uma grana bem melhor. Quando escolhemos alguém para estar junto da gente, acabamos deixando muitas outras pessoas de lado, muitas vezes bem mais interessantes.

Não temos o hábito de medir nossas escolhas. Nossa balança está sempre tombada para o lado do "sim". Porque é mais fácil escolher aquilo que parece mais fácil. Nossas escolhas estão sempre recheadas de emoção e não de razão. Escolhemos o que está ao nosso alcance, o que achamos que é nosso. Mas ainda assim, mesmo depois de escolher, achamos que temos direito a todo o resto que foi renunciado. Esquecemos que, aquilo que deixamos de lado, pode também querer renunciar.

Por isso, antes de escolher, é importante pensar na renúncia, olhar para os dois lados, para a mão e a contramão, pensar se vale mesmo a pena dizer um "sim" no lugar de um "não". Haverá horas em que renunciar será melhor que escolher. Mas se tiver que escolher esteja pronto pra encarar a renúncia e suas consequências. Eu escolhi ser feliz. A minha felicidade é muito importante pra depender das escolhas de outra pessoa. Principalmente daquelas que ainda não sabem bem o que querem da vida, que repetem o "talvez" ao invés de dizer "sim" ou "não".