28 janeiro 2010

Unfollow


Quantos "amigos" você tem no Orkut? E no Facebook? Quantas "vidas" você segue no Twitter? Quantos nomes na sua lista do MSN? Às vezes, tenho a sensação de que essa coisa de redes sociais só chegaram pra estragar a realidade. Tudo bem que ajudam a reencontrar gente com quem não falávamos há um bilhão de anos, mas ao mesmo tempo fazem com que os novos contatos virem artigos em prateleiras de lojas. Estão lá, expostos. Se gostar, pega. E usa até expirar o prazo de validade.
Já percebeu que pessoas que conhecemos de forma digital não recebem o mesmo valor daquelas que já estão na nossa vida analógica há anos? E o que há de diferente entre os dois tipos de relacionamentos, se os dois envolvem pessoas (e reais!)?
Antigamente, quando não existia esse papo de "me add" (que eu, só pra registrar, odeio!), quando era um pouco mais difícil conhecer gente nova e se aproximar dos estranhos, as pessoas se respeitavam mais. Respeitavam limites, sentimentos e eram menos superficiais. Não existia esse péssimo hábito de colecionar pessoas e não se dispensava os novos conhecidos como se descarta um copinho plástico quando outros novos tomam o lugar na prateleira.
Conheci no mundo real muita gente que chegou pelo virtual. Mas confesso que pouquíssimos ficaram. Não por culpa minha, já que aprendi - desde cedo (e cedo mesmo, já que a minha geração não foi educada plugada na internet) - que pessoas merecem respeito. Merecem atenção. Têm valor. Ainda romantizo relacionamentos e acredito na amizade verdadeira. Mas, preciso lembrar o tempo todo que, pra qualquer relacionamento existir, é preciso que as duas partes se respeitem e dediquem a mesma quantidade de tempo e carinho.
Valor mútuo é artigo raro nesse supermercado online. De que vale a inclusão digital, se excluímos aqueles que fazem parte desse universo sem o menor critério? Se não podemos deletar ou bloquear alguém que cruza nosso caminho pela rua, por que esquecer (justo na Era da Tecnologia e Inteligência) que somos civilizados? A máxima do "respeite o próximo" nunca foi atualizada, pode dar RT que ela ainda conta pontos!

23 janeiro 2010

Em prol de quem?


Precisou uma catástrofe virar assunto mundial pro bando de celebridades se mobilizar e organizar um show em prol das vítimas dos terremotos no Haiti. Mais de 150 mil pessoas morreram no desastre, depois de passar a vida toda lutando contra a pobreza e a violência que sempre dominou aquele país.
Não condeno a atitude deles. O Hope For Haiti Now e a música criada por Bono Vox e Jay-Z devem ter surtido algum efeito, mas hello! o Haiti nunca nadou no dinheiro e ajudas como esta poderiam ter chegado bem antes da terra chacoalhar por lá. Mas, antes disso, ninguém prestaria atenção à nobreza do ato. Não é? A grana do rapper e todo o engajamento do vocalista do U2 chegaram um pouco tarde.
O povo do Haiti precisa de tudo. Tudo mesmo. E isso inclui água. E não de outro Micheal Jackson e seu We Are The World. Hey, equipe do Discovery Channel que tal mandar o Extreme Makeover Home Edition pra lá? Quem sabe assim, os desabrigados possam ter condições e meios de ouvir a música que Bono e Jay-Z fizeram pra ocasião...

22 janeiro 2010

Não pode?


Não coma chocolate todos os dias. Não se apaixone pelo melhor amigo. Beba socialmente. Não faça barulho depois das 10. Nunca experimente drogas. Não tome sol ao meio-dia. Não fale com estranhos. Guarde parte do dinheiro que ganha. Entre o ano de branco.

Reparou como a vida é repleta de regras? Somos obrigados a tê-las porque vivemos em sociedade. Claro! Mais do que certo não atravessar o farol quando ele estiver vermelho e respeitar o pedestre quando estiver na faixa. Pagar as contas em dia pra evitar os juros e ser coerente com as autoridades.

Mas limitar o resto é seguir padrões demais. Já dizia o ditado: Se você respeitar todas as regras vai perder toda a diversão. Exagero? Eu prefiro acreditar que as regras foram criadas pra serem desrespeitadas. De limite já basta um: saber que um dia a vida vai acabar. Antes disso, devemos respeitar certas regras (e uma delas inclui o limite do próximo), mas esquecer as outras que nos deixam infelizes. O que tem de mais beber além da conta de vez em quando? Ligar pra alguém depois da meia-noite quando der vontade? Sorrir pro inimigo? Se entupir de guloseimas no final de semana? Convidar um cara de quem você está a fim pra sair?

O melhor arrependimento é aquele que sentimos por ter feito algo errado. Quem não tem coragem de viver, de testar limites, desrespeitar regras, não tem história pra contar. Se não pular o muro, como saber se o que tem do outro lado é bom ou ruim? Dever, talvez ninguém deva mesmo. Mas poder, todo mundo pode!

14 janeiro 2010

Até tu, Br...anca de Neve?


Nunca acreditei nessa coisa de princesa. Cinderela, Branca de Neve e Bela Adormecida eram histórias pra futuras bitches dormir. Desde cedo, nunquinha acreditei nesse papo de que príncipe existia e de que a vida era como um conto de fadas. Cruel? Pois é... Salvou-me de grandes decepções na vida adulta, que pode ser colorida, mas não é cor-de-rosa.
Basta ver o que acontece com as meninas quando crescem como reagem ao saber que o cavalo branco é, na verdade, o ônibus lotado das seis horas da tarde e que o príncipe é um sapo e não adianta beijar porque vai ser animal pra sempre. Elas viram... emos! Falam que a vida sucks e cogitam a hipótese de cortar os pulsos. Se pintam de preto, colorem o cabelo de rosa e saem beijando meninas.
A boa notícia é que agora elas vão poder ler histórias coerentes com a realidade e alimentar mais o espírito suicida! E a boa notícia pra mim é que, talvez, eu não era a única a achar esse monte de histórias um verdadeiro saco! Um livro lançado na Espanha (e que já vendeu mais de 50 mil exemplares no primeiro mês) traz a versão ano 2000 pras princesas criadas no século passado.
A Cinderela percebe que é uma mulher maltratada pela madrasta e suas irmãs, abandonada pelo pai, forçada a estar magra pra caber em roupas de tamanho 38 e que o príncipe é, na verdade, um mandão e insatisfeito depois que se casam. Ela vira vegetariana e vai pra balada. Só volta pra casa de madrugada e decide que viver sem o príncipe é a melhor coisa que já fez na vida.
Pra dar a volta por cima, Cinderela resolve se encontrar com as amigas, também princesas. Bela Adormecida explica como acordou sozinha e Branca de Neve se livra da depressão e do vício ao Prozac e resolve se bronzear até ficar morena.
Bem mais interessante. E realista. Vamos combinar?

12 janeiro 2010

Joga glitter e ilumina?


O mundo é mesmo injusto. Não... O mundo não. Mas a distribuição de renda no Brasil sucks! Ainda tenho mais uns 10 dias de férias. Dez dias pra ficar sem fazer absolutamente nada, acordando tarde, assistindo DVDs, almoçando a hora que quiser, pensando na vida, lendo livros, atividades que só se encaixam em uma categoria: ócio!
Até agora já passei quase 1 mês e meio sem fazer porra nenhuma. Só exibindo a minha bunda na praia em alta temporada, me refrescando no chuveiro do calçadão pra multidão ver ou torrando o corpinho no sol em biquínis bem pequenos e dividindo o apê com a minha mãe e dois cachorros (o que equivale a 12 pessoas). Ah! Sou jornalista também. Mas, fail, não sou atriz/modelo/manequim/twittermaníaca. Vai ver que é aí que mora a diferença entre eu terminar as minhas férias com R$1,5 milhões a menos na minha conta e falida com todos os IP´s pra pagar.
É por isso que acho Big Brother (Brasil or not) e realities shows de forma geral uma grande perda de tempo. Já colocaram artistas cuidando de vaca, bode e avestruz, meu ex-amigo roqueiro numa sala branca sozinho, outro dentro de um BBB (ele ficou entre os finalistas) e eu nunca fiquei mais rica por conta disso. Minhas férias vão continuar sendo remuneradas enquanto tiver um bom emprego, mas jamais vão chegar a pagar R$1,5 milhões por elas (apesar de merecer!), a não ser que eu ganhe na Mega Sena. E, pra isso acontecer, tenho que começar a apostar. Como é o tipo de coisa que não acredito, prefiro deixar pros outros...
Ainda não consigo acreditar que, pelo décimo ano consecutivo, o país onde moro vai parar na frente da TV pra acompanhar a vida de gente que jamais conheceram, ao invés de cuidar de suas próprias e daqueles que estão por perto de verdade. E, pior ainda, que a TV brasileira vai passar 3 meses exibindo algo tão fútil ao invés de fazer um bem à humanidade, ensinando bem mais do que expressões monissílabas, como uhuuuul!
Se isso é reality show, desculpe, mas devo me mudar pra outro planeta no final das minhas férias. Porque esta, sinceramente, não é a minha realidade.

11 janeiro 2010

Coisas que eu odeio


Eu já devo ter postado isso aqui há algum tempo. Mas fuçando meus arquivos do Fotolog achei que seria interessante dar um repeteco. Talvez assim, algumas pessoas possam entender o motivo das minhas mudanças de humor "repentinas". Ninguém nasceu com manual de instruções, quem seria eu pra mudar este conceito. Mas deixar avisado já é alguma coisa.
Relendo, percebi que poucas coisas mudaram nos últimos 2 anos. De duas uma: ou eu continuo rabugenta ou as pessoas com quem convivo não têm noção do perigo. Existem muitas coisas que me incomodam, muitas além do trivial - dia de chuva, gente chata e trânsito em véspera de feriado. Uma lista com justificativas torna o nosso convívio mais fácil e harmonioso. Certo? Se a minha lista te irrita, paciência... Faça a sua e me inclua. Do contrário... Saiba o que fazer pra me tirar do sério.
1. Tente conversar comigo enquanto eu estiver ao telefone! Eu não tenho coordenação mental suficiente para prestar atenção em duas conversas completamente diferentes. Ou simplesmente acho uma puta falta de educação ser interrompida numa situação como essa. Espere a sua vez, ué!
2. Me deixe esperando... Se compromisso fosse para ser marcado a qualquer hora entre as 24h de um dia, então por que combinamos uma hora exata para que eu fique pronta, esperando por você? Se não sabe respeitar horário então não combine nada comigo!
3. Seja burro! Odeio gente ignorante. Todo mundo nasceu sabendo a mesma coisa: NADA! Inclusive eu! Se eu tive o trabalho de me formar, informar e evoluir, por que raios tenho que aturar gente burra que não se importa com isso? Quando você chegar no meu nível, a gente conversa...
4. Deixe o ar condicionado ligado no máximo. Sou friorenta. E odeio lugar gelado, simplesmente porque não nasci com vocação pra esquimó, não moro em iglu e muito menos sou um corpo a espera de reconhecimento numa gaveta gelada do IML, que precisa ser mantida em baixa temperatura.
5. Demore para fazer seu pedido no drive-thru do McDonald´s. Drive-thru é para quem está com pressa. Se você não estivesse numa situação assim, entraria, sentaria e comeria com calma. Então, pra que enrolar na fila?! Sem falar que o cardápio do McDonald´s não muda há anos, e eu não acredito que esta seja a primeira vez que o sujeito vá a este fast food. FAST, em inglês, significa rápido! Eles inclusive inventaram combinados com números para facilitar a sua vida, por isso não vejo motivo pra tanta enrolação!
6. Me ignore! A humanidade passou anos aprendendo uma forma para se comunicar. Então, só posso pensar que, quem me ignora, deve ainda viver na Idade da Pedra! Se você não gosta de mim, se não quer mais falar comigo... simplesmente... FALE isso de uma vez por todas!
7. Me diga o que ou não fazer. Demorei anos para ser independente. E se já moro sozinha há 10 anos (e sobrevivi) é porque sei me virar sozinha... Então, não mande eu fazer isso ou aquilo deste ou daquele jeito. Ou não me deixe ficar muito tempo sem fazer nada. Meu humor vai pras cucuias!
8. Cuide da minha vida! Somado ao tópico anterior, cuidar da minha vida também tem a ver com a minha independência. Pago as minhas contas e por isso não suporto gente metendo o bedelho na minha vida assim... de graça! Se quer fazer parte dela, cuidar do que faço ou deixo de fazer.... vai abrindo a carteira que eu digo o número de contas que você terá que pagar daqui pra frente!
9. Converse comigo enquanto assisto TV. Eu ODEIO televisão, então se parei para ver algo é porque aquilo realmente me interessa, sem falar que geralmente são programas gringos (e eu não leio legendas), o que exige ainda mais da minha atenção. Então, o que custa esperar só uns minutinhos para conversar comigo?!
10. Me obrigue a conversar quando eu não quero. Se eu estiver quieta é porque NÃO quero falar. Simples! Falo pra caralho no trabalho, o dia inteiro, repito 200 vezes a mesma frase, falo, falo, falo, lido com gente preguiçosa, agitada e tenho que parecer 100% quando na verdade estou – 000,1%, o que é bastante cansativo. Portanto, se eu não quiser falar, me dê um tempo!
11. Me compare a você se eu demoro pra superar alguma coisa. Não venha me dizer que você superou muito mais rápido a mesma situação ou que eu deveria fazer isso ou aquilo pra melhorar. Fiz terapia e aprendi a reconhecer meu tempo e o que faço pra ficar numa boa. Conselhos furados e comparações além de não funcionar comigo, só me irritam. Talvez seja por isso que ando evitando você de vez em quando.
12. Coma do meu prato ou beba do meu copo. Posso até não falar que fico puta na hora, mas vou fazer alguma coisa da próxima vez para evitar isso. Tem coisas que eu NÃO GOSTO de dividir e se não ofereci é porque não quero e ponto! Se você quer comer a minha comida ou beber o que estou bebendo, peça o mesmo pra você. Aposto que não vão cobrar a mais de você por isso...
13. Me convide pra tomar um “chopinho”. Primeiro que cerveja, chopp e derivados não são minhas bebidas favoritas. Segundo que, se você quer me conquistar, não vai ser com um “chopinho”... Esse papo serve pra adolescente que está começando a beber e acha que impressiona bebendo “chopinho”. Comigo a bebida é outra.
14. Me chame de “amore”! Fala sério... essa moda de chamar todo mundo de “amore”, “lindooo”, “xuuu” e etc é a maior prova de como a humanidade pode ser falsa. Se você trata as pessoas na vida real desta forma é porque tem sérios problemas mentais.
15. Faça cagadas no trânsito e queira ter razão. Se você fechou meu carro ou passou no farol vermelho é você quem está errado, então assuma.
16. Me incomode no MSN quando meu status está “ausente”. Se diz “ausente” é porque estou: ou ausente mesmo, ocupada trabalhando ou porque não quero mesmo conversar. Portanto, se não respondo a sua mensagem... não insista! O que falta é o seu bom senso funcionar, afinal MSN não é o melhor lugar para monólogos!
17. Fale que seus problemas são maiores do que os meus. Problemas são problemas. Se estou contando os meus é porque quero desabafar e não ouvir coisas “ah, mas você não sabe o que aconteceu comigo...”. Se eu quisesse saber dos seus, perguntaria!
18. Atender ligações de telemarketing. Puta coisa chata! Acho invasão de privacidade. E outra, esse papo de “devido ao seu bom relacionamento com o banco...” é furado. Se eu realmente tivesse um bom relacionamento, ele colocaria dinheiro na minha conta quando estivesse no vermelho!
19. Tente me convencer a ir pra academia. Simplesmente porque acho academias os lugares mais fúteis do mundo!
20. Escreva errado. Essa modinha de criar palavras novas, pra mim, é a ignorância camuflada na desculpa de que é a linguagem de hoje. Ao invés de perder tempo no MSN, escrevendo errado, vá enriquecer o vocabulário!
21. Me envie e-mails “FW”. Aposto que se você tivesse que gastar com selo para enviar cartas com este conteúdo para os amigos você nem se daria ao trabalho de sair de casa para ir aos Correios. Então por que eu teria que abrir e ler um e-mail spam? Deleto mesmo! E-mails não são caixas de lixo onde você joga o que quer.
22. Converse no cinema. Críticos não falam enquanto assistem aos filmes, eles escrevem depois. Então por que você, um Zé Mané da vida, tem que passar o filme inteiro comentando cada cena? E outra: o dia tem 24 horas, você está perdendo apenas 2 horas... Ainda tem outras 22 para conversar. Vai morrer se ficar sem falar?!
23. Enrole para falar. Se tem uma coisa que eu detesto é ouvir conversa de mulher. Sou meio homem quando se trata de ouvir e falar: vou direto ao assunto e odeio conversas cheias de detalhes. Seja breve se quiser prender minha atenção até o final da sua história.
24. Chame mais do que um elevador ao mesmo tempo. Ainda mais se eu estiver com pressa. Por acaso o sujeito vai partir ao meio se os dois elevadores chegarem ao mesmo tempo?
25. Crianças mal educadas perto de mim. Sou obrigada a lidar com algumas, às vezes, por causa do meu trabalho. Mas esbarro em muitas pela rua diariamente e, sinceramente, acredito que muitas deveriam andar com coleiras. Se não sabem respeitar os outros ou se comportar em público, não deveriam nem sair de casa! É por este motivo que animais selvagens são presos em jaulas... ainda não aprenderam a conviver em sociedade.
26. Me dê uma resposta genérica. Isso só prova a sua falta de personalidade, o que, para mim, é profundamente irritante!
27. Reclame da sua vida, do seu cabelo, da sua estria, diga que nada dá certo na sua vida. E blá, blá, blá. Todo mundo tem problemas. Eu tenho os meus também e nem por isso ocupo o seu tempo com eles. Evito pessoas negativas e se deixei você de canto, pense se não foi esse tipo de atitude irritante a culpada por isso.
28. Bata papo comigo no telefone. Telefone é para ser usado para combinar conversas em outros lugares. Se não estou disponível para encontrar você naquela hora em que você está me alugando no telefone é porque estou ocupada com outra coisa. Então, quando me ligar: SEJA BREVE!
29. Me adicione no Orkut, Facebook, Twitter ou em qualquer lugar sem me conhecer ou se apresentar. E pior: faça o estilo “tenho-bigodinho-igual-ao-do- Latino-no-começo-da-carreira”. O que faz esse povo achar que quero fazer amizade ou ter qualquer tipo de relacionamento com eles? Será que não têm bom senso? É nesta hora que eu lamento o lance de “internet para todos”, que o governo anda oferecendo por aí... Inclusão digital é uma merda!
30. Me acorde com um culto evangélico. Na boa, esses caras só podem achar que Jesus é surdo! Se rezar em silêncio ou gritar o efeito será o mesmo. A diferença é que no segundo caso você infringe um dos 10 mandamentos, que é o de respeitar o próximo. Então, cultos evangélicos: não grite enquanto eu durmo!

10 janeiro 2010

A porta deveria ficar sempre fechada


Que mania essa de achar que só porque o ano vira, as coisas mudam. Isso chega a ser perigoso até. Tenho boas expectativas pra 2010, mas ainda não pratiquei nenhuma mudança. A começar por mim. Vai ver não quero mudar, o que pode ser um erro, talvez. E daí, começo o ano errado, mais uma vez, priorizando os outros.
Às vezes, deveria nem atender a porta quando o mundo toca a campainha. Mas eu tenho essa mania de deixar todo mundo entrar. E ele entra com força, desarrumando tudo o que estava, teoricamente, no lugar. Fazendo uma bagunça daquelas que, mais tarde, eu tenho que arrumar sozinha.
Eu deveria pedir mais proteções surreais, anjos da guarda extra, cupidos mais inspirados, pessoas mais sinceras e corações mais abertos. Um pouco de paz e acertos seriam convenientes também. Não é porque o ano muda, que as coisas mudam instantaneamente. Deveriam, mas não mudam. Apesar de saber que alguém me reserva algo muito bom, é sempre bom lembrar que as novelas continuarão tendo os mesmos finais. Snoop Dogg ainda vai fumar muita maconha e a Globo só vai deixar de exibir os especiais de Roberto Carlos quando ele bater as botas. Até lá, as coisas serão exatamente iguais.

05 janeiro 2010

Tamanho importa, sim


Homem gosta de mulher com peitão, cinturinha fina, cabelo comprido e bunda grande. Então por que, nós mulheres, temos que nos contentar com um pau pequeno ou fazer de conta que o tamanho do brinquedo não importa?
Quem usa esse discurso do "grande bobão, pequeno brincalhão" é porque nunca experimentou a primeira opção.
Quando escrevia pra uma revista pornô, sempre respondia cartas sobre o assunto. Homens de pinto minúsculo perguntando se as mulheres se importavam. Pra fazer a política da boa vizinhança e cativar o leitor, sempre respondia que pinto grande só contava como vantagem em vestiário masculino. Mas, verdade seja dita: isso, nós mulheres, sabemos que é mentira.
Prova de que o assunto é e sempre será polêmico, um inglês de pau pequeno e sem vergonha perguntou ao mundo se "afinal, o tamanho realmente importa". Lawrence Barraclough foi ouvir especialistas, desconhecidos e a primeira (e única) namorada. O material virou um documentário produzido pela BBC, o My Penis and I, que pra fazer jus ao assunto será um curta-metragem.
Se bilau pequeno fosse algo fenomenal o inglês em questão teria arrumado várias mulheres, mas ao contrário, ele passa o filme todo contando como o tamanho do brinquedo afetou a infância e a adolescência, quando era ridicularizado no vestiário das aulas de educação física. Essa fixação por pinto chega a ser gay. Já pensou se eu, insatisfeita com o tamanho dos meus peitos, saísse por aí com uma placa pendurada no pescoço dizendo que quero falar sobre eles?
Os únicos que estão bem com o instrumento são aqueles que o usam pro trabalho: atores de filmes pornôs. E depois a mulherada vem com esse papo de que tamanho não é importante... Pinóquio tinha o nariz grande porque mentia, né?
Se você se sensibilizou com o inglês, quer dar apoio moral e dizer que ele não está sozinho nesta história, mande a foto do seu pênis pro site http://www.mypenisandi.com/. Mas não vale usar o Photoshop pra fazer dele o cara mais infeliz do mundo!

01 janeiro 2010

Com o pé esquerdo?


Entrar no novo ano na praia é como fazer parte do filme Indiana Jones. E não como figurante, mas como o próprio Indiana, o protagonista. Tem que ter espírito, não esportivo, mas de aventura pra encarar tanta gente e certas situações.
Achar um lugar no meio de tanto despacho pra santo, garrafa de Sidra quebrada e rosas cheias de espinho é pra quem tem coragem. A areia vira campo minado, fazendo jus ao Afeganistão. Sempre tem um espírito de porco tentando competir com a queima de fogos planejada pela prefeitura em um lugar seguro e bem longe do povo que se amontoa na areia. E este lugar é o mar. Fugir de rojão é pra poucos. Tem que ter perna, ser rápido e ficar de olho no céu ao mesmo tempo, torcendo pra que nenhum sinalizador queime seu couro cabeludo. Ainda sou a favor de fazer o sujeito que solta fogos de artifício no meio de uma multidão sentar naquilo que ele acabou de estourar.
Pular ondinhas e fazer os pedidos à meia-noite tem que ser bem longe das crianças. Elas ainda não foram domesticadas a passar o Reveillon no meio de pessoas civilizadas. Julgam que, como elas, todo mundo entra na beira do mar, com a água na canela, pra se molhar dos pés à cabeça.
Este ano teve até chuva! Já faz tempo que não me visto só de branco pra comemorar o Reveillon, então não entrei 2010 como candidata à Garota Molhada, semi-nua, enxarcada pela chuva e com a roupa transparente. Mas tive que encarar um bando de gente bêbada, molhada de suor e chuva, se esfregando em mim, fugindo do temporal embaixo do mesmo coqueiro em que eu estava bem antes da água cair do céu. Aliás, gente bêbada nunca falta. Me faz pensar que a Virada na Paulista é o paraíso, cada vez que vejo alguém vomitando toda a ceia de Ano Novo na areia.
Vai ver que, por isso, as pessoas costumam fazer tantos pedidos à meia-noite. Com tanta coisa desagradável acontecendo a sua volta nos últimos minutos do ano velho, você só quer mesmo que coisas boas aconteçam naquele que vai começar. Ainda vou escrever o "Manual de Sobrevivência do Ano Novo na Praia". Aguardem...