19 outubro 2009

E aí, vamos casar?


Já faz um tempo que quero postar algo sobre isso, mas sempre aparece um assunto mais interessante e acabo deixando este de lado. Vai ver, inconscientemente, é exatamente neste setor que eu deixo a parte de relacionamentos na minha vida: de lado. Lá no segundo plano... Pra quando assuntos menos interessantes aparecerem.
Parece incrível, mas um monte de gente que conheço deu pra namorar sério agora. E isso inclui galinhas e putos de ambos os sexos. Bom, enquanto eles estiverem saindo juntos, tá bom. O negócio é que muitos desses casais (e não só o de putos) mal se conheceram e... putz, já estão namorando. Oficialmente! Levam pra casa, apresentam a família, o quarto, a cama e todas as intimidades. Hoje em dia, namora-se por namorar, pra não ficar sozinho. E diz que ama como se pede um copo d´água. Sem amar.
Pra ser bem sincera, apesar de ainda acreditar no amor, não vejo isso como algo positivo. Os bons olhos embaçam um pouco nessas horas e acabo não vendo respeito nenhum em relações assim. Tudo bem, devem existir as exceções, de afinidades a primeira vista, mas conhecer o outro, saber se o santo bate, se é bom ficar junto, se vale a pena juntar os trapos, se dá pra aturar os defeitos leva tempo. É algo que se constrói no dia-a-dia. E não do dia pra noite. Os casais não respeitam mais o tempo, aquela coisa de descobrir o outro, conquistar e quando surge a primeira falha, dá-lhe pé na bunda. É tudo tão rápido que, quando acaba, parece que nem começou: vai cada um pra um lado, sem sentimentos, sem ligação nenhuma, sem história. Às vezes, chego a pensar que pessoas assim devem fazer parte de algum tipo de pesquisa ou experimento. Ou que eu fiquei presa na cápsula do tempo... lá do tempo da minha avó!
Hoje recebi um e-mail de uma pessoa com quem não troco um "oi" há meses. Pro meu espanto, ele me pediu (virtualmente) em casamento. Eu tento ser moderninha, mas certas coisas devem respeitar a tradição. Expliquei pro dito cujo que mal o conhecia, acreditando que o "quer casar comigo" fosse uma brincadeira. Mas não era! Razões pra união? Eu sou brasileira e bonita. Poderíamos morar juntos e nos conhecer. E pra quê mais, né? Afinal, os relacionamentos de hoje não são baseados em afinidades e convivência. E sim em facilidades e conveniências. E este proposto a mim se encaixa perfeitamente nos padrões da atualidade. Sou conveniente a ele, como um DVD que deve ter visto no e-Bay.
Infelizmente este padrão moderninho não se encaixa no meu. Meu coração ainda é muito romântico pra entender esse tipo de "compromisso". Ainda resta um pouco de moral e bom costume desse lado do teclado. Vai ver que é por isso que acabo deixando esses assuntos pra segundo plano. Enquanto não colocarem o coração onde ele deve estar - em primeiro lugar - e respeitá-lo como tal, vou continuar preferindo as coisas do jeito que eles estão. Já dizia o ditado: antes só, do que mal acompanhada. Dormindo com o inimigo é um ótimo nome pra filme, e que ele permaneça na ficção.

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