21 junho 2008

Heroína da resistência


Jamais imaginei que uma resistência de chuveiro fosse me fazer chorar e repensar a vida. Deve ser o inverno chegando, a carência falando mais alto... Só pode ser!

Essa semana, vi meu banho quentinho ir pelos ares, numa das noites mais frias do ano, pouco antes de dormir. Eu tinha trabalhado o dia todo. Estudado, preparado aula, cuidando de outras coisas de quem mora sozinho... Eu só queria um banho quente no final do dia!

Mas, o chuveiro tinha outros planos e incluía “não funcionar por hoje ou até que me troque por outro”. Juro, eu olhei aquilo, às 23h, sentei no chão do banheiro e comecei a chorar. Tudo bem que o fator TPM estava ativado, mas... foi intenso!

Me vi, sozinha, tendo que resolver problemas que qualquer homem tiraria de letra. Mulher também, mas sei lá. Ser independente cansa. Acho o máximo poder cuidar da minha vida, tomar decisões, pagar contas (hmm, é... essa parte nem sempre é boa), me virar sozinha, mas ao mesmo tempo tenho vontade de esganar a infeliz que queimou o sutiã em praça pública exigindo os mesmos direitos do homem. Ser dependente, ter alguém pra te mimar, fazer gentilezas, carinho, trocar o chuveiro quebrado... também é bom. Não sou a favor de que devemos ser felizes sozinhos e aptos a se virar desta forma. Quero, sim, ter alguém, pelo menos pra dividir algumas horas, e tarefas como estas.

Não bastava a resistência do chuveiro ter queimado... Ela ainda tinha que me colocar pra pensar. Poupei a tortura do banho frio (afinal já bastava a consciência de que eu, somente eu, poderia resolver aquele pepino) e deixei o problema pra ser resolvido no dia seguinte.